Após a morte do guerreiro Kree, a Marvel Comics não tardou a apresentar aquele que seria o seu substituto...ou antes substituta. 

Nas páginas de Amazing Spider-Man Annual #16 (Vol 1, de 1982) surge Monica Rambeau, uma tenente inserida no corpo policial de Nova Orleães que se vê envolvida num estranho acidente com uma perigosa arma de origem criminosa.

Bombardeada pelos raios da mesma, Monica transforma-se, ao bom estilo da Marvel, numa meta-humana capaz de manipular e assumir a forma de qualquer tipo de luz. 

Capaz de voar, tornar-se intangível, atingir velocidades vertiginosas e emitir potentes disparos energéticos, esta nova Captain Marvel é uma personagem bem distinta do seu antecessor.  

Monica não possui a consciência cósmica concedida por Eon a Mar-Vell, nem o título de protectora do universo. 

Tal tarefa passará a recair sobre um outro herói, Wendell Vaughn, a.k.a Quasar*.


 


Criada por Roger Stern e John Romita Jr, a nova Captain Marvel destaca-se ainda por ser uma as heroínas negras de maior relevância neste período (a par da Storm, líder dos X-Men).

Integrada na equipa dos Avengers, primeiro a nível provisório (Avengers #227, Vol 1, de 1983) e depois a definitivo (Avengers #231, Vol 1, também em 1983) após uma contenda com o vilão Plantman, Monica eventualmente seria nomeada por não outro que o próprio Captain America para servir como chairperson (líder) do grupo após os eventos de Avengers Siege, que viram a mansão dos heróis ser atacada pelos Masters of Evil. 



 


A equipa liderada por Monica era constituída por alguns pesos pesados do universo Marvel, nomeadamente: a She-Hulk, o Namor, o Thor, o Captain America, o segundo Black Knight e o místico Doctor Druid. 

Para além disso, os Avengers de Rambeau contavam ainda com Marrina (antiga integrante dos canadianos Alpha Flight) na categoria de membro reserva. 

Como líder dos Avengers, Monica irá guiar a equipa em múltiplas aventuras, desde uma contenda com os X-Men (por causa de Magneto), até a uma épica batalha contra um novo e aprimorado Super-Adaptoid (um velho inimigo da equipa) e os aliados robóticos deste (o grupo conhecido como Heavy Metal).

Será ainda sobre a liderança de Monica que se dará a mudança do Q.G dos Avengers de Nova Iorque para a ilha artificial conhecida como Hydrobase.


 


Após uma batalha com uma versão monstruosa de Marrina a ter deixado debilitada fisicamente, Monica vai ver a sua liderança ser usurpada pelo Doctor Druid, que desejava mais que tudo liderar os heróis mais poderosos da Terra (ele andava a minar a autoridade da Cap desde o início).

Isto dará origem a uma storyline que vê Monica inconsciente e incapaz de impedir que Druid, manipulado por Ravonna quase destrua os Avengers (Avengers #293 a 297). 

A equipa e a Captain irão recuperar, mas Monica não voltará à equipa tão cedo, optando pelo status de reserva.


 


Curiosamente, ela liderará um grupo de Avengers reservas (constituído pela Moondragon, Hellcat, Black Widow e Firebird) contra o Awesome Android durante a saga Acts of Vengeance.

Monica seria ainda um dos Avengers envolvidos na Operation: Galactic Storm, durante a guerra Kree/Shi'ar em 1992 (ela será líder de um dos três contingentes).

Na conclusão desta história, a Captain Marvel irá tomar o partido do Captain America, opondo-se à execução da Supreme Intelligence dos Kree pelos seus crimes de genocídio contra o seu próprio povo.


 


Em 1996, a carreira de Monica como Captain Marvel chegaria ao fim nas páginas de Avengers Unplugged #5 (Vol 1), onde por respeito à memória de Mar-Vell, ela irá ceder os direitos do nome ao filho deste. 

Monica passará a atender pelo nome de Photon e mais tarde Pulsar, continuando a fazer parte de diferentes incarnações dos Avengers, assim  como ajudando a fundar novas equipas como a Nextwave (2006) e os Ultimates (2015).

Ao contrário do que se sucedeu com Mar-Vell, Monica não teria direito a um título ongoing, mas teria dois one-shots em 1989 e 1994, para além de uma participação bastante relevante na mini-série de 2009, Marvel Divas (aqui já como Photon).

Entre os maiores inimigos da segunda Captain Marvel contam-se Moonstone (Karla Sofen), Blackout e Nebula. 

Esta última, auto-proclamada neta de Thanos, estabeleceu um feudo bastante curioso com Monica.

Uma tentativa de fazer os leitores recordarem a rivalidade entre Mar-Vell e Thanos, talvez? 

Monica teria direito à sua própria action figure e a uma presença no jogo War of Heroes, ambas sob a identidade de Spectrum. 


 


Após os eventos de 1996 acima mencionados, o título de Captain Marvel será passado para as mãos ainda jovens e inexperientes do Eternal de Titan conhecido como Legacy. 

Este Legacy, criado por Ron Marz e Joe Phillips e que faria a sua estreia nas páginas de Silver Surfer Annual #6 (Vol 1, de 1993) nada mais era do que o filho de Mar-Vell e Elysius (embora de início a mãe lhe tenha dito que o pai era Starfox).

Impulsivo e imaturo devido ao facto de ter sido alvo de um crescimento acelerado, pela mãe temer que os inimigos de Mar-Vell atentassem contra a sua vida, Genis-Vell irá receber as Nega-Bands do pai e assumirá o nome de Captain Marvel, procurando honrar a memória de um pai que nunca conheceu.

Genis receberia o seu próprio título ongoing em 1995, ainda ostentando o nome de Legacy (embora a comic se chamasse Captain Marvel). 

O comic não durou mais do que 6 issues, sendo cancelado rapidamente devido às fracas vendas no ano seguinte.

Depois disso, e já como Captain Marvel, Genis fez aparições exporádicas nos títulos de outras personagens cósmicas como o Adam Warlock e o Silver Surfer. 


 


Seria o advento da Destiny War (na maxi-série Avengers Forever que iria ser publicada de 1998 até 2000 num total de 12 issues), que traria Genis de volta à ribalta. 

Ostentando a consciência cósmica de Mar-Vell e um traje mais similar ao popular uniforme de Mar-Vell da década de 70, Genis seria integrado nos Avengers e, mais importante que isso, vir-se-ia associado/fundido a Rick Jones, num claro nod ao passado. 

Contudo, a relação entre Rick e Genis era muito distinta da que o primeiro tinha com Mar-Vell.

Primeiro, Rick era agora o indivíduo mais experiente da dupla. 

Segundo, quando ambos trocavam de átomos ao colidirem as Nega-Bands, um deles ia parar não à inóspita Negative Zone, mas antes a um dos muitos mundos do Microverse.


 


Junto com um novo cast de personagens que incluíam Moondragon, Drax, Adam Warlock e Marlo Chandler, o terceiro Captain Marvel irá ganhar uma segunda revista ongoing. 

Captain Marvel Vol 4 contará com 36 issues (incluindo um nrº0), iniciando-se em 1999 e terminando em 2002, altura na qual o 5º volume será lançado nas bancas.

Este 5º volume conduzirá Genis às suas raizes Kree, fazendo-o juntar-se ao exército dos mesmos e passar a ostentar uma versão upgrade do uniforme verde e branco que Mar-Vell usou na década de 60.


 


Este é um tempo de um Genis insano, devido à sua incapacidade de lidar com o vasto poder da consciência cósmica. 

É o tempo de um Genis que a mando das entidades Entrophy e Epiphany destrói o multiverso.

É o tempo de Genis devastar um dos muitos mundos do microverso (onde habitava Zhib-Ran, a.k.a o Hyperion do universo 616). 

Eventualmente, o multiverso será restaurado, ainda que com ligeiras alterações.

Genis tem agora uma irmã gémea na figura de Phyla-Vell. 

Criada por Peter David e Paul Azaceta, Phyla faria a sua primeira aparição nas páginas de Captain Marvel #16 (Vol 5) corria o ano de 2003. 


 


Com o irmão a tornar-se numa espécie terror galáctico (fruto do seu uso da consciência cósmica acima mencionado), Phyla irá reclamar para si o título de Captain Marvel e uma luta terrível entre os dois terá lugar (Captain Marvel #17-18, Vol 5). 

Uma luta que irá envolver ainda Starfox, Elysius, Mentor e Rick Jones que procuravam restabelecer Genis ao seu perfeito juízo.

Algo que irão conseguir fazer, para gaúdio dos grandes impérios galácticos que temiam o poder de Genis.

Genis renasce com uma versão branca e preta do seu segundo uniforme. 

Phyla mantém o título de Captain Marvel (ela que tem também uma versão das Nega-Bands), mesmo depois disto e pela primeira vez temos dois Captain Marvels em simultáneo no universo 616. 


 


Um título que voltará a ficar vago com o último número do 5º volume de Captain Marvel (o 25, em 2004). 

Genis será separado de Rick pela entidade Expediency e procurará atenuar pelos seus múltiplos actos de homicídio como Captain Marvel, juntando-se aos Thunderbolts (New Thunderbolts #6, Vol 2, de 2005) com uma nova identidade, a de Photon, e um novo uniforme (já sem as Nega-Bands).


 


Contudo, a insanidade volta e Genis acabará por ser morto pelo Baron Zemo (na posse das Moonstones), ao ter o seu corpo dividido pela dimensão da Darkforce nas páginas de Thunderbolts #100 (Vol 1, de 2006). 

Quanto a Phyla esta irá estabelecer uma relação amorosa com a Moondragon e juntar-se-à a inúmeros outros heróis na batalha contra a Annihilation Wave de Annihilus.

Será no decurso desse conflito que ela irá ser escolhida para ostentar as Quantum Bands (que dissolvem as suas Nega-Bands) do falecido Wendell Vaughn e tornar-se não só na nova Quasar, como também na nova protectora do universo.


 


Como Quasar II, Pyhla-Vell não só ganha uma mini-série em 2007, como se junta aos Guardians of the Galaxy. 

Eventualmente, Phyla vai ser escolhida para ser o avatar da entidade cósmica conhecida como Oblivion, após uma morte surprendente às mãos de Mentor, o pai de Thanos (curiosamente, o avatar anterior tinha sido Maelstorm, um dos maiores inimigos do Quasar original).


 


Muito mais agressiva, mas igualmente mais poderosa, Phyla vai seguir a tradição do seu irmão gémeo e volta a mudar de nome, assumindo a identidade de Martyr e um aspecto bastante mais sinistro. 

Como o irmão também Pyhla-Vell morrerá (novamente), mas às mãos do maior inimigo de Mar-Vell , um renascido Thanos (nas páginas de Guardians of the Galaxy #24, Vol 2, de 2010). 

O espírito de Phyla-Vell foi, no entanto, mostrado como tendo sido preservado no interior da Soul Gem. 

Tanto Genis como Pyhla demonstraram ser bastante mais poderosos que o Mar-Vell. 

Genis mostrou-se capaz de criar ilusões massivas, modificar matéria e até mesmo aumentar de tamanho usando a consciência cósmica. 


 


No entanto, tais habilidades custaram-lhe, como já foi mencionado atrás a sua sanidade. 

Pyhla fazia um uso mais básico da consciência cósmica e era por isso muito mais estável que o irmão, mas não tão poderosa. 

Genis chegou a usar uma pistola kree que canalizava a energia cósmica/psiónica do seu corpo. 

Pyhla, por sua vez para além das Quantum Bands detinha ainda a Quantum Sword, a expressão máxima do seu poder. 

Com o seu renascimento como avatar do Oblivion ela deixará de poder usar as Quantum Bands, mas mantem a espada. 

Agora chamada de Oblivion Sword.


 


De 1993 a 2006, Genis reúne um contingente bastante variado de adversários que incluem: Fredd (uma versão maligna sua), Ely-Vell (o seu próprio filho imortal), Karl Coven, Zhib-Ran, Una-Rogg, Visalia e o Psycho-Man. 

A sua irmã irá ter que se haver de 2003 a 2010 com Annihilus, a Universal Church of Truth, Maelstorm, a Phalanx, Ultron e o Super-Adaptoid, entre muitos outros. 

Ambos terão que lidar com Thanos e contariam ainda com o lado sombrio de Adam Warlock, Magus, como o maior dos seus inimigos.
Genis-Vell foi personagem jogável na versão PSP de Marvel Ultimate Alliance e contou com duas action figures até ao momento. 

Phyla-Vell não teve qualquer action figure até ao momento, mas esteve presente em dois jogos: War of Heroes e Avengers Alliance. 

Para além disso, ela marcou presença num dos episódios de Avengers: Earth's Mighthiest Heroes, na qualidade de Quasar e como parte dos Guardians of the Galaxy.
Seguir-se-iam inúmeros impostores Skrulls até termos um puro Kree e a primeira humana com a qual Mar-Vell se cruzou a seguirem os passos dos gémeos e adoptarem o nome de Captain Marvel.

Mas isso é uma história para a próxima parte da nossa retrospectiva: De Ms Marvel para Captain Marvel!

*Nota: O primeiro Quasar moldaria os seus futuros uniformes para serem mais semelhantes aos do falecido Mar-Vell, como de resto se pode ver em Quasar #18 (Vol 1) e Quasar #26 (Vol 1), ambos de 1991.