Alguém ainda se lembra da época em que se emprestavam jogos?
Rocket Knight veio parar às minhas mãos, precisamente, por esse meio. Na época
dourada das 16 Bits, tinha eu acabado de jogar Shinobi 3, na Mega Drive, e como
de costume essa notícia espalhou-se por toda a escola. Não tardou a surgir
alguém interessado em emprestar-me um dos seus jogos, em troca da mais recente aventura do ninja da Sega. Ainda me recordo do meu desapontamento, ao
verificar que, o jogo que me queriam emprestar, era um perfeito desconhecido,
para mim. Esperava o Super
Street Fighter 2, mas, em troca trouxe o Rocket Knight Adventures, featuring
Sparkster. Rapidamente, o jogo se tornaria no meu título favorito para a
Mega Drive.
Lançado para a Mega Drive, a 6 de Agosto de 1993, Rocket
chegou ao Ocidente nesse mesmo ano. Criado por Nobuya Kakazato, este jogo da
Konami conta com um trunfo que desde logo salta à vista. A personagem
Sparkster, o herói, e o mundo colorido no qual se movimenta. Numa época
polvilhada de clones do Mário e Sonic, RK distinguia-se dos restantes
pretendentes. Sparkster é um marsupial, que em muito faz lembrar um rato, e
que, tal como os macacos, possui uma cauda preensível. Esta vai permitir-lhe
agarrar-se a ramos de árvores existentes no jogo. Mas, o que mais se destaca na
personagem é a armadura de cavaleiro com um foguete nas costas e a sua espada, fiel companheira de qualquer herói clássico.
Como já havia referido no início, ao iniciarmos o jogo
damo-nos conta do quão colorido é, de facto, este mundo. RK tem gráficos que
não ficam nada a dever a alguns dos melhores títulos da Mega Drive. Ao grafismo
alia-se uma nova perspectiva sobre o clássico enredo de salvar a princesa. Na
verdade, protege-la é o nosso dever, visto que somos um cavaleiro da Ordem dos
Rocket Knights, que defendem o Reino de Zebulos. O Reino fora atacado, em
tempos passados, por uma poderosa nave espacial, a Pigstar. Contudo, o primeiro
monarca de Zebulos vai conseguir vencê-la e aprisioná-la no interior de um selo
mágico. A chave para esse mesmo selo vai ser guardada pela família real e os
seus descendentes. É neste contexto, e com o objectivo de ser uma protecção
extra para essa mesma família, que se vai criar a referida Ordem.
Sabendo desse poder, os reinos vizinhos iniciam vários
ataques a Zebulos e é durante essa época violenta que Sparkster se torna num
órfão de guerra. Adoptado por um amigo do Rei, que também era líder dos cavaleiros
alados, Sparkster vai demonstrar, desde cedo, ser um Rocket Knight promissor. Contudo,
um dos outros cavaleiros, Axel, corrompido pelo poder, ataca o pai adoptivo do
nosso herói, deixando-o inválido, e foge, de seguida. Sparkster, agora líder
da Ordem, não vai deixar de o tentar encontrar, durante 10 anos. Passado esse
tempo, Sparkster regressa a Zebulos e é, a partir, daqui que a narrativa do
jogo começa. O Reino encontra-se sobre ataque do Império dos Devotindos, uma
raça de porcos sequiosos por conquista, liderados pelo Imperador Devligus. O
jovem Sparkster, não perdendo tempo, corre para o castelo, onde, após derrotar
o primeiro boss, vai deparar-se com o desaparecido Axel a tentar raptar a
princesa. O seu objectivo, com esta acção, era o de conseguir a chave do selo
para libertar a Pigstar.
Podemos guiar os
movimentos de Sparkster, com bastante precisão. Um botão para saltar e outro
para usar a espada. (seja directamente ou indirectamente, libertando rajadas de
energia) O último botão serve para carregar o foguete, que pode voar em oito direcções
distintas dependo de para onde o direccionámos no D-pad. Caso não pressionemos
em nenhuma direcção, Sparkster executará um ataque rotativo, no local onde se
encontra parado. Para finalizar, deixem o volume bem alto pois, como já era
hábito nos jogos da Konami da altura, a banda sonora consegue contagiar-nos e
adequa-se, muito bem, a cada momento do jogo.
Diga-se que este título faz justiça ao que de melhor se fez
no género das plataformas. Combina elementos clássicos com características
marcantes de outras séries. Isto irá conduzir a uma sequela tanto para a Mega Drive,
como para a SNES e ainda a um jogo para a PSN e X-BOX Live Arcade. Tudo isto
serve para mostrar que Sparkster está vivo e, ainda tem um grupo de fãs que
aguardam, fervorosamente, por novas aventuras.
Texto e análise da autoria de Joel Sousa
Publicado por Ivo Silva
Publicado por Ivo Silva
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