Corria o ano de 1993, quando a Super Famicom foi agraciada com mais um jogo licenciado, baseado numa das mais populares mangas e animes da época, no Japão.

 Falo de Ghost Sweeper Mikami. Um jogo maioritariamente de acção e plataformas, com pequenos toque de shooter cute'em up, que nos coloca na pele da bela exorcista profissional, Reiko Mikami.

Num mundo que tem muito em comum com aquele visto nos míticos filmes dos anos 80 dos Caça-Fantasmas, os espíritos e outros fenómenos paranormais abundam, pelo que os autorizados Ghost Sweepers são a forma mais adequada de os resolver. 

Reiko, que tem a sua própria agência, é a mais prolífera de entre os exorcistas GS. Acompanhada pelo seu assistente Tadao Yokoshima e pela fantasma Okinu, ela enfrenta alguns dos mais tenebrosos espíritos e demónios, que ameaçam mergulhar o Japão no chaos, através da libertação de um mal muito antigo (representado por uma estatueta para as quais são necessários sete cristais, de forma a proceder à sua activação). 

 

 

 

Esta é a premissa base para este divertido e bem elaborado jogo da Natsume. 

Como já foi referido acima, Reiko é a personagem que o jogador irá controlar durante a aventura. Tadao e Okinu também aparecem, mas como empecilhos, no caso do primeiro, ou como auxiliares, no caso da segunda. 

Contudo, a sua aparição dar-se-á em níveis muito específicos. Ou seja, não os podemos chamar quando quisermos, como acontece com os adjuvantes do primeiro jogo dos X-Men para a Mega Drive. 

Reiko conta com um bastão como a sua principal arma de ataque. O mesmo pode ser melhorado através de power-ups existentes nos diferentes níveis.

 

 

 

Temos bastões de diferentes cores, nomeadamente: o azul, que concede a Reiko o acesso a um duplo raio vertical; o amarelo, que permite à nossa heroína disparar relâmpagos e o rosa, através do qual ela pode criar uma onda de energia com maior alcance (uma espécie de Sonic Boom). 

Para além de funcionar como arma, o bastão permite (numa referência ao Super Castlevania 4) aceder a plataformas muitos específicas e com isso fazer Reiko progredir no jogo. 

Reiko possui ainda ao seu dispor um arraial de diferentes artefactos que a permitem efectuar variados ataques de natureza mágica. 

Um deles, um papel sagrado, dá-lhe a possibilidade de absorver ataques inimigos e é muito útil contra determinados bosses. 

Como não podia deixar de ser, os níveis, aqui chamados de reports, estão repletos de itens para encher a energia, representada por corações. 

 

 

 

Os reports são sete. Oito, se contarmos com a batalha com o boss final como um nível à parte. 

Todos eles são baseados em episódios da manga/anime e vêem Reiko enfrentar alguns dos seus mais populares adversários. 

O primeiro report tem lugar nas ruas da cidade, progredindo para o interior de uma enorme carruagem ferroviária. Entre os inimigos que aqui podemos encontrar temos diferentes tipos de Poltergeits e Zombies. 

O report culmina com uma batalha contra o Ghost Train (o segundo jogo, desde o Final Fantasy VI, no qual tive que enfrentar o espírito de uma locomotiva). 

 

 

 

O segundo report leva-nos para a zona rural e montanhosa do Japão, com os seus inúmeros riachos e cascatas. Aqui temos que lidar com plantas aquáticas e outra fauna marinha, assim como com algumas armadilhas, antes de alcançarmos uma velha mansão, onde nos espera um dos bosses visualmente mais interessantes de todo o jogo, a boneca amaldiçoada Moga-Chan. 

No terceiro report, Reiko é reduzida de tamanho e tem que cavalgar as costas de um gato bastante assustado, enquanto este corre pelos telhados de Tóquio.

 

 

 

Este nível não é tanto de plataformas, mas antes consiste em evitar os múltiplos obstáculos que vão surgindo no nosso caminho, e repelir os muitos inimigos voadores (pássaros, abelhas, etc...). O report culmina numa batalha com a ilusiva fada maligna Ja Seirei. 

Segue-se o quarto report, que vê a nossa heroína explorar uma estufa. Como não poderia deixar de ser, os inimigos são maioritariamente flora possuída. Regressam as plataformas, às quais se seguem o combate com o canino possuído, Kojiro. 

De salientar, que antes do boss iremos encontrar uma rapariga sentada. Se querem evitar dano, não a ataquem, mas limitem-se a passar pacificamente por ela. 

 

 

 

No quinto report, o jogo torna-se um cute'em up, com Reiko a tomar os céus na sua vassoura voadora. No seu caminho para o boss vampiresco deste nível, o Count Bloodeau, estão inúmeras bruxas, pequenos wyverns e esqueletos voadores. 

O sexto report leva-nos para uma área de construção onde as armadilhas abundam e onde certos adversários por e simplesmente não podem ser vencidos, mas antes devem ser evitados. 

Com muita ênfase nas plataformas, este é o nível com o boss mais desafiante de todo o jogo, o palhaço Piper. Com duas formas (a segunda tem-no montado numa ratazana enorme) e com um golpe mágico que nos pode inutilizar os ataques, este é um adversário que exige muita cautela. 

O penúltimo nível tem lugar no mundo onírico, onde não existem muitos adversários, mas antes uma estranha mecânica de gravidade que afecta mais ou menos a nossa personagem consoante a coloração do cenário atrás de nós. Para além disso, existem diversas plataformas invisíveis. O boss final desta área, o equídeo Nightmare, luta através de uma proxis, representada por uma compatriota GS sob o seu domínio hipnótico. Um verdadeiro mirror match. 

 

 

 

O último e decisivo nível coloca-nos frente a frente com uma das maiores vilãs da série, a demoníaca Medusa, numa batalha que tem lugar numa rocha flutuante. 

Dono de uma música ritmada e de cenários bastante coloridos, GSM não é o mais difícil ou longo dos jogos, sendo possível terminá-lo em menos de trinta minutos. 

Ainda assim, a variedade de sprites e o gameplay fresco fazem deste jogo um título bastante interessante para alguém que esteja à procura de um bom jogo temático, que fuja um pouco às séries tradicionais, para jogar neste Halloween.