Desenvolvido pela Sega e lançado para a Mega Drive em 1994, Streets of Rage III é, como o próprio nome indica, a terceira entrada (e também a última) numa das mais populares séries da época. 

Um Beat'em up, como os seus antecessores, Streets of Rage III marcava o regresso do Mr X e do seu sindicato naquela que era sua terceira tentativa de controlar o submundo do crime da cidade. 

Desta feita, Mr X tenta uma abordagem mais subtil, procurando substituir os membros mais relevantes da cidade por duplicatas robóticas.

Mr X é auxiliado neste seu plano mirabolante pelo Dr Dahm que desenvolve, entre muitos outros, versões robóticas do próprio vilão (os apelidados Robot X e Y serão usados como bosses finais nos diferentes finais do jogo) e da sua oposição (na figura de um robot de Axel). 




Para distrair a atenção das autoridades, o Mr X espalha bombas por toda a cidade. 

Felizmente, os planos do pérfido vilão são descobertos pelo Dr Zan, que contacta Blaze, Axel e Skate para o ajudarem a parar o Mr X de uma vez por todas. 


 


O jogo traz de volta como personagens jogáveis três dos protagonistas do título anterior, adicionando o Zan ao plantel. 

Axel continua a ser a personagem mais balanceada de entre as quatro, mas ganha mais força física, assumindo agora o papel de bruiser do grupo. 

Blaze mantem-se como a mais rápida e ágil do conjunto, enquanto que Skate é de longe a personagem mais fraca fisicamente falando. 

Zan, o único estreante, é um cyborg capaz de dar potentes choques eléctricos aos seus oponentes.


 


Embora poderoso (se bem que um pouco desengonçado), Zan é a única personagem a não dispor de ataques especiais diferentes dependendo da arma que tenha à sua disposição. 

Seja qual for a arma que apanhe do chão, Zan fará sempre o mesmo ataque de bola energética. 

Esta é precisamente uma das grandes novidades de Streets of Rage III, a possibilidade de fazer movimentos especiais dependendo da arma que estiver na nossa posse. 

Esses movimentos variam de personagem para personagem. 

De realçar que as armas nunca foram de durar muito. 

No primeiro Streets of Rage bastava apenas um mero toque do adversário para ela sair das nossas mãos e desaparecer. 

Aqui todas as armas têm uma barra de uso (à la Fire Emblem) ou seja um prazo de validade, no fim do qual ela quebra e, aí sim, desaparece. 

Outra novidade de Streets of Rage III reside no facto de todas as personagens serem capazes de correr. 

Algo que não era possível no primeiro e que no segundo jogo era exclusivo do Skate. 

Streets of Rage III é um jogo muito mais rápido que os seus antecessores. 

Mais difícil também, não só porque os nossos golpes já não causam tanto dano como nos jogos anteriores, mas também porque a A.I dos inimigos está muito mais apurada. 


 


A juntar a isso regressam as armadilhas do Streets of Rage original. 

O que vale é que também temos mais opções de ataque. 

Para além dos já tradicionais golpes especiais e das armas, volta a ser possível fazer ataques combinados como no jogo original.

A essa versatilidade acrescenta-se o facto das nossas personagens conseguirem fazer esquivas e Blitz Attacks, isto é golpes efectuados enquanto a nossa personagem corre. 

Streets of Rage III faz regressar velhos bosses (Shiva, Jet e as gémeas Mona e Lisa), assim como acrescenta alguns novos, sendo que tirando o samurai Yamato, todas estas novidades são robóticas (Robot X, Y e Evil Axel). 

Existem também alguns  novos sub-bosses em determinados níveis que, num dos casos é mesmo boss duplo (Bruce e Roo no segundo nível). 

Os níveis em Streets of Rage, assim como a música não são tão inspirados como nos dois jogos anteriores da série, mas continuam a ser variados. 


 


O nível da discoteca é sem sombra de dúvida o melhor deles, sendo nele que assistimos ao regresso da dupla de bosses mais difícil de bater do jogo original, Mona e Lisa. 

Igualmente inspirado, não tanto pelo cenário (zona de construção), mas antes pelo que temos que fazer, é o nível no qual temos que fugir de um capanga do Mr X que conduz um bulldozer na nossa direcção. 

Apesar de não termos tempo limite, a rapidez com que batemos cada nível conta para o final que iremos conseguir (para isso também conta a dificuldade seleccionada no início). 

A nível gráfico, não considero que Streets of Rage III seja superior ao II. 

Os sprites parecem um meio termo entre os do jogo original e os do segundo. 

Streets of Rage III é ainda assim um jogo com imensa longevidade, graças aos seus finais múltiplos, personagens secretas (três) e história (bastante mais complexa). 

Ainda assim, o jogo peca pela banda sonora banal e pela exclusão de Adam (outra vez) e de Max. 

Zan não é de todo uma boa personagem a meu ver.

Não é o Streets of Rage mais fraco, tecnicamente falando, mas é aquele que muitos fãs decerto não irão apreciar tanto jogar.