Em 2001, a Konami lançaria a sequela do popular Silent Hill para múltiplas plataformas. 

A versão deste fantástico survival horror acerca da qual irei falar agora é a da Xbox, nomeadamente a versão especial do jogo apelidada de Inner Fears. 

A história do jogo gira em torno de James Sunderland. 

O nosso protagonista, que já visitou Silent Hill com a mulher durante as férias, regressa agora à cidade depois de receber uma carta da sua esposa. 

Nada de anormal, não fosse o facto de Mary Sunderland estar morta há cerca de três anos, vítima de doença prolongada.


 


Embora, inicialmente julgasse que a carta não passava de uma piada cruel de alguém com um sentido de humor muito negro, James depressa vai-se aperceber que a letra pertencia mesmo a Mary, pelo que ruma a Silent Hill para se encontrar com ela no seu lugar especial. 

Contudo, James não sabe o que Mary queria dizer por lugar especial, uma vez que toda a cidade o era para ela, pelo que inicia a busca pelo mesmo, indo a todos os locais onde esteve com a mulher. 

Enquanto procura por Mary, James irá encontrar alguns dos habitantes de uma Silent Hill muito mais soturna e coberta de nevoeiro do que aquilo que ele se lembrava. 

Os residentes em questão são: a paranóica Angela Orosco, a pequena Laura, o psicótico Eddie e a bela Maria (que tanto se assemelha à sua amada Mary). 


 


Para além disso, estranhas e disformes criaturas que andam agora pelas ruas da cidade e habitam os seus decrépitos prédios. 

Esses monstros procuram, por algum motivo, matar o nosso personagem principal e constituem um dos empecilhos relactivamente ao nosso avanço no jogo. 

Contudo, eles são problemas fáceis de resolver, uma vez que temos algumas armas à nossa disposição, desde o sempre fiel cano até à mortal pistola. 


 


James tem ainda a capacidade de bloquear temporariamente os ataques dos inimigos, evitando assim sofrer danos aos quais o protagonista do primeiro jogo estava mais sujeito. 

Os tank controls do jogo original são opcionais no segundo. 

Cada jogador escolhe qual é o esquema mais confortável para si. 

Ainda assim e mesmo com os tank controls a maioria dos inimigos são facilmente evitáveis, bastando passar por eles a correr (tal estratégia apenas não resulta aquando das escassas lutas de bosses).

Isto compensa e muito o facto do talento de James para lutar ser nulo. 

Ao contrário de séries como Resident Evil ou Alone in the Dark, aqui o nosso "herói" não é mais do que um homem banal, sem qualquer tipo de treino militar de qualquer espécie. 


 


O facto de James possuir um rádio é extremamente útil uma vez que sempre que um inimigos está perto, ele emite estática.

A lanterna é outro bem essencial para o nosso progresso no jogo, uma vez que nos permite iluminar as áreas escuras do jogo, assim como ler os muitos mapas que vamos apanhando pelo caminho.

Entre os inimigos dos jogo, os mais memoráveis são as agora tradicionais enfermeiras sem face, os creepers (reincidentes do primeiro jogo) e o icónico Pyramid Head, este último um dos poucos bosses de Silent Hill II.

Este é um título onde a exploração, procura de pistas e resolução de enigmas e puzzles ocupará grande parte do nosso tempo. 

Um jogo no qual James não andará sempre sozinho, uma vez que em certas partes conta com a companhia de Maria.

O único senão da sua presença é que ela não está armada, o que exige que James e o jogador tenham que a proteger contra este ou aquele inimigo que poderá aparecer. 

Se Maria sofrer demasiado dano ou se James acidentalmente a matar (o que também é possível) será game over automático, pelo que todo o cuidado é pouco.

A cidade é extensa, dividindo-se no seu lado "normal" e no seu lado mais "demoníaco", no entanto, nunca nos sentiremos verdadeiramente perdidos graças à existência dos já referidos mapas da cidade e do interior de muitos dos seus prédios. 


 


As localizações de Silent Hill II são bastante variadas incluindo: um hospital, um condomínio, uma casa de bowling, um hotel, entre muitas outras. 


Silent Hill II tem uma banda sonora que ajuda, junto com os seus gráficos granelados, nevoeiro constante e cores acinzentadas a criar um ambiente sinistro e depressivo que se ajusta  bem à sua temática pesada.

Mais do que um jogo de acção, Silent Hill II é uma viagem à psique danificada do seu protagonista, James Sunderland. 


 


Existem seis finais diferentes nesta versão do jogo (na primeira são apenas cinco), assim como um capítulo extra desbloqueável após termos chegado uma vez ao fim, numerosos easter eggs e mesmo armas secretas (estas últimas desbloqueáveis mediante a dificuldade escolhida).

Em suma, Silent Hill II é um dos melhores jogos do género alguma vez feito, com imenso replay value. 

Um dos grandes clássicos da Xbox original.