Também conhecido como Sword of Seals, The Binding Blade foi o sexto jogo da popular série de Rpg's tácticos da Nintendo, Fire Emblem. 

Desenvolvido pela Intelligent Systems, The Binding Blade nasceria das cinzas de Fire Emblem: Maiden of Darkness (mais conhecido pelo nome de código de Fire Emblem 64), que tinha estado a ser desenvolvido para a N64 e para o seu periférico, o 64DD.



 O falhanço de vendas que foi o dito periférico juntamente com a saída de Shozou Kaga, criador da série, da Nintendo, levaram a que o projecto fosse cancelado e os esforços fossem redirecionados para a criação do que seria o primeiro título portátil da série. 

Fire Emblem: The Binding Blade, que sairia no Japão a 29 de Março de 2002, para o GBA, reaproveitava alguma coisa do seu "antecessor" da N64, nomeadamente duas das personagens principais, Roy e Karel. 



A Nintendo equacionou mesmo o lançamento do jogo para além das fronteiras nipónicas, contudo acabaria por mudar de ideias, isto apesar de ter permitido a inclusão de Marth (o herói original de Fire Emblem) e Roy como personagens jogáveis em Super Smash Bros Melee, para a Gamecube, com vista promover esse mesmíssimo jogo.

Apenas chegaria a nós a sua sequela/prequela em 2004, se bem que hoje em dia temos versões traduzidas (por fãs) de The Binding Blade.



A história de Binding Blade não é muito distinta da do Fire Emblem original, facto pelo qual muitos veem o título do GBA como um "remake" do jogo da NES, sem no entanto o ser de facto. 

O Reino de Lycia sofre com a possibilidade de invasão iminente por parte do maligno Império de Bern. O Imperador Zephiel, que já anexou Sacae e Ilia, ataca Ostia, matando o Lord Hector. 

Com o governante de Lycia, Lord Elinwood, gravemente doente, cabe ao seu filho, o jovem Roy, combater as forças de Bern. Contudo, o jovem não está sozinho na luta e conta com o auxílio de numerosos combatentes, entre eles Lilina, filha do falecido Hector, e Guinevere, irmã rebelde do próprio Zephiel.

 Esta última traz consigo a importante relíquia nacional de Bern, o Fire Emblem. Pelo caminho, como não podia faltar na série, a ameaça dos Dragões paira sobre o continente.



The Binding Blade não inventa a roda, mantendo muitas das features de outros jogos da série, no que ao gameplay diz respeito. 

Continua a ser necessária fazer uma boa gestão dos recursos monetários e logísticos, visto que ambos são parcos. 

A morte definitiva mantêm-se, juntamente com o nível elevado de dificuldade. Na verdade, esta última é acentuada pelo simples facto dos mapas serem consideravelmente maiores, o que exige ao jogador uma maior rapidez na exploração do mesmo, sob sérios riscos de ser arrasado pelas hostes inimigas. 



The Binding Blade não é de todo um jogo defensivo ou expectante. Isto aliado a adversários resistentes e a um hit detection (muitas vezes falhámos com um hit de 90%, ao passo que o CPU logra em nos atingir com míseros 4%, provocando geralmente bastante dano...) que deixa muito a desejar, tornam-no num dos títulos mais difíceis e "injustos" de toda a série. 



Ainda assim, Binding Blade trouxe consigo inúmeras inovações que serviriam de base para o futuro. Mais simplificado fica o triângulo da magia, agora com Anima, Light e Dark. Bastante melhorado é não só o Support System, sendo possível agora fazermos a associação a mais que uma personagem, como também o Fog of War, com apenas os inimigos (e não a totalidade do cenário) a ficarem ocultos da vista do jogador. 

Pela primeira vez surge o Rescuing, que permite a determinadas unidades resgatar outras que estejam em dificuldades, bem como a componente Multiplayer, explorada em Link Arena, e que permite a cerca de quatro jogadores lutarem entre si usando uma equipa constituída por cinco personagens. 

Uma primeira tentativa insípida é certo, sobretudo se comparada com o Multiplayer de Awakening, mas de louvar mesmo assim. 



Com cerca de 25 capítulos e mais 6 sidequests, The Binding Blade procura ainda aumentar o seu replay value não só com o modo Trial Map (com cinco cenários mais para jogar), mas também com as suas 62 personagens recrutáveis.

 Não há muito a apontar no que a termos gráficos e músicas diz respeito, sendo que tanto uma como outra apresentam grande qualidade para uma portátil desta altura.

Em termos gerais, The Binding Blade tem uma história decente, com um herói e um vilão interessantes, no entanto sofre de uma falha que pode ser fatal. 

Nem é tanto a dificuldade, mas antes o já mencionado hit detection. Este é tão impreciso e injusto que pode levar até mesmo os mais apaixonados pela série a abandonar esta aventura a meio da sua conclusão.