Seja qual for a cultura, seja qual for o país, todos eles partilham, no seu fascínio pelo oculto, da existência de casas assombradas por espíritos que já partiram deste plano terreno de existência. O termo “casa assombrada” não é exactamente o mais correcto. Local é, contudo, o mais adequado. 
 
Ora, é partindo desta premissa que, a poucos dias da celebração de mais um Halloween, vos pretendo mostrar, caros leitores, em como esta temática das assombrações influenciou o mundo dos jogos de vídeo. 


 



 A primeira incursão na cena das casas-fantasma, ocorreu no distante ano de 1972. Inserido num mash-up de jogos, Haunted House, veio com aquela que é considerada como a primeria consola doméstica, a MagnaVox Odyssey. 
Com personagens que não eram mais que dots luminosos e sem gráficos propriamente ditos, Haunted House era uma aventura na qual um detective tentava resolver um crime, evitando, simultaneamente, o fantasma que habitava o local. 
A característica mais interessante do título em si, e que era compartilhada pelos restantes jogos da consola, era o facto de os tais “gráficos” não serem mais que um mero plástico desenhado que se colocava no visor do televisor. 


 



 1982 trouxe-nos outro jogo intitulado Haunted House. Este era um stand alone, ao contrário do anterior e possuia gráficos, embora rudimentares. 
Lançado para a Atari 2600, consistia em tentar escapar da casa, propriamente dita, com a urna do Sr. Graves. Para isso, o jogador deve evitar, nos três cenários disponiveis, ser tocado pela tarântula, pelo morcego ou pelo espírito do próprio Sr. Graves.
 Ao fim de nove toques, o jogo terminaria. 


 




Mais elaborado, seria Ghost House, desenvolvido pela Sega em 1986, para a sua consola 8 Bits, a Master System. 
Parcialmente baseado em um éxito das arcades de 82, Monster Bash, este jogo conta a história do jovem Mick enquanto tentava derrotar cinco “Dráculas” (este é o nome que o manual dá aos vampiros). 
Cada nível tem, para além do inimigo vampiresco, inúmeros objectos inanimados que voam para acabarem com a vida da nossa personagem. Embora não muito memorável, este título foi um dos poucos a serem lançados na forma de Sega Cards (embora, mais tarde, fossem transportados para formato cartucho).



 


 Para a Famicon chegaria, em 1989, pelas mãos da Capcom, aquele que é considerado com o primeiro Survival Horror, o percursor de Resident Evil, Sweet Home.
Baseado em um filme nipónico com o mesmo nome, Sweet Home permitia-nos jogar, ao mesmo tempo, com diferentes personagens, ao estilo RPG, que estavam unidas por um objectivo comum, a fuga de uma mansão assombrada por todo o tipo de criaturas paranormais. O jogo, agora de culto, permaneceu desconhecido do público ocidental durante anos e só recentemente foi tornado disponível através da tradução levada a cabo por alguns entusiastas do género.


 


 Em 1993, a Konami lançou Zombies ate my Neighbors. Este título multiplataforma é uma ode aos filmes de horror dos anos 50 e 60. Como tal, a presença da tal casa assombrada faz-se sentir, via algo maior...um castelo. 
É lá que teremos o showdown final com o cientista louco, responsável pela libertação das criaturas sobre a populaça.

 

 



 Em 2002, na Gamecube, seria a Nintendo a lançar o seu próprio take no tema, que já havia explorado ao de leve.
 Colocando o protagonismo no medroso Luigi e tirando inspiração em filmes como Ghostbusters, a Nintendo vai desenvolver Luigi's Mansion. 
Um jogo que consistia em colocar o canalizador verde a capturar fantasmas com o seu Poltergeist 3000. Tal foi o sucesso do título que, em 2013, ganharia, finalmente, uma sequela.
 Dark Moon seria lançado para a 3DS, conseguindo muito boas reviews pelo caminho.


 






Com o passar dos anos a ideia de casa assombrada seria explorada em muitos outros jogos e serviria de temática principal em muitos deles. Super Mario World trairia as ditas casas para o universo do canalizador, com os seus hilariantes e assustadiços Boos e Big Boos, que já tinham feito uma aparição nas fortalezas de Super Mario Bros 3.
 Resident Evil explora a ideia de uma mansão repleta de segredos e criaturas sobrenaturais, nos títulos iniciais da série, 0 e 1. 
Séries como Splatterhouse, Castlevania, Alone in the Dark, Ghostbusters, Clock Tower ou Fatal Frame jogam com essa ideia também, de uma maneira ou de outra.
Quer seja castelo, quer sejam vampiros, fantasmas ou demónios, existe sempre algo de sobrenatural para lutar e tentar fugir de...


Escrito por Ivo Silva