Também conhecido pela nomenclatura de Marvel Super Heroes in the War of Gems, este foi mais um jogo desenvolvido pela Capcom, baseado na popular saga da Marvel Comics dos anos 90, a Infinity Gauntlet.
Para ser mais correcto, o jogo mistura elementos da história da sequela conhecida pelo termo de Infinity War.
Nesta última, o vilão não é Thanos, mas antes Magus, que nada mais, nada menos é senão a contraparte maligna do benevolente herói cósmico Adam Warlock.
Contudo, e com a mistura das storylines, War of Gems obriga-nos a ter que enfrentar Thanos também.
Cabe então a um grupo de heróis, reunidos por Warlock, a tarefa de impedirem que tanto Magus, como Thanos se apoderem das joias do infinito e se sirvam das mesmas para se tornarem em deuses e semearem o caos no universo.
O rol de heróis é menor do que aquele que seria apresentado em Marvel Super Heroes, consistindo em apenas 5 heróis, nomeadamente: Spider-Man, Iron Man, Hulk, Wolverine e Captain America.
Lançado no continente europeu em 1996, em exclusivo para a SNES, War of Gems não é um jogo de luta como o Marvel Super Heroes, mas antes um beat'em up com muitos elementos de plataformas.
Como se sucede com outro título da Capcom da época (X-Men: Mutant Apocalypse),também aqui temos níveis mais adequados a esta ou aquela personagem.
Alguns exigem a capacidade de escalar de Wolverine e Spidey, ao passo que outros serão mais fáceis se recorrermos ao poder de voo do Iron Man.
Em todos eles o objectivo é o contudo o mesmo.
Derrotar todos os oponentes que nos forem surgindo pela frente e evitar as muitas armadilhas de forma a conseguirmos progredir no nível e alcançar o boss final do mesmo.
Num jogo no qual o contra-relógio é inexistente, War of Gems tem certos níveis onde o próprio design do mesmo acaba por funcionar como tempo limite.
Falo do nível mais infame de War of Gems, o do Aquário.
Neste para além da nossa personagem ir progressivamente perdendo o ar (representado pela barra de energia que diminui vertiginosamente), temos que lidar com o facto da mesma, seja ela qual for, se mover em câmara lenta à la níveis de água dos velhinhos jogos do Sonic da Mega Drive.
O jogo em si, embora não seja de todo longo, com seis níveis iniciais e um último final, está repleto de dificuldades que passam pelos múltiplos hazards e inimigos que os nossos heróis irão encontrar.
Para além das plataformas colocadas em sítios inconvenientes, ou mesmo invisíveis como no Castelo Doom, temos ainda gases venenosos, múltiplos aparelhos de segurança e inúmeras paredes a travar o nosso progresso.
O rol de adversários, embora vá repetindo de longe a longe, é bastante fresco e busca inspiração no material de origem.
Na categoria de adversários normais temos os Doombots, androides ao serviço do infame Doctor Doom, assim com Dopplegangers, criados por Magus, que representam outros heróis da Marvel, nomeadamente: Puck, She-Hulk, Vision, Iron Man, Wolverine, Daredevil, Hulk, Sasquatch, Thing, entre muitos outros.
Muitas destas versões malignas dos nossos aliados servirão ainda como bosses intermédios e finais de alguns dos níveis.
Para além destes temos ainda os grandes bosses do jogo na figura do Doctor Doom (que defrontaremos duas vezes), Blackheart, Magus e Nebula, uma espécie de aquecimento antes do verdadeiro boss final, Thanos.
Como em Marvel Super Heroes também aqui as joias desempenham um papel muito importante, ao permitirem-nos melhorar as nossas personagens ao usa-las.
Se nos 4 níveis iniciais apenas podemos usar duas, isso muda com os três últimos níveis.
O jogador pode, como em qualquer beat'em up servir-se ainda de itens de saúde existentes nos níveis como forma de restaurar a sua barra de energia se tal se mostrar necessário.
A música não poderia ser mais dinâmica e o visual é deveras atraente, embora o level design possa pecar por repetitivo.
De todos os níveis apresentados, que levam as nossas personagens titulares aos quatro cantos do globo e mais além, o da Latvéria e o do Asteróide da Morte são os mais impressionantes para os fãs das comics.
As belas cutscenes ajudam também a estabelecer o ambiente, numa época em que as full motion ainda não eram assim tão comuns.
Dono de uma dificuldade mediana, o jogo depende muito da personagem escolhida.
As melhores em termos gerais serão a dos dois Avengers.
O Cap pelo seu escudo, que funciona como um projétil deveras eficaz, e pelo facto de ser o mais balanceado dos heróis em termos de força e agilidade.
O Iron Man pela sua rapidez, duplo salto e poder de voo.
Com apenas um modo de jogo, War of Gems conta com uma curiosidade na figura de um nível treino no Avengers Compound, que tenta tornar o jogo num de luta ao estilo do seu irmão mais velho, o Marvel Super Heroes.
Em suma, War of Gems é um jogo interessante, que dá uma perspectiva diferente à história que é contada em Super Heroes na Saturn.
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