Uma série normalmente apenas lançada pela Sega nas arcades, Virtua Striker 2002 foi o segundo jogo desta popular série de jogos de futebol (sobretudo no Japão) a quebrar esta barreira e a ser lançado para o mercado das consolas domésticas. 

Uma versão updated de Virtua Striker 3, 2002 foi lançado nesse mesmíssimo ano para a Gamecube, trazendo consigo o dobro das seleções nacionais existentes no seu título de origem (passaram de 32 para 64).

E que seleção de equipas nacionais fantástica. 

Numa das poucas vezes, desde jogos como Sensible Soccer, é-nos dada a oportunidade de jogarmos com seleções menos cotadas no ranking internacional. 

E quando digo menos cotadas, digo realmente menos cotadas. 

Há nossa disposição, para além dos tradicionais top contenders como o Brasil, Argentina, Itália ou Alemanha, temos nações que nunca pisaram sequer o palco de um mundial. 

Desde a nação africana da Libéria e das asiáticas do Uzbequistão e Hong Kong, passando pelas micronações da Oceânia como as Fiji, Salomão ou Tonga, até aos underdogs sul-americanos da Bolívia e da Venezuela. 

 

 

 

Só a perspectiva de poder conduzir uma destas nações aos cobiçados títulos continentais e mundiais torna este um dos jogos de futebol mais atractivos que tive a oportunidade de jogar. 

Ora e foi precisamente com isso em mente que selecionei Hong Kong, e mais tarde as ilhas Salomão, como sendo as equipas com as quais iria tentar conseguir fazer isso mesmo naquele que é o modo principal deste título, o Road to International Cup. 

 

 

 

Aqui começámos com 2000 pontos disponíveis para preparar os treinos colectivos e individuais dos nossos jogadores, programarmos os estágios, agendarmos jogos de exibição e tournées fora do solo nacional propriamente dito. 

O objectivo passa por preparar (e sobretudo melhorar neste caso), os jogadores da nossa equipa para a difícil tarefa de competir nas qualificações para o torneio continental e, mais tarde para o Mundial.

Tudo isto num período de quatro anos e numa experiência que embora não seja tão elaborada como em jogos como o Football Manager, não deixa trazer um flavour de rpg à experiência. 

De salientar que certas zonas de qualificação serão mais acessíveis do que outras. Ainda assim é gratificante ver a nossa equipa subir em qualidade. 

Uma subida que se torna ainda mais acelerada se optarmos por defrontar equipas mais bem cotadas no ranking internacional do que as nossas.

A vitória sobre estas, assim como a concretização de certos objectivos particulares dentro do jogo (como por exemplo não conceder nenhum golo ou fazer muitos cortes ou passes certeiros), permitem obter mais pontos para serem usados, assim como uma subida mais rápida no ranking. 

Em ambos os casos, e após ter conseguido obter o título continental com Fiji (contra a Nova Zelândia) e com Hong-Kong (diante do Japão), a qualificação para o mundial foi conseguida de forma relativamente tranquila (de forma directa em ambos os casos) e resultou numa emocionante campanha mundial que terminou da mesma maneira. 

Com uma merecida vitória diante da Die Mannschaft na final e com a obtenção (no caso dos asiáticos) do primeiro lugar no ranking mundial. 

 

 

 

Existem outros modos de jogo em Virtua Striker, se bem que nenhum deles seja tão emocionante como o Road. 

Ainda assim temos o modo Tournament, que coloca até 16 equipas frente a frente num torneio a eliminar. 

É possível mudar certas especificações do jogo, nomeadamente o tempo, cartões, foras de jogo, entre outras coisas. 

Segue-se a Liga, que permite termos até 32 equipas a competir entre si, mas em modo round robin, com o vencedor a ser aquele a ter mais pontos no final. 

Por último, temos a International Cup, que é basicamente o Mundial, só que sem a fase de qualificação de Road. 

Estes três modos estão englobados na chamada variation, uma vez que constituem variações do modo principal deste título.

Outros modos presentes em Virtua Striker são o Match Day, que nada mais é do que o tradicional jogo de exibição presente noutros títulos do género. 

Este modo está subdividido em normal (um jogo de 90 minutos) ou penalties (só remates da zona do castigo máximo). 

Segue-se o modo Ranking, no qual lutamos por pontos e pela subida no quadro mundial de seleções (neste modo teremos ainda alguns adversários surpresa...). 

Por último temos o modo Training, que permite explorarmos melhor o gameplay deste jogo, antes de mergulharmos no mesmo. 

 

 

 

Virtua Striker 2002 é um jogo onde é os jogadores dão muita luta e no qual os cartões saem com relativa facilidade dos bolsos dos árbitros. 

Com um forte espírito arcade, que não deixa de ser natural, Virtua foge um pouco a simuladores mais realísticos como o FIFA, dando ainda assim uma experiência agradável, na qual alguns dos nossos golos são premiados com o chamado Rainbow Kick, em virtude da sua espectacularidade. 

Outro aspecto interessante passa pela existência de equipas secretas, novos itens para serem usados na edição de jogadores em Road, assim como o desbloquear de novos estádios para se jogar. 

 

 

 

Ver jogadores com uma face felina ou natalícia é hilariante, contudo a cereja no topo do bolo passa pela possibilidade de jogarmos com a equipa Sega, chamada de Sonic FC e treinada pelo próprio Yuji Naka e com a presença de estrelas como Robotnik, Amy, Tails, Knuckles e claro, o ouriço mais veloz de todos, Sonic. 

 

 

 

Ainda mais bizarra será a presença da equipa invernal do Yukichan United, constituída maioritariamente por bonecos de neve e pinguins. 

Embora não tenha sido muito apreciado pela maioria da imprensa da época, Virtua Striker 2002 trouxe um toque de arcade, loucura e emoção a um género que caminhava a passos largos para um maior realismo.