Desenvolvido pela Capcom em 1995 e lançado dois anos mais tarde para a Sega Saturn, Marvel Super-Heroes é um jogo de luta 2D que segue de perto a plot do comic de 1991, Infinity Gauntlet. 

Apesar de tomar certas liberdades em relação ao seu material de origem, a história do jogo continua a girar em voltas das poderosas Infinity Gems, pedras capazes de controlar diferentes aspectos do universo e que reunidas tornarão o seu usuário omnipotente.


O inimigo a abater é a maior ameaça que alguma vez existiu no universo Marvel, o Titã louco conhecido como Thanos. 
Como se não bastasse isto ainda temos que lidar com o ambicioso Doctor Doom, um monarca que cobiça as joias para si mesmo.

Detentor de um cast curto para os dias de hoje, mas bastante satisfatório para os de outrora, Marvel Super Heroes permite-nos escolher de entre 10 personagens seleccionáveis, nomeadamente diversas figuras de cartaz da companhia de comics norte-americana, assim como algumas faces menos reconhecíveis pelo público mais casual. 


 


São elas: o Captain America e o Iron Man, do lado dos Avengers. 
O Wolverine e a Psylocke, como representantes dos X-Men. 
E o Hulk e o Spider-Man como as wildcards. 
E isto é se quisermos jogar com um dos heróis.

O jogo da Capcom permite-nos seleccionar, logo de início, alguns vilões. 
Para ser mais específico temos os demoníacos Shuma-Gorath e o Blackheart, assim com os bosses de um dos jogos anteriores da Capcom (falo de X-Men: Children of the Atom), Magneto e o Juggernaut.


 



Como seria de esperar cada personagem tem os seus próprios golpes, com umas a serem mais ágeis e outras mais fortes. 

Por exemplo: O Hulk e o Juggernaut são as personagens mais fortes a nível de resistência e força bruta, ao passo que o Spidey e a Psylocke estão entre as mais rápidas. 

Contudo, não se pense que este não é um jogo equilibrado, porque o é. 


 


As joias, presentes no início de cada batalha, podem ser usadas pelo jogador que as detiverem para melhorar a sua personagem e com isso muitas vezes virar o rumo da luta.

Mesmo sem as joias (que podem aumentar a velocidade, força, resistência, curar, etc..., mediante a que estiver a ser usada na altura), o jogador pode vencer, uma vez que todas as personagens têm ataques que podem ser efectuados à distância (o Spidey tem as suas teias, o Magneto os pulsos eletromagnéticos e o Cap o seu fiel escudo, por exemplo), assim como são capazes de fazer os combos mais extraordinários.


 


Aliás, este é um jogo onde os combos não poderiam ser mais fáceis de serem efectuados, mesmo pelo mais inexperiente dos jogadores.

A apresentação de Marvel Super Heroes é soberba. 
Os gráficos são coloridos e tanto as personagens como os cenários não poderiam ser mais detalhados e variados, com muitos deles a terem partes passiveis de serem destruídas (o do Shuma-Gorath e o do Wolverine) ou que se vão modificando com a passagem do tempo (o do Spidey, do Doom ou a da Psylocke). 


 


A música é memorável e capta bem o espírito do jogo e das personagens para as quais se destinam. 
A do Captain America é particularmente boa.

O replay value é grande não só pelo facto de termos mais de 10 finais diferentes, mas também pela possibilidade de podermos jogar com os dois bosses do jogo, Doom e Thanos. 

O jogo só peca (para além do seu parco roster) pelo facto de ter apenas dois modos de jogo.
O típico Arcade, no final do qual temos que enfrentar Thanos e se vencermos o Titã temos acesso ao fim da personagem que tivermos escolhido, e o Versus, que nos permite enfrentar outro jogador ou o CPU em lutas livres e desprovidas de um propósito que não seja o da mera diversão.


 


Felizmente, esses dois senãos não mancham a reputação daquele que é um dos melhores jogos de luta 2D para a Sega Saturn.

Um título a ter em conta para fãs da Marvel Comics e para todos aqueles que querem um desafio mais equilibrado e satisfatório do que o obtido em Children of the Atom.