A história de como este magnífico rpg de estratégia da Sega apenas teve uma das suas partes lançadas no Ocidente é bem conhecida nos dias que correm. 

O Scenario II, intitulado Nerawareta Miko, seria lançado, junto com os Scenarios I e III, no Japão em 1997, dando um spin na história do Scenario I e colocando-nos à frente de um dos exércitos imperiais, um dos grandes antagonistas do primeiro jogo desta fabulosa trilogia. 

 

 

 

Neste segundo cenário, o protagonista é novamente um espadachim, desta feita o mais jovem dos príncipes do Império de Destonia. 

Ao lado de Medion estão a feiticeira élfica Syntesis, o curandeiro Uryudo e o cavaleiro centauro Campbell. 

Ao lado deles está o conselheiro (que não luta no campo de batalha, tomando conta dos aspectos administrativos do exército) Grantack. 

 

 

 

Um conjunto de heróis que funcionam, muito claramente como a contraparte para o grupo inicial de Synbios, no primeiro jogo. 

Uma vez mais a nossa história começa na cidade livre de Saraband, durante a conferência de paz entre o Império de Destonia e a República de Aspinia. 

 

 

 

Após uma breve batalha introdutória contra alguns monges membros do culto de Bulzome, o grupo vai encontrar-se com Synbios e os seus aliados, antes de uma violenta explosão colocar um ponto final na breve reunião. 

Medion irá descobrir que o pai, o imperador Domaric, foi raptado aparentemente pelas forças republicanas lideradas pelo monarca Benetram.  

 

 

 

Contudo, e após terem ouvido uma conversa suspeita entre um dos generais imperiais, Crewart, e um dos sacerdotes (Fiale) do mesmíssimo culto cujos integrantes haviam enfrentado no cais de Saraband, Synthesis e Uryudo informam o seu líder, pelo que Medion, decide (ao contrário daquilo que os seus irmãos estipulam) pegar no seu pequeno grupo e partir em busca de Domaric, investigando o culto e a sua ligação a certos elementos do Império. 

 

 

 

O Scenario II decorre em simultâneo com a história do Scenario I, Medion irá visitar alguns dos mesmo locais que Synbios, encontrando-se com a sua contraparte republicana por diversas vezes no decurso da aventura. 

A cooperação entre ambos os exércitos revelar-se-à elevada, ao ponto de estes se "aliarem" contra certos adversários (não exactamente uma aliança propriamente dita, mas não revelo mais de forma a evitar spoilers) e trocarem membros. 

O jogo mantém o mesmo gameplay do primeiro cenário, com a sua estrutura de seis capítulos, cada um deles com cinco batalhas e duas áreas com npcs e lojas para explorar. 

 

 

 

Essas áreas podem ser cidades como Saraband ou Dusty Village, pequenas aldeias ou mesmo misteriosas vilas élficas (entre muitas outras). 

Nessas localizações iremos obter novos itens e armas para usar no campo de batalha, assim como iremos obter info valiosa dos muitos npcs que lá habitam. 

Os npcs podem ser interpelados na rua ou no interior das suas habitações, e teremos alguns mais amigáveis do que outros, como seria de se esperar. 

 

 
 

Podemos investigar esses locais, de forma a encontrarmos itens escondidos ou personagens que possamos adicionar ao nosso exército (algumas dessas personagens surgem-nos já na sua classe pré-promovida). 

Uma novidade, em relação ao Scenario I, reside no facto de certas personagens extra poderem ser encontradas, mediante o que tenhamos feito nesse jogo (isto se o tivermos completado e dispusermos de um save do mesmo aquando do início do Scenario II). 

 

 

  

 

As lojas dividem-se em dois tipos. A primeira vende armas ou outros equipamentos de melhoria de stats, enquanto que a segunda vende variados itens de cura. 

Ambas fazem reparo de armas (que se podem danificar em batalha, embora sem a mesma frequência de Fire Emblem) e oferecem promoções especiais (embora não o façam no capítulo um), que consistem em itens mais poderosos ou raros. 

Será nestas lojas que o jogador poderá vender algum do seu equipamento antigo, de forma a obter algum capital extra para gastar mais adiante. 

 

 

 

Nestes locais de socialização temos ainda as igrejas (ou pelo menos um representante do clero), nas quais podemos gravar o nosso progresso, ressuscitar algum aliado caído, curar alguma maleita (estas duas exigem o pagamento de um determinado pecúlio) ou fazer a promoção de classe (se tivermos pontos de experiência suficientes). 

Cada personagem tem duas classes, uma não promovida e uma promovida. Medion, por exemplo, começa como Soldier e poderá evoluir para Swordsman. 

A evolução de classe representa um melhoria significativa nos stats da personagem em questão, assim como na aprendizagem de novos tipos de magia (para aqueles que a possam aprender).

 Mais para a frente será possível ainda forjar armas nestes locais (desde que tenhamos a matéria-prima necessária). 

 

 

 

Em todos esses locais, e à semelhança de outros títulos da série Shining, temos um Q.G no qual podemos dialogar com os nossos aliados, trocar itens entre eles, escolher a formação para futuras batalhas e pedir conselhos ao nosso estrategista.   

 

 

 

De salientar que em certas batalhas teremos presentes ruínas. Estas podem ser acedidas se tivermos um mapa, se bem que tal irá desplotar o aparecimento de uma terceira unidade de combate na batalha, os ladrões. 

Nestes casos, e o jogador deve dividir o seu exército, enviando alguns dos seus operativos para as ruínas, de forma a conseguir resgatar os itens (muitos deles raros e alguns amaldiçoados) que lá se encontrem, antes que os ladrões o façam. 

O dito campo de batalha primário é também um local no qual podem ser encontrados itens espalhados pelo cenário. Estes podem ser encontrados destruindo barris, abrindo cofres ou usando a função Search para procurar a redondezas. 

Para além disso, e como noutros rpgs, também aqui inimigos derrotados podem-nos dar itens ou moedas, para além da muito necessária experiência. 

 

 

 

Sendo um rpg de estratégia, as batalhas do Scenario II têm lugar em campos de batalha nos quais as personagens aliadas e adversárias se movimentam numa área quadriculada muito semelhante a um tabuleiro de xadrez. 

O nível de agilidade irá ditar quem irá se movimentar primeiro. Cada personagem tem uma arma específica, condizente com a sua classe e poderá, ou não, usar magia. 

 

 

 

Examinemos o nosso quarteto inicial. 

Medion, sendo um Soldier, tem acesso a espadas e facas, o que lhe dá uma vantagem contra oponentes que usem machados. 

O seu potencial mágico é baixo, no início, e restringe-se à magia Return, que aborta a batalha em curso e faz o grupo regressar ao Q.G mais próximo. 

 

 

 

Campbell, que é um Knight, usa diferentes tipos de lanças, algumas das quais podem ser usadas para atacar à distância, o que lhe dá vantagem sobre espadachins, mas deixa-o vulnerável a ataques de oponentes com machados. 

O centauro, contudo, não tem acesso a qualquer tipo de magia. 

 

 

 

Uryudo é um padre (mas não um daqueles que faz saves), que usa ceptros com pouca capacidade ofensiva, mas que podem trazer com eles certos benefícios no que aos stats e magia diz respeito. 

Uryudo começa com magia de cura e não tarda a obter magia antídoto, o que será extremamente útil para lidar com os variados stats ailments que podem ser causados por determinados adversários. 

Eventualmente, o pequeno curandeiro conseguirá alguma magia ofensiva em fases mais avançadas do jogo. 

 

 

 

Synthesis, por sua vez é uma maga que também usa ceptros, e tem um arrail de magia um destrutivo poder ofensivo. 

Ela começa com um simples Blaze de início. 

 

 

 

Existem outras classes, como por exemplo warriors, cujos machados e maças têm vantagem sobre as lanças; beast tamers, capazes de controlar monstros adversários (se estes forem derrotados por si); arqueiros, mestres do ataque à distância; rangers, um jack of all trades capaz de usar machados, lanças e facas, ninjas, guerreiros únicos que se servem de katanas e shurikens, assim como de potentes ataques mágicos; e birdman, cuja capacidade de voo lhes dá maior alcance. 

Algumas destas classes têm variações, mais que irão conduzir a resultados similares. 

 

 

 

Os adversários que temos que lidar são bastante variados. Para além dos variados elementos do culto de Bulzome, temos ainda membros dissidentes quer do lado imperial, quer do lado republicano, assim como os já mencionados ladrões (que vêem de Dusty Village) e inúmeros monstros. 

 

 

 

Morcegos, hidras, dragões, krakens, cerberus, esqueletos, lizardmen, são alguns dos muitos adversários que ser irão cruzar no nosso caminho, em cenários também eles variadíssimos e que podem irem de uma batalha nas docas, a conflitos em planícies, florestas, palácios ou ruínas abandonadas. 

Neste Scenario temos inclusive uma emocionante batalha naval num dos capítulos mais à frente. Cada um desses locais conta com uma geografia muito própria que é necessário ter em atenção, uma vez que ela poderá afectar positivamente ou negativamente o desempenho da unidade que aí estiver localizada. 

De igual modo, a amizade entre as personagens deve ser cultivada, uma vez que conduz a stats melhorados sempre que estas lutam junto uma da outra. 

Alguns dos cenários contam com algumas armadilhas no terreno, assim com inimigos que vão fazendo respawn. 

Para conseguirmos concluir uma batalha com sucesso devemos derrotar o líder adversário (normalmente o boss da área, embora certas batalhas possam ter mais que um ou um middle boss pelo meio), concluir um determinado objectivo, eliminar toda a oposição no terreno ou proteger civis (o que leva a prémios fantásticos). 

 

 

 

Cada personagem pode carregar consigo até seis itens, incluindo já a arma equipada, assim com um segundo objecto para melhorar o stats (normalmente algo dentro do género da bracelete, laço ou anel, por exemplo), para além de outros quatro itens. 

Este jogo não tem um game over propriamente dito, embora o grupo perca a batalha se Medion for derrotado. 

Contudo e a custo de metade dos fundos, Medion será restaurado, e o grupo poderá tentar novamente. 

Desta vez mais forte, uma vez que a experiência adquirida mantêm-se, e mais sábio. 

Com uma música excelente e uma nova (e fantástica) intro, o Scenario II é um magnífico complemento ao Scenario I, com algumas melhorias gráficas em relação ao primeiro e que serve para resolver algumas daquelas questões que ficaram pendentes do primeiro jogo (nomeadamente os destinos de Julian e Edmund).