Dragon Force
Sega Saturn


Dragon Force é um RTS (Real Time Strategy) desenvolvido pela Sega e lançado pela Working Designs, corria o ano de 1996, para a Sega Saturn. Fazendo uso de um visual bastante baseado na animação japonesa da altura, Dragon Force tornou-se em um dos mais procurados, e cobiçados, títulos da Saturn. O jogo foi, inclusive, relançado, com uma nova artwork, para a PS2, como parte da colecção Sega Ages. Contudo, este “remake” ficou-se apenas por terras nipónicas, pelo que, a única versão de Dragon Force, disponível na Europa, é a da Saturn. Falando do jogo, propriamente dito, este tem uma história extremamente apelativa, que nos é relatada magistralmente na bela introdução do mesmo.



 Segundo essa intro animada, Astea, a Deusa responsável pela criação de Legendra, o continente onde se passa a nossa aventura, enfrentou o Deus negro, Mardruk. Incapaz de o destruir, Astea concedeu o poder do dragão sagrado, Harsgalt, a oito guerreiros mortais. Conhecidos como Dragon Force, os oito vão selar Mardruk e os seus seguidores, aparentemente, para todo o sempre. Passados 300 anos, contudo, uma nova Dragon Force deve-se unir para parar o renascimento do Deus louco, que ao acontecer, conduzirá à destruição de Legendra. É, com esta história épica, que somos introduzidos no jogo. Inicialmente, temos à disposição seis reinos, sendo que quando chegarmos ao fim a primeira vez, poderemos escolher mais outros dois. Cada um dos reinos tem a sua própria história, disposição no mapa e conjunto de personagens específicas, o que aumenta, e muito, o replay value deste título, sendo que, decerto, queremos ver todos os seis finais iniciais . O primeiro dos reinos é Highland que é chefiada pelo cavaleiro branco, Wein. Em segundo temos a nação selvagem de Bozack, com o seu monarca impulsivo Gongos. Em terceiro, vem a nação fria de Tristan, com a igualmente distante e gélida rainha Junon. O reino élfico de Palemoon, da gentil Teiris, é o quarto. O estóico Mikhal lidera a nação samurai de Izumo. Por último, temos o reino de Topaz, com o rei-monge Leon, a liderá-los.

































Como já referi, assim que chegarmos ao final do jogo, teremos mais duas nações à escolha. São elas, o reino dos feiticeiros de Tradnor, com o rei Reinhart e o Império da Fandaria, de Goldark, que surge como o principal antagonista durante grande parte do jogo. Temos, portanto, oito finais distintos à escolha! O gameplay de Dragon Force é bastante acessível, se compararmos com outros RTS’s bem mais complexos, da altura, como Age of Empire. Misturando elementos RPG’s com aqueles dos RTS’s, Dragon Force consegue criar uma experiência envolvente e altamente viciante. O jogo, em si, divide-se em dois tipos de mapas. Temos o World Map, onde podemos ver a movimentação, não apenas dos nossos, mas de todos os exércitos e os castelos ocupados ou por ocupar. Esta fase, que dura o correspondente a uma semana no tempo de jogo, serve para organizarmos as nossas tropas e generais, fazendo a gestão do pessoal disponível e planear, não apenas a defesa do nosso território, mas também as ofensivas para alargar o mesmo. É neste World Map, que decorrem as lutas.



 Nestas, controlamos um contingente que pode ir até dez generais, se estivermos em um castelo, ou cinco se formos a força invasora. Para o triunfo nestas batalhas, em muito contará não apenas o terreno onde lutámos, mas também o exército que colocamos em campo, para lutar. Se vencermos todos os generais do nosso inimigo, conseguiremos a vitória e, com isso, avançar na história do jogo. É possível, também, acontecerem batalhas cujo resultado acabe em empates. Podemos, inclusive, recuar, se sentirmos que a corrente da guerra não nos favorece. Em Dragon Force temos nove tipos de exércitos, desde os dragões, samurais, cavaleiros e soldados, até feras, magos, monges, arqueiros e harpias. Se o nosso adversário escolher cavaleiros, a nossa melhor opção, para contra atacar serão monges ou feras. Se por outro lado, ele tiver optado por dragões, só poderemos vencer, se recorrermos a samurais. Todavia, e se soubermos usar as estratégias que estão à nossa disposição, podemos, mesmo com um tipo de exército mais fraco ou menor, vencer. (o máximo que um exército pode ter de operativos são 100 e, o mínimo 10)



 É certo que não podemos controlar, directamente, a acção de cada soldado, mas podemos fazê-lo com o general. Este pode variar nas classes (pode ser, por exemplo, Paladino, necromante ou ladrão) e com isso dispor até três golpes de magia. (Os Paladinos possuem o Sonic Boom, uma enorme onda de energia, o Hurricane, que libera um duplo tornado, e o Sonic Blast, com cinco ondas a serem lançadas pelo jogador.)Essa magia, medida por uma barra situada no canto superior do ecrã, pode afectar apenas o general inimigo, o seu exército ou ambos. Se for usada na altura certa, pode causar grandes estragos e, mesmo, virar o rumo de uma batalha. Em última instância, o general do jogador pode enfrentar o CPU, em um duelo, se ambos tiverem perdido todos os seus soldados. Esta luta é automática, mas o jogador pode optar por abandonar a batalha, se achar melhor. Um general derrotado pode morrer, em certos casos, ou ser capturado pelo inimigo. Se o general que estivermos a usar for um dos da nossa party original, caso saia derrotado, vai apenas para o Hospital recuperar. Se usarmos o nosso monarca e este for derrotado, será Game Over.














 Mas como falei anteriormente, o World Map é apenas um de dois modos de jogo. Encerrado o World Map, iremos para um menu administrativo, onde teremos a possibilidade de vasculhar os castelos em busca de items, novos generais ou diferentes tipos de soldados. É possível, também, ouvir os nossos generais, aumentar-lhes o exército ou atribuir-lhes items que julguemos uteis. Temos a possibilidade de fortificar os castelos em nossa posse, converter prisioneiros para a nossa causa ou fazer save do jogo. (convém salientar que o save também pode ser feito no World Map, a qualquer altura, menos durante uma batalha) A nível gráfico, Dragon Force faz uso de algum 3D, mas o jogo é maioritariamente em 2D. Os modelos das personagens têm imensas animações e os seus cenários são bastante detalhados e variados. O visual em anime, e as cutscenes, embora sejam apenas desenhos parados, são de uma beleza impressionante. A música, também, não fica atrás, em termos de qualidade, e as suas melodias fazem-nos mergulhar, por completo, nesta aventura. Dragon Force, em última análise, é um título que todos devem tentar jogar, pelo menos uma vez na vida. Um titulo de qualidade e originalidade impressionantes.




Escrito por Ivo Silva