Desenvolvido em 1994, para a Super Famicom, pela Yanoman e pela Max Entertainment (conhecida pelo seu envolvimento na popular série de rpg estratégicos da Sega, Shining Force), Feda Emblem of Justice é um rpg de estratégia que nos coloca no meio de um violento conflito a ter lugar na fictícia península de Skudelia, onde um grupo de rebeldes luta pela liberdade e pela independência do seu povo, perante as forças opressivas do vasto império de Balformian (representado aqui pela figura do diabólico Cobalt).
Em Feda, seguimos de perto a jornada dos dois líderes desse grupo de rebeldes.
Dois espadachins que dão pelo nome de Brian Stelbart e Ain Macdougal.
Ambos eram membros do exército Balformiano, mas desertaram, não concordando com as suas políticas genocidas levadas a cabo para com a população local.
Juntamente com outra integrante do grupo, a arqueira lupina Dora Systeel, o trio, que estava a ser perseguido por uma unidade de extermínio do império chamada Bloody Roses (chefiada pelo antigo superior de Brian, o centauro Arnos), vai acabar por se deparar com membros da resistência local e não tarda nada vão estar envolvidos numa intensa batalha contra a sua antiga pátria.
Feda é um jogo de estratégia muito similar aos Shining Forces da Mega Drive.
Também aqui temos um grupo de aliados, que deveremos liderar, contra um grupo de oponentes, normalmente membros do referido império (mas nem sempre).
O objectivo de cada batalha pode variar de derrotar o boss, alcançar um determinado local do mapa com o nosso batalhão, salvar aldeões ou simplesmente aniquilar todos os adversários presentes no cenário.
Como na série Shining também aqui temos presentes as vantagens e desvantagens geográficas do terreno, assim como a possibilidade de escapar das batalhas (aquelas que não forem scripted, isto é).
Se um dos nossos aliados for derrotado em batalha, ele não será enviado para o hospital ou morrerá, mas antes será capturado pelos inimigos.
Depois disso teremos que resgatar os aliados capturados usando apenas Brian e Ain, e embora a oposição não seja de todo difícil, os custos para a nossa cotação (sobre isso falarei mais adiante) serão elevados.
Infelizmente, se forem Brian ou Ain a serem derrotados seremos presenteados com um game over imediato.
Tal como em Shining Force, também em Feda temos cidades e vilarejos que poderemos visitar de forma a obter info dos npcs que lá vivem, comprar novo equipamento nas lojas e recrutar novos aliados para o nosso grupo.
Outra semelhança com a série da Sega está no design das personagens e no estilo da apresentação.
As épicas cenas de luta remetem-nos para as vistas em Shining Force, se bem que têm um qualidade superior.
Particularmente épicas são as animações aquando da execução dos golpes especiais ou das magias, levadas a cabo quer pelas nossas personagens, quer pelos inimigos.
A derradeira semelhança com Shining Force reside na existência de um quartel-general, que pode ser acedido quando estivermos no mapa-mundo.
Este quartel, que não mais é do que um mero acampamento numa fase inicial, irá evoluir para uma pequena base no verdadeiro sentido da palavra, em fases mais avançadas do jogo.
No seu interior podemos dialogar com os nossos aliados, pedir conselhos, gravar o jogo, montar as operações de resgate referidas atrás e guardar/levantar itens do nosso armazém.
Ora por aqui se ficam as semelhanças com Shining Force. Em Feda, toda a acção gira em torno de emblems, com o nosso batalhão a ser tratado como uma verdadeira força militar que deve obedecer às ordens dos superiores se quiser manter um certo estatuto e atingir um determinado fim.
O seguir as regras torna-nos num elemento lawful, aproximando-nos mais do emblem mais alto do jogo, a senhora da justiça conhecida como Fedain (existem mais outros três escalões: Valkryie, Griffith e Blood Eagle) .
Manter-nos no lado lawful dar-nos-à acesso a certas recompensas no final das missões (que passam por mais fundos, os quais são bastante escassos neste jogo, assim como a atribuição de experiência extra para todas as personagens), assim como nos permitirá recrutar determinadas personagens que não conseguiríamos se estivéssemos mais inclinados para o lado do chaos.
Por outro lado, as batalhas podem ser mais morosas e desafiantes.
Do outro ponto do espectro temos o já referido elemento do chaos, com o seu máximo a ser representado pelo emblem conhecido como Genocide (antes desse temos ainda Hell Hound, Balrog e Phantom).
Desrespeitar os objectivos das missões e por e simplesmente aniquilar toda a oposição conduz-nos a esse caminho.
Com isso perdemos as recompensas (a única experiência obtida é aquela conseguida de derrotar um adversário ou efectuar um determinado feitiço), mas podemos ganhar um novo conjunto de aliados, mais sanguinários.
Também existe um meio termo, na figura do emblem neutro do Viper.
As mudanças nos emblems não são apenas geradas pela forma como acabamos as batalhas, mas também no modo como as conduzimos.
Isto é se expomos os nossos aliados a perigos desnecessários, se temos que resgatar alguma unidade ou se gastamos tempo em lutas extra e desnecessárias.
Do lado da law teremos sete personagens exclusivas, ao passo que do lado do chaos serão apenas seis (de salientar que se o nosso emblem pender para qualquer um dos lados do espectro, alguns destes aliados mais sensíveis poderão abandonar a party).
Felizmente, temos treze outras personagens que são neutras, pelo que as mudanças dos emblems lhe passarão ao lado.
Diferentes emblems simbolizam finais diferentes (são quatro no total os finais).
As nossas personagens podem carregar uma grande variedade de itens e armas, que varia conforme a sua classe.
A classe em questão nunca muda, embora o nível suba.
Algumas armas, como as espadas e as lanças podem ser usadas por mais personagens e existem em maior número, ao passo que machados, chicotes, bestas e canhões apenas podem ser usadas por uma única personagem.
Noutros casos, nomeadamente o cajado mágico e a faca, estes apenas têm uma única versão no jogo todo (de salientar que em Feda os curandeiros não conseguem atacar oponentes).
É importante ressalvar que ao contrário de outros rpgs, o constante upgrade de armas através de lojas ou via algum tesouro encontrado (algo que é uma raridade aqui), não é muito necessário.
É mais relevante ter um bom stock de rações (para encher a energia), algumas proteções extra (via as armor existentes no jogo), antídotos (para os status ailments) e sobretudo os Mind Repair (que servem para encher a nossa barra de magia).
A barra de magia tem um papel muito importante na aventura.
Quase todas as personagens têm uma, o que lhes permite aceder a poderosos golpes especiais que provocam extra dano na oposição.
Isto para além de ser necessária para que curandeiros e feiticeiros possam aceder às suas magias (uma delas a Magic Barrier, consegue ser quase um game breaker se explorada decentemente).
De igual modo, temos que ter em atenção que certos adversários também têm estas habilidades ao seu dispor.
Do outro lado do campo temos cavaleiros centauros, canhões automatizados, robots voadores, lizarmen, blobs, magos, ninjas, esqueletos, pegasus, npcs transformados em monstros, entre muitos, muitos outros adversários.
À frente deste exército de inimigos está o boss final, Cobalt, e os seus cinco leais generais: o cavaleiro Luke, o espadachim Tusk, o dragão Bart , o ninja Rasetsu e a feiticeira Flair.
Todos eles com ligações a uma ou mais personagens do nosso cast.
Infelizmente, e apesar do gameplay dos emblems ser interessante, o jogo peca em certos pontos.
Nomeadamente no mundo que cria e na banda-sonora que usa.
Grande parte das cidades e locais visitados partilham das mesmas características visuais.
As cidades em si são bastante estéreis e desprovidas de qualquer tipo de carisma.
Servem maioritariamente para fazer a história avançar, deixando de lado a componente exploratória, uma vez que não há itens ou dinheiro para ser encontrado, assim como não há livros que nos expliquem um pouco mais acerca do lore deste mundo.
A música partilha dessa mesma desinspiração, não nos trazendo nenhuma tune memorável.
O jogo em si é bastante fácil (até porque a A.I inimiga peca um pouco pela falta de capacidade estratégica), mas moroso (sobretudo na parte final, que se arrasta mais do que seria necessário).
Feda é uma curiosidade, aconselhável sobretudo a fãs de Shining Force.
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