Carboni e Matoso, integrantes das selecções italianas e portuguesas de um dos melhores simuladores de futebol da era 16 bits, o saudoso International Superstar Soccer Deluxe, foram como não podia deixar de ser baseados em jogadores reais que na época integravam essas mesmas selecções fora do universo dos jogos de vídeo. 

Por uma questão de licenciamento, a Konami viu-se impedida de usar os nomes reais dos jogadores, optando por isso por criar as suas próprias nomenclaturas para eles.

Só recentemente é que descobri a verdadeira identidade de dois dos meus jogadores favoritos, que por acaso são ambos avançados, do Deluxe. 




Carboni e o seu inconfundível cabelo branco é na realidade o internacional italiano Fabrizio Ravanelli. 

Na época em que o Deluxe saiu (1996) em simultâneo para a Mega Drive e para a SNES, Ravanelli tinha acabado de deixar a Serie A e uma impressionante equipa da Juventus (onde venceu a Champions e a Uefa Cup) para ingressar na Premier League, que ainda dava os seus primeiros passos após a extinção da antiga Footbal League First Division.

Ravanelli escolheu o Middlesbrough, de Bryan Robson, para jogar. 

Essa época de 1996 seria, no entanto, de altos e baixos para o avançado italiano, uma vez que os seus 17 golos não evitaram a descida de divisão do clube.

Nesse mesmo ano, o Middlesbrough seria finalista vencido da F.A Cup (derrota por 0-2 diante do Chelsea) e da League Cup (derrota por 0-1 contra o Leicester). 


 


Como Carboni, Ravanelli era titularíssimo na minha selecção de eleição, a Itália. 

Será graças aos golos dele que conseguirei conquistar a International Cup, a World Series e a Euro Cup. 

Para além disso, foi com a Itália de Carboni que venci os meus primeiros duelos contra outros jogadores que não o CPU. 

E que expressivas foram tais vitórias.

7-0 em ambas as ocasiões.


 


A minha outra selecção predilecta no jogo era Portugal. 

Uma selecção onde pontificava Matoso, um dos avançados mais mortíferos de todo o jogo. 

Ainda que fosse uma selecção mediana, quando comparada com os grandes pesos pesados como a Alemanha, Brasil ou Argentina, consegui usar os talentos de Portugal para conquistar todos os troféus que havia obtido com a Itália de Carboni. 

Mais do que isso, melhorei o meu recorde de maior goleada obtida contra outro jogador ao vencer por 8-0 (algo que o meu tio, o verdadeiro detentor do jogo, não apreciou nada).


 


Mas vamos centrar-nos no avançado Matoso. 

Este era na verdade, o jovem avançado do F.C.Porto, Domingos Paciência. 

Quando o Deluxe foi lançado na Europa, Paciência tinha acabado de sagrar-se bicampeão pelo F.C.Porto, tendo sido ainda melhor marcador da Liga nessa temporada.

Domingos foi ainda semi-finalista da Taça de Portugal esse ano, após o Porto ter sido eliminado no jogo de repetição contra o Sporting, curiosamente o mesmo adversário diante do qual os Dragões também haviam tombado na finalíssima da Supertaça disputada em Paris. 


 


Paciência não foi o mais prolífero dos goleadores pela selecção (marcou apenas 9 golos no total), mas teve bastante peso na qualificação da geração de ouro para o Euro 96, embora não tenha marcado qualquer tento na fase final, na qual Portugal cairia nos quartos de final diante da talentosa Républica Checa.