Desenvolvido pela Konami e lançado em exclusivo para a portátil da Nintendo, o Game Boy, corria o ano de 1998, Castlevania Legends seria a terceira e última entrada da série para a velhinha consola 8 bits. 

Antecedida por dois Castlevania's Adventures, protagonizados por Christopher Belmont, Legends não será uma sequela deles, mas antes uma prequela para toda a série. 

 

 

 

Em Legends seguimos os passos de Sonia Belmont, que procura livrar a sua terra do mal representado por Drácula. 

 

 

 

Neste jogo é indicado que não só Sonia nasceu com certas aptidões (denotadas pela sua proficiência quer no campo da magia, quer a nível físico), como também seria a primeira Belmont a usar o Vampire Killer (nome do famoso chicote) para enfrentar o maléfico vampiro. 

 

 

 

Sonia é também a primeira dos Belmonts a encontrar-se com o filho renegado do conde, Alucard (cuja aparência aqui está de acordo com o seu visual em Symphony of the Night, embora com o cabelo roxo e cor de pele azul clara). 

 

 

 

 

O gameplay de Legends, embora similar ao de Adventure, é muito mais polido, com Sonia a ser bastante mais ágil e não tão presa de movimentos como Christopher. 

 

 

 

Como nos jogos anteriores, também ela usa o fiel chicote dos Belmonts (embora apareça com uma espada na artwork oficial) para enfrentar os diferentes inimigos com os quais se cruza no castelo demoníaco. 

O chicote vai tendo upgrades, que vão dotar o mesmo da capacidade de lançar bolas de fogo (com o pormenor de se mantivermos o botão de ataque pressionado, podermos criar uma onda de choque). 

 

 

 

Tais upgrades podem ser encontrados nas já conhecidas velas, surgindo na forma de pequenas orbs. 

Essas velas, que podem ser encontradas nos diferentes níveis, também podem conter frangos (usados para encher energia) e corações (que servem como munição para o segundo ataque de Sonia). 

Contudo, e num distanciamento da fórmula de outros jogos, não existem armas secundárias propriamente ditas. 

 

 

 

Em vez destas vamos ter as Soul Weapons, indicadas no quadrado do lado esquerdo. 

Estas são obtidas a cada boss que derrotemos e dão habilidades especiais. 

O seu uso assemelha-se um pouco ao visto nos jogos do Megaman.

Temos até cinco Soul Weapons que podemos obter, sendo elas: Wind (que permite parar o movimento dos inimigos), Ice (restaura a barra de energia do jogador), Flame (um ataque que afecta todos os inimigos no ecrã), Saint (cria uma onda de energia, para atacar horizontalmente) e Magic (destrói um inimigo e nulifica um dos seus ataques). 

O custo e eficácia destas Soul Weapons varia conforme a usada, sendo que na maioria das vezes elas não serão de grande uso contra os bosses. 

 

 

 

O último dos ataques que está à disposição de Sonia é o Burning Mode. 

Este modo só pode ser activado uma vez por nível (ou uma vez por vida) e efectivamente torna a nossa heroína totalmente impermeável a danos causados por inimigos, sejam eles adversários regulares ou bosses. 

Para além desta invencibilidade, o Burning Mode aumenta-nos a velocidade e duplica-nos a capacidade de ataque do chicote. 

Este modo não é infinito, apenas durando enquanto a nossa segunda barra (a Burning Gauge) não se encontrar vazia. 

 

 

 

Munida com todas estas habilidades, Sonia terá pela frente um cast colorido de inimigos que são velhos conhecidos da série. 

Temos zombies, morcegos, armaduras sencientes, fantasmas, esqueletos, entre muitos outros. 

Alguns desses inimigos fazem a sua estreia na série, precisamente neste jogo. 

 

 

 

As lesmas que nos atacam vindas do solo, o massivo Executioner e o grotesco Flying Wolf, são algumas das novas aquisições, com alguns deles a surgirem como bosses e mini-bosses. 

 

 

 

Cada nível tem um boss final, que é necessário bater de forma a seguir em frente, sendo que em três dos cinco níveis base do jogo, temos ainda um mini-boss para lidar. 

Para além dos inimigos, temos ainda diversos hazards ambientais e armadilhas pelo caminho. 

 

 

 

Desde poços sem fundo (há que ter muito cuidado a saltar de corda em corda) e picos que devastam a nossa barra de energia, até bolas de fogo que surgem do nada e falsas velas, que nos atiram para locais repletos de adversários. 

Por último, convém não esquecer o nosso oponente silencioso. 

Falo do tempo. 

Temos que ter sempre um olho no cronómetro. 

Se este expirar antes de concluirmos o nível, perdemos uma vida e temos que recomeçar. 

 

 

 

Castlevania Legends tem, como já referido, cinco níveis base, com mais um secreto dependendo do caminho que escolhermos num desses níveis base. 

Começámos fora do castelo, como habitual, seguindo para as muralhas interiores, atravessando a infame torre do relógio, a parte superior do castelo e, por último, a catedral onde nos espera o conde. 

 

 

 

Cada nível tem a particularidade de ter diferentes percursos, os quais podem permitir-nos encontrar uma das cinco relíquias secretas do castelo. 

Essas relíquias, juntamente com o nível secreto, são essenciais para acedermos ao melhor fim do jogo (sim, Legends tem mais do que um final). 

 

 

 

Os níveis em Legends são mais longos (no bom sentido), complexos (na colocação das suas plataformas e na navegação pelos mesmos) e visualmente mais trabalhados. 

A música mantém a qualidade da série, ainda que seja condicionada, como já seria de se esperar, pelas limitações da consola para a qual foi feita. 

O jogo conta com um sistema de passwords e de continuas infinitos. 

Os checkpoints permitem-nos começar do último local onde perdemos (excepto no último nível). 

A isto podemos adicionar o facto de estar disponível logo de início um Light Mode, que facilita a nossa tarefa ao colocar o chicote no máximo. 

 

 

 

 

A nível da apresentação, Legends tem algumas cutscenes, com um visual muito anime dos anos 90, que permitem-nos fazer o flesh out da história, sendo que essa é bastante simples quando comparada com futuras narrativas.

Legends, que se viu retirado da canon oficial, sendo agora visto como sendo um episódio gaiden da série, é de longe a melhor entrada para as portáteis, antes do advento do GBA, isto é. 

Apesar de ser uma aventura curta (em trinta minutos podemos chegar facilmente ao fim), tem bastante replay value, fruto dos fins distintos que possui. 

 

 

 

Este é provavelmente um dos Castlevanias mais fácil que já tive oportunidade de jogar, fruto das vantagens que nos são dadas. 

De qualquer das maneiras, este é um jogo que merece mais atenção do que aquela que recebe.