Introdução:
Foi no distante ano de 2014 que respondendo a um desafio por parte de um amigo me dispus a fazer uma retrospectiva acerca do ouriço mais conhecido de todos os tempos, Sonic. Uma tarefa herculana que finalmente terminei. 

Nos próximos dois meses irão sair neste blog as restantes partes partes desta longa retro. 
Espero que gostem. 

Boa leitura! 



 O desastre de 2006
Em 2005 e depois da saída do título a solo de Shadow, o protagonismo é devolvido a Sonic com o lançamento de um jogo para a nova portátil da Nintendo, a DS. 





  



Sonic Rush, desenvolvido pela Sonic Team e pela Dimps, recupera grande parte do gameplay dos clássicos jogos da Mega Drive, ao mesmo tempo que apresenta novas personagens na figura da heroica Blaze, The Cat (a outra personagem jogável, para além de Sonic), e do vilão futurista Eggman Nega (descendente do conhecido Dr. Robotnik). 

O jogo explora a ideia de outras dimensões e depressa se torna num dos títulos mais vendidos da DS e da Sega entre 2006 e 2007. 

A popularidade de Rush valeu-lhe uma sequela em 2007, com Rush Adventure. 

O jogo trazia algumas novidades no que a gameplay e multiplayer dizia respeito, ao mesmo tempo que introduzia outra nova personagem, Marine, The Racoon.



  


Perante o sucesso dos seus jogos portáteis, seria sem surpresa que a Sega decide-se a lançar o ouriço no vasto mundo dos mobiles. 

É certo que Sonic já havia feito uma primeira incursão neste mundo através do port do Sonic Advance para a N-Gage, a portátil da Nokia, contudo esta seria a primeira vez que seria feito e lançado um jogo feito de raiz para este tipo de plataformas.

 Sonic Jump, que gozava de uma premissa muito simples, onde o único objectivo era o de saltar interminavelmente e conseguir o maior número de pontos possíveis, vai ser um flop, sendo retirado das app stores em 2007. 

A Sega insistiria neste conceito, relançando Jump em 2012 e desenvolvendo uma sequela em 2014 com o nome de Sonic Jump Fever, com resultados semelhantes.




 



Em 2006, seriam três os jogos lançados. Sonic Riders, desenvolvido pela Sonic Team e pela Now Production, tinha tanto de racing game, como de party game. 

Neste jogo, que encontrou uma casa em praticamente todas as consolas domésticas da época, Sonic e amigos faziam corridas entre si através do uso de hoover boards. 

Riders era um jogo agradável que provou ser bastante popular, sendo adaptado para a igualmente popular comic do Sonic nos números 163, 164 e 173, para além de ter feito uma aparição em Sonic Universe #23, 24, 33 e 36. 

Sonic Riders, que introduziu ainda mais personagens ao crescente cast do Sonic (falo dos Babylon Rogues e dos E-10000), teria uma sequela com Sonic Riders: Zero Gravity, passados apenas dois anos. 

A sequela repetiria muito daquilo que havia tornado Riders popular e seria lançada unicamente para a PS2 e Wii.









O segundo jogo de 2006 seria outro jogo de corridas, mais inspirado em títulos com Excite Bike, desenvolvido pela Sega Studio U.S.A em cooperação com a Backbone Entertainment. 

Sonic Rivals, um exclusivo PSP, apesar de ter cinco personagens jogáveis (Sonic, Knuckles, Shadow, Silver e Metal Sonic), tinha o handicap de todas elas terem exatamente o mesmo gameplay.

 Rivals trouxe algo novo ao badalado franchise da Sega, com a introdução de um sistema de colecção de cartas, que no entanto não tinha mais do que mero valor estético. 

Apesar de tudo Rivals venderá o suficiente para também ele, um pouco à imagem do superior Riders, conseguir uma sequela. Rivals 2 seria lançado em 2007 e pouco mais fez do que aumentar para oito as personagens seleccionáveis (temos agora Tails, Rouge e Espio). 

Rivals 1 e 2 tiveram a distinta particularidade de não terem sido lançados no Japão, mas apenas nos E.U.A e nos territórios PAL. 



  



Contudo, o grande bang de 2006 no que ao Sonic dizia respeito veio com o lançamento de um título que se proponha comemorativo dos 15 anos do ouriço azul. 

Com o título reminisciente do jogo de 1991, Sonic The Hedgehog de 2006 era visto como o novo Adventure e um valoroso acrescento à série. 

Todavia, o plano sai furado e Sonic 2006, como viria a ser conhecido, torna-se no maior flop de sempre da Sega. 

A verdade é que o projecto não começou bem, com a saída de Yuji Naka da Sonic Team pouco depois do anúncio do jogo na Tokyo Game Show, em 2005. 

Segui-se a divisão do estúdio em duas equipas, sendo que uma delas ficaria a cargo da tarefa de desenvolver Sacred Rings para a Wii. 

Atrasados em relação à suposta data de lançamento, a Sonic Team vai ignorar a Quality Assurance Tester Bug e resolve lançar o jogo à mesma. 



 



O resultado disso vai ser mais que visível com Sonic 2006 a sofrer de inúmeros glitches, problemas de design e péssimos controlos.  Um rude golpe para a franquia. 

Lançado para a PS3 e X-Box 360, Sonic 2006 procurou contar uma história diferente, ainda mais épica, um pouco à imagem de Final Fantasy, embora tenha mantido o mesmo vilão de sempre. 



  



Introduziu um novo ouriço, Silver, detentor de poderes telecinéticos, uma princesa, Elise, e um reino, o de Soleanna. 

Sonic 2006 seria o primeiro jogo da série, depois de Shuffle, a ser considerado unanimemente mau pela crítica e iniciaria uma trend na Sega. 

A tal trend consistia em retirar da distribuição digital todos os jogos Sonic abaixo do average, algo que apenas terminaria com o lançamento de Sonic The Hedgehog 4 - Episode 1, em 2010. 

Sonic 2006 também se tornaria infame pelo relacionamento pouco natural de Sonic com a princesa humana, Elise.



 A Storybook Sage e o Crossover com o Mário
Em 2007 e enquanto parte da equipa estava ocupada com Sonic 2006, a Sonic Team desenvolve em exclusivo para a Wii, Sonic and The Secret Rings. 



 



A ideia original seria fazer um port de Sonic 2006 para a consola doméstica da Nintendo, contudo e numa tentativa de se distanciarem do fracasso colossal que havia sido esse mesmo jogo, a Sonic Team decide desenvolver todo um novo conceito, que devolve Sonic à posição de único protagonista. 

Ao mesmo tempo que explora novas ideias. Inspirado nas Arabian Nights, Secret Rings introduz um novo vilão principal, o génio malvado de nome Erazor Djinn. 

O restante cast do Sonic também marca presença, mas na figura de meros NPC's e com novas personalidades. 

Secret Rings vai mais longe do que Sonic 2006, na inspiração que retira dos rpgs, na medida em introduz experience points e um sistema de level-up, útil para desbloquear novos movimentos. 



 



Para além disso e num nod a Ocarina of Time, Sonic tem uma fada para o aconselhar, Shahra. 

Devido ao facto de ser tão diferente em tom relactivamente aos restantes jogos da série, Secret Rings passará a ser o primeiro de uma nova linha, apelidada de Storybook Saga. 

Cada jogo desta nova linha seria baseado portanto num conto diferente. 



 



Em 2009 e como sequela de Secret Rings, seria lançado Sonic and The Black Knight. 

Inspirado nas lendas arturianas, The Black Knight faz Sonic empunhar a Excalibur e enfrentar uma versão maléfica do Rei Arthur, num jogo onde pela primeira vez, Robotnik não aparece, nem no papel de NPC. 

As fracas vendas e reviews de The Black Knight iriam, contudo, colocar um ponto de final prematuro à experiência, e a Storybook Saga, para a qual estava planeado um terceiro título, seria esquecida...
Entretanto e  no domínio da exclusividade para a Wii e DS, seria lançado algo que fãs dos jogos de vídeo ansiavam desde o lançamento do Sonic 1 em 1991, um crossover com Mário. 



 



Mario & Sonic at The Olympic Games seria lançado em 2007. Assente na temática olímpica, o jogo colocava as diferentes personagens de ambos os universos a competirem entre si pelas medalhas.

 O conceito provou ser de tal forma popular que este "one time deal" depressa ganharia os contornos de uma sub série, com novas sequelas a serem lançadas à medida que ia havendo mais Jogos Olímpicos.

 Mario & Sonic at The Olympic Winter Games, em 2009 e Mario & Sonic at The London 2012 Olympic Games, em 2011, seriam lançados para a Wii, para a DS (no caso do primeiro) e para a 3DS (no caso do segundo).

 Sochi 2014, de 2013, e Rio 2016, desse mesmo ano, seriam os primeiros desta série a serem lançados na Wii U, sendo que o primeiro foi um título exclusivo dessa consola, ao passo que o segundo teve lançamento na 3DS e nas Arcades. 

A aproveitar o sucesso do Mario & Sonic original, a Sega vai lançar para os mobiles, Sonic at The Olympic Games, em 2008.



  


Também em 2008 e no espírito de boa cooperação com a outrora companhia rival, a Sega vai permitir a inclusão de Sonic em Super Smash Bros Brawl para a Wii. 

Pela primeira vez podemos ver Sonic a enfrentar ícones como Samus e Link, algo que até então era domínio das fanfics. 

Sonic voltaria a marcar presença em Smash na sequela de 2014.




A hora do lobo

 
Em 2008 e depois de ter experimentado com a ideia de introduzir mecânicas de rpgs nos jogos Sonic, a Sega, pelas mãos da Bioware vai lançar para a DS, Sonic Chronicles: The Dark Brotherhood. Girando em torno do desaparecimento das Chaos Emeralds e do rapto de Knuckles, Dark Brotherhood marcou a estreia de Sonic no mundo dos rpgs. 



  



Bastante simples na história e nas mecânicas, Dark Brotherhood trouxe, como vem sendo tradição nos jogos do Sonic, uma nova personagem na figura de Shade, The Echidna.

 Demasiado estranho para os fãs de Sonic e demasiado leve para os amantes de rpgs, Dark Brotherhood ainda "jogou" com a ideia de uma sequela, mas tal não estaria destinado a acontecer.

 E por falar em estranho, nesse mesmo ano, a Sonic Team desenvolve para a PS3 e X-Box 360, Sonic Unleashed, um jogo que vê o mítico ouriço transformar-se num Werehog (uma espécie de lobisomem). 



 



Muito curiosamente e exactamente como Sonic 2006 antes deles, Sonic Unleashed foi apresentado como sendo o novo Sonic Adventure 3. Unleashed introduziu um ciclo de dia e noite à la Castlevania 2. 

O tal ciclo mudaria a disposição dos níveis e o gameplay do Sonic. 



 



De dia teríamos os típicos níveis de velocidade vertiginosa aos quais Sonic nos habituou, mas de noite e com o protagonista na forma Werehog, a ênfase passaria a estar mais nas plataformas e no combate, com o ouriço a usar os poderosos braços como forma não só de arrasar os inimigos no ecrã, mas também para se impulsionar pelos céus.

 Uma vez mais este não seria o título desejado. 

As fracas vendas de Unleashed não vão evitar o port. levado a cabo pelo Dimps, para a PS2 e Wii, assim como um short-movie da autoria da Sega VE Animation, em 21 de Novembro de 2008. Unleashed seria ainda adaptado para comic pela Archie.

A título de curiosidade convém salientar que Unleashed tem um nome distinto no Japão. Chama-se Sonic World Adventures no pais do Sol nascente.