Lançado para a GBA em 2004, pela Nintendo, o jogo que viria a ser conhecido no Ocidente como Fire Emblem Advance, seria o primeiro da série a ser publicado fora das fronteiras nipónicas. 

Desenvolvido pela Intelligent Systems, Fire Emblem Advance é o sétimo jogo da série e o segundo a ser lançado numa portátil, sendo ainda prequela do seu antecessor, Binding Blade (do qual falei a semana passada em One Time Game).



A história está dividida fundamentalmente em duas partes. 

Na primeira, Lyn's Tale, o jogador controla Lyndis, uma jovem espadachim, neta do governante de Caelin, que simultaneamente luta para salvar a vida do seu avó materno e impedir o tio de ascender ao trono. 



Com apenas 10 capítulos, a Lyn's Tale funciona como uma espécie de tutorial mais alargado, visto haver um muito básico no início do jogo no qual somos guiados pela familiar Anna. 



A segunda, Eliwood's Tale, coloca-nos na pele de Eliwood, o príncipe de Pherae que procura o seu pai desaparecido, ao mesmo tempo em que se vê envolvido numa violenta disputa territorial com o corrupto Reino de Laus, liderado pelo Marquês Darin, e o grupo sinistro conhecido como Black Fangs, chefiado pelo feiticeiro Nergal. 

Com Lycia em plena guerra civil, mercê dos ataques de Laus aos outros Reinos, Eliwood consegue o apoio de Lyn e Hector, herdeiro de Ostia e seu amigo de infância. 



Caberá aos três salvar o continente e resgatar a vida do pai de Eliwood. 

Esta segunda parte é bastante mais extensa que a primeira, contando com o dobro dos capítulos e ainda com algumas sidequests nas quais é possível vislumbrar outros elementos da história, recrutar novas personagens ou conseguir itens utéis para a longa demanda.

Com menos personagens selecionáveis do que Binding Blade, cerca de 44, Fire Emblem Advance mantém todos os elementos positivos do seu antecessor, como é o caso das mudanças feitas ao triângulo das magias (tornado mais simples com a introdução da anima)e ao Support System (ao permitir estabelecermos relações com mais que uma personagem). 



O jogo mantém a estrutura de um Rpg táctico no qual as diferentes personagens se movimentam numa espécie de tabuleiro de xadrez, enfrentando os adversários à vez e sendo premiadas a cada vitória com pontos de experiência que são essenciais para a evolução dos vencedores e para a consequente vitória final no dito jogo. 

Cada personagem tem até duas classes, as quais podem ser evoluídas até ao nível 20, sendo de salientar que a primeira mudança de classe apenas é possível pela obtenção de Crests que variam de classe para classe (Knight Crest para Cavalier e Hero Crests para Mercenaires por exemplo). 

De salientar que tal e qual outros títulos da série, também aqui a nossa proficiência com uma determinada arma aumenta conforme o maior número de vezes a usemos em combate. Essa perícia aumenta o poder do nosso ataque com a dita arma, dando inclusive certos bónus ocasionalmente. 



Embora a situação incómoda do Hit Detection de Binding Blade esteja resolvida, isso não torna o jogo mais fácil. 

Com a morte definitiva presente durante 90% do jogo (Só na Lyn's Tale é que estamos a salvo dessa regra, com as personagens a serem derrotadas e não mortas no caso de falhanço), cada passo dado tem que ser bem calculado, até porque as armas são finitas e o dinheiro é escasso. 

É possível conseguir uma boa quantidade de dinheiro nas lutas de Arena, contudo os riscos são elevados, pelo que o melhor é fazer uma gestão sensata dos recursos. 




Para além do seu estimulante modo single-player, temos ainda um modo multi-player, o Link Arena, que é comum a todos os três Fire Emblems do GBA. 

Embora não seja um modo propriamente profundo, visto que consiste num mero duelo entre duas, três ou quatro equipas, o Link Arena é uma curiosidade interessante. 



Com uma banda-sonora que nos fica no ouvido e com gráficos decentes para a altura, este Fire Emblem compensa o menor número de personagens com uma história mais trabalhada e extensa, que pode ser inclusive voltar a ser experimentada de um ponto de vista diferente em Hector's Tale após a conclusão do jogo. 




A Hector´s Tale conta basicamente o mesmo que a de Eliwood, mas mudando o foco para Hector e introduzindo dois novos capítulos e sidequests. 

Funciona para todos os efeitos práticos como sendo, à boa tradição da Nintendo, uma "Master Quest", pois é também mais difícil que o modo normal. 



No geral, o que distingue este do seu antecessor não muito, é certo. No entanto, as mudanças de Fire Emblem Advance, sobretudo no que à história, conteúdo e gameplay diz respeito, fazem com que este seja o jogo definitivo da série no GBA, superando mesmo o excelente Sacred Stones sobre o qual falarei um dia.