Em Dezembro de 1985, nas páginas de Uncanny X-Men #200 (Vol 1) deu-se aquele que seria o primeiro julgamento de Max Eisenhardt, a.k.a Magneto. 

Durante anos o mais perigoso terrorista mutante em actividade, Magneto caminhava, pela primeira vez em muito tempo, o caminho da redenção, incentivado por um dos seus mais antigos amigos, o Professor Charles Xavier. 

Este era um caminho que Magneto havia começado a trilhar cinquenta números antes, em Uncanny X-Men #150 (Vol 1), quando quase ultrapassou os seus próprios limites morais e esteve perto de matar a jovem mutante Kitty Pryde. 



 



Vendo-se como um monstro, apartir desse momento, os próximos encontros com os X-Men serão bastante pacíficos. 

Magneto vai inclusive auxiliar a equipa contra as forças do Doctor Doom durante a primeira Secret Wars. 

É neste clima que no número 188 de Uncanny X-Men (Vol 1), Lee Forrester, uma amiga da equipa, vai levar um extremamente ferido Magnus para a mansão dos X-Men em Westchester.

 Rapidamente aceite por Xavier, que lhe vai dar uma nova identidade, a de Michael Xavier, o mestre do magnetismo ainda assim vai ter que lidar com o cepticsmo do resto dos X-Men, particularmente o de Cyclops. 

Contudo, o antigo vilão vai voltar a provar o seu valor, lutando ao lado dos X-Men, do Captain America, do Iron Man (Jim Rhodes) e dos New Mutants contra Thundersword, uma das criações do Beyonder, durante a segunda Secret War (em Secret Wars II #1, de 1985). 



 



Nem mesmo quando impede que Rachel Summers se torne uma assassina, em Uncanny X-Men #196 (Vol 1), Magneto consegue ganhar alguns pontos diante de Cyclops, que eventualmente abandona os X-Men, pela segunda vez na sua carreira heróica*, quatro números mais tarde.

A situação de Magnus vai piorar quando Mystique, líder da Brotherhood of Evil Mutants, consegue um perdão presidencial para si e para a sua equipa, passando a trabalhar para a representante governamental Valeria Cooper, com o nome de código Freedom Force. 



 



Contudo e para que o dito perdão produzisse efeitos práticos, a “nova” Freedom Force devia capturar Magneto e levá-lo a julgamento. 

O grupo assim o faz, atacando Magnus durante um encontro de sobreviventes do Holocausto nazi, no National Holocaus Memorial, em Washighton D.C.

Liderada pela Mystique, que se fazia passar por Lee Forrester, a Freedom Force (constituída por Avalanche, Blob, Destiny, Spiral e Pyro) depressa vai deparar-se com os X-Men, que vêem ao resgate. 

Embora inicialmente tenham tido alguma dificuldade em enfrentar os operativos governamentais, sobretudo devido aos poderes pré-cognitivos de Destiny, os X-Men rapidamente conseguem dar a volta ao cenário, inutilizando grande parte da Freedom Force. 



 



Ainda assim e mesmo depois de resgatar a capturada Lee, Magneto decide que é tempo de parar de fugir do seu passado e opta por entregar-se às autoridades para ser devidamente julgado.

O julgamento tem lugar num Tribunal especial, em Paris, sendo presidido pela juíza francesa Michelle Devereux, com a acusação a ser entregue ao inglês Sir James Jaspers e a defesa a recair sobre Xavier e a israelita Gabrielle Haller. 



 



Entre os seus muitos crimes, Magneto era acusado de ter morto a tripulação de um submarino russo e de ter destruído a cidade siberiana de Varykino, tudo isto nas páginas do já mencionado Uncanny X-Men #150. 

As notícias do julgamento vão chegar aos ouvidos dos Irmãos Fenrirs, que buscavam vingança sobre Magnus, Haller e Xavier, pela derrota sofrida pelo seu pai, o infame Baron Strucker, em Uncanny X-Men # 161, de 1982.





 



Com uma vasta organização ao seu dispor, os herdeiros do fundador da HYDRA vão atacar o tribunal, deixando os seus capangas a realizarem ataques terroristas por toda a Europa com o duplo intuito de distrair e virar a opinião pública contra os X-Men. 



 


 
Mesmo assim, Magneto vence a batalha contra os irmãos, contudo Xavier, que já se encontrava debilitado, sofre um ataque cardíaco. 

Apenas a chegada de Lilandra (regente deposta dos Shiar's) e dos Starjammers salva Charles, com um custo, todavia. 

Ele tem que abandonar o planeta. 




 



Xavier fá-lo, mas não antes de entregar o controlo da escola para Magneto, que passa a ter sob o seu encargo os New Mutants.

 Essa seria a gota final para Cyclops que parte dos X-Men com a primeira esposa, Madelyne Pyror, e com o filho recém-nascido, Nathan Cristopher Summers (futuro Cable). 

O julgamento esse seria interrompido e só retomado nas páginas da excelente mini-série de quatro números X-Men vs Avengers, em 1987, mas isso será tema para outra altura. 




*A primeira foi em Uncanny X-Men #138 (Vol 1), de 1980, logo após o funeral de Jean Grey.