Castlevania: Curse of Darkness Versão PS2 |
Elaborado em 2005, pela Konami, para a X-Box e PS2, Curse of
Darkness é o segundo título 3D da série nesta geração de consolas. Melhorado em
todos os seus aspectos, em relação ao primeiro, protagonizado por Leon Belmont,
Curse é um sólido jogo de acção e aventura, com toques de Hack and Slash e
pitadas de RPG. Mais uma vez, regressamos às distantes e sombrias terras da
Transilvânia. Desta feita, não iremos controlar um Belmont, embora Trevor faça
a sua aparição neste jogo, como um dos bosses. O protagonista da estória de
Curse é um dos antigos alquimistas demoníacos de Drácula, Hector. Munido da sua
magia e espada, o jovem de cabelos brancos busca vingança, não contra o senhor
dos vampiros, mas na direcção do actual feiticeiro do Conde, o ruivo Isaac.
Este era amigo de Hector, mas traiu-o ao ser responsável pelo facto da mulher do primeiro, Rosaly, ter sido queimada viva, após ser acusada de feitiçaria. Passando-se em 1479, e sendo uma sequela da estória de Castlevania 3, Curse of Darkness deixa-nos no controlo exclusivo de Hector. Como foi referido, o alquimista não usa o tradicional vampire killer, por não ser um Belmont, mas em contrapartida pode equipar variados tipos de armas. Temos espadas, lanças, machados, soqueiras e escudos. Todas elas têm as suas vantagens, sendo que mesmo dentro de cada categoria existem diferenças. Umas são mais rápidas e permitem-nos encadear, mais facilmente, um maior número de combos. Outras são lentas, mas provocam maior dano ao opositor. Existem, inclusive, um conjunto de armas especiais, como as tonfas ou a gatling gun, que diferem, em poder, das normais. O sistema de luta de Curse assenta, fundamentalmente, em um único botão para combos e outro para um ataque mais forte, ao estilo do que vemos em jogos da série Dynasty Warrior, por exemplo. Hector não possui, somente, poder ofensivo.
Armaduras, capacetes e botas são alguns dos itens que visam proteger Hector e aumentar-lhe a capacidade de defesa exponencialmente. Ambos os equipamentos estão disponíveis nas lojas espalhadas pelo jogo, onde é possível comprar poções para encher a energia, para curar alguma maldição que tenhamos sofrido ou obter mesmo uma vida extra. Á medida que o jogo vai avançando, Hector evolui, fazendo o level-up que já vem sendo característico da série, mais ou menos desde Symphony of the Night. A evolução de Hector é feita vencendo o maior número de inimigos possíveis. Ao serem derrotados estes deixam experiência, dinheiro (moedas para gastar na loja) e, ocasionalmente, itens. Curse of Darkness tem, contudo, algo que torna o jogo especial e diferente de outras ofertas do género. O facto, de Hector ser um alquimista e a existência de “ovos” no jogo, permite que, em determinadas salas específicas, o nosso protagonista os possa converter em Inocent Devils. Estas criaturas são uma ajuda valiosa, não apenas para proceder à exploração das áreas de jogo, mas também para a resolução de pequenos puzzles e lutas de bosses.
Á nossa disposição temos uma grande variedade deste Inocent Devils. As Fadas possuem habilidades de cura muito úteis, até porque as poções referidas anteriormente, tendem em não encher a barra de Hector totalmente, ao contrário de um dos feitiços das ditas. O Pássaro permite-nos voar, por breves momentos, e com isto cobrir distâncias que o nem com o duplo salto conseguiríamos efectuar. O Mago, muito útil, permite-nos atacar à distância, com poderosos feitiços. O Golem é o mais resistente e forte dos monstros, mas está limitado a ataques físicos. Por último, temos o Diabo que é o expoente máximo dos Devils, tanto nas capacidades, como na resistência. Como Hector, também eles podem ser evoluídos. Basta que os usemos em batalha muitas vezes. O jogo, em si, não possui níveis per se, mas antes um grande nível interligado, com múltiplas salas para fazer save.
Curse é um jogo de exploração, ao jeito dos primeiros da Playstation 1 e talvez por isso, a Konami tenha optado por incorporar, à imagem deles, uma sala de teletransporte que visa encurtar distâncias. Isto vem poupar tempo ao jogador e não faz com que o jogo se torne aborrecido. Em relação ao primeiro jogo para a PS2, Curse constitui um avanço razoável, se bem que nota-se, muitas vezes, a existência de um espaço demasiado vazio. É certo, que as catacumbas, o castelo ou o reservatório são bastante bonitos e agradáveis, mas comparado com o que já vimos na série, estes surgem-nos como demasiado desprovidos de conteúdo. Faltam pormenores como os retratos nas paredes ou os vitrais cristalinos, por exemplo. A música, embora adequada, não é melhor do que a do jogo de Leon. Mais uma vez falta-lhe aquele pequeno toque de gótico e clássico na sonoridade. Todavia, fãs de rock mais pesado irão apreciá-la consideravelmente. Curse possui alguns segredos nas suas mangas. Temos um Devil extra, o Abóbora, que permite subir todos os status de Hector para o máximo, mas não tem quaisquer capacidades ofensivas. Podemos, ainda, acedendo ao modo extra, jogar com Trevor Belmont. O jogo com o caçador é totalmente diferente, no sentido em que a nossa principal arma de ataque é a Vampire Killer. Desaparecem os Inocent Devils e surgem elementos familiares como a faca, machado, água-benta, cruz e relógio.
Conclusão
Curse of Darkness é um entrada sólida no franchise. Com bons
gráficos e fmv bastante bem conseguidos para a época, Curse peca pelo seu pouco
detalhe nas paisagens e por uma música não muito memorável. Apesar de implicar
muito backtracking e level-up, serão raras as vezes em que teremos que parar a
nossa aventura por não conseguirmos atravessar uma determinada área, quer isso
se deva a um nível insuficiente de Hector ou à falta de um Devil específico. O
sistema de luta é básico, mas ganha uma incrível profundidade estratégica
através do uso dos Devils. Por último, a inclusão de um modo com Trevor é um
easter egg agradável para os fãs de longa data da série, mas a verdade é que o
jogo é muito mais satisfatório de se jogar com Hector.
Escrito por Ivo Silva
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