Nunca soube tão bem libertar a fúria nas ruas!

Versão da Mega Drive


Como se costuma dizer, o que um tem, o outro tem que ter também. Este foi o caso da Sega, com este título. Numa clara resposta ao Final Fight, um sucesso nos salões das arcadas que fazia a transição para SNES da Nintendo, a casa de Sonic não se deixaria ficar e assim, em 1991, era lançado para a Mega Drive, o frenético Streets of Rage.



A cidade encontra-se sobre o controlo do Sindicato do Crime, um bando de rufias liderados pelo infame Mr X! Fartos desta corrupção toda, surgem três jovens, de nome Axel, Blaze e Adam, que em um beat'em up de scrolling horizontal, irão limpar as ruas, subúrbios, pontes e praias daquela metrópole ao longo de oito níveis repletos de acção.
A corja, constituída por Punks, raparigas de chicote, wrestlers e até malabaristas, não serão adversidade para os nossos heróis, que apesar de terem só um botão para desferirem golpes e outro pra saltar, apresentam diferentes características nas repostas aos seus agressores. Como por exemplo, Blaze é a mais rápida, mas a mais frágil, enquanto Adam é o mais forte mas, em contrapartida, o mais lento. Por último, Axel que sendo o mais equilibrado, tem o salto mais débil. Tudo isto contando que todos têm estilos de combate diferentes, nomeadamente, Judo, Boxe e Artes Marciais!




Já vos falei dos controlos referentes aos botões B (acção) e C (salto), mas se bem se recordam, a 16 Bits da Sega, possui três inputs, ou seja, a falta do botão A, que demonstra o brilhantismo da equipa por detrás da programação; ao premir desta tecla, iremos chamar um par de amigos policiais, dos protagonistas, que, na sua viatura, prontamente irão libertar uma salva de munições (no caso do primeiro jogador, tiro de bazooka, no caso do segundo, tiro de metralhadora) sobre a escória. Por outras palavras, algo original e, se não me falha a memória, nunca mais visto, desde então, no género. No entanto, como toda a boa mecânica, existia um senão. Só poderíamos usar a ajuda da Polícia, uma vez por vida, ou, no caso de apanharmos um item que permitisse outra ronda de auxílio. E Beat'em up não é Beat'em up sem os vários items escondidos debaixo de cabines telefónicas, caixotes do lixo e afins, como maçãs e rolos de carne, que prontamente nos devolverão a energia necessária para trazer a justiça de volta aquelas ruas. Um facto curioso, na versão da Mega Drive, está no facto do vilão final, Mr X nos oferecer uma posição na sua organização criminosa. Daí resultará um final alternativo para o jogo. Não sendo propriamente difícil, Streets of Rage poderá apresentar dificuldades mais para a frente, principalmente na mansão do Mr. X, mas nada como ir treinando no modo mais fácil. (número menor de inimigos no ecrã e mais vidas)





Quanto a gráficos, o título da SNES pode ser mais vistoso, no entanto SOR consegue um maior equilíbrio, pois com personagens mais pequenas, existe mais espaço para mostrar cenários mais pormenorizados, coloridos e variados. Mesmo as personagens denotam uma sensualidade e atitude incomparáveis.
Em termos de som, posso garantir que terão uma das melhores bandas sonoras de jogos, de sempre. Yuzo Koshiro consegue tirar da placa de som MD simplesmente aquilo que eu chamo de magia auditiva. Utilizando um já ultrapassado ultrapassado hardware PC-8801, juntamente com uma linguagem de programação audio criada pelo próprio, o músico traria qualidade de música dance electrónica para os jogos de vídeo! Simplesmente genial e altamente aconselhado a ouvir no máximo!




Escusado será dizer que foi um sucesso retombante e com isso veio outra versão deste jogo para as 8 Bits da Sega, a Master System II, em 1993, e a portátil devoradora de pilhas, Game Gear, em 1992.
Na portátil, apesar de ter multiplayer como na MD, através do Cable Link, o título foi quase massacrado, mostrando maus gráficos, animações de personagens, juntamente com níveis (apenas 5) cortados e imagines-se só; Adam é excluído do trio de heróis!
Já a versão da MS II traria Adam de volta e um Boss diferente da versão 16 Bits, especificamente na fábrica (nível 6) da versão original. Tudo isto graças a um novo motor gráfico, em relação ao da GG, no entanto, a capacidade de jogar a dois seria cruamente sacrificada. O facto do botão de pausa ser na consola, vem tornar esta uma versão pouco convencional do jogo.



A versão original seria ainda transportada para as máquinas arcade e inserida em várias colectâneas que iriam acompanhar a MD. Estas colecções trariam outros clássicos da Sega como Golden Axe e Shinobi, no mítico Mega Games 2, que juntamente com Sonic viriam nem Sega Pack Mega Action da consola. Não seria a última colecção. Depois viria em Sega Classics Arcade Collection para a Mega CD e, novamente para a MD, o Mega 6 (composto por Streets of Rage, World Cup Italia 90, Columms, Super Monaco GP, Revenge of Shinobi e Sonic). O nível de sucesso de SOR é tão grande que, ainda hoje, o podem encontrar no serviço Virtual Console da Wii, X-Box Live Arcade, Steam e IOS.



Por esta altura encontra-se também disponível uma nova versão completamente refeita de raiz, para a 3DS, que, como podem imaginar, faz uso do efeito 3D estereoscópico da máquina. Pormenores fantásticos como o chão saindo fora do ecrã, com as personagens apresentadas em Pop Up, e a cidade no fundo, com as suas luzes brilhantes. Adicionando um novo modo Death Blow, em que com apenas um golpe conheceremos o criador, entre outras funcionalidades (como a possibilidade de se jogar a dois localmente), para trazer o jogo aos dias de hoje, tornam esta uma experiência obrigatória para os fãs da série. Esta versão está disponível na E-Shop da 3DS e está inserida na colecção 3D da Sega.


Conclusão:

Pouco mais há a dizer de Streets of Rage. Sem dúvida, um dos melhores jogos do género. Um clássico que todos os verdadeiros amantes dos videojogos devem experimentar um dia.




Escrito por Joel Sousa