Para a Game Gear /VC 3DS



Mestre das Trevas, mas pouco

Face ao monopólio, por parte da Nintendo, nos finais dos anos 80 e inícios de 90, não seria de espantar que a Sega tivesse que arregaçar as mangas e ela própria criar equivalentes aos títulos 3rd Party que gracejavam a NES. Desta forma, a Sega iria lançar, em 1992, na Master System II, Vampire: Master of Darkness, em resposta a Castlevania. O jogo será transportado, no ano seguinte, para a portátil Game Gear.









As inúmeras semelhanças entre ambas as séries são muitas, não querendo, com isto dizer que não haja factores originais, como a sua narrativa que nos leva para uma Inglaterra vitoriana, assolada por uma vaga de crimes misteriosos que ocorrem no decorrer da noite. A missão de investigar esses casos caberá ao protagonista, que após receber uma mensagem de um tabuleiro de Ouija, irá encontrar vilões do calibre de Jack, o Estripador, entre outros assassinos, ao longo da demanda, que mais tarde se irá revelar como uma trama para ressuscitar Drácula. Tudo isto é explicado por pequenos diálogos, acompanhados de uma pequena imagem, após enfrentarmos os Bosses de final do 3º acto de cada nível. Talvez, venha daí o nome do protagonista, Dr. Social. Ele gosta, bastante, de socialização. (Peço desculpa pela fraca piada, mas tinha que ser)




 Outro aspecto diferente da série de culto da Konami, encontra-se nos níveis. Começando pelo rio Tamisa, até à Torre de Londres e o seu famoso Museu de Cera. Contudo, mais para o meio, alguém deve ter deitado o bloco de ideias fora e, claramente, foram buscar níveis do Castlevania, como por exemplo, o cemitério, torre do relógio e, inclusivamente, o castelo do famingerado vampiro na Transilvânia. Devido ao tema, em si, não se pode cair muito sobre estes aspectos. Um bolo de chocolate terá, sempre, que ter chocolate! Os gráficos, apesar de apresentados numa Game Gear são muito detalhados e coloridos, com o protagonista e adversários a serem bem grandes e vistosos no ecrã. Os controlos demonstram uma boa resposta, permitindo saltos de plataforma em plataforma, com segurança. Por vezes, contudo, é difícil de ver as plataformas por causa do zoom exagerado que advém da resolução do ecrã da gamegear, um problema comum de ports de jogos da Master System 2 para a portátil da Sega. A pintura fica, também, manchada na altura de subir e descer escadas. Um acto bastante simples em Castlevania torna-se num processo desesperante em Vampire e que nos pode levar à morte certo, enquanto o jogo se decide se podemos descer umas escadas. O slider da 3DS ainda ajuda, mas não o suficiente.

















 Munido, apenas, de uma triste faca de bolso, de início, o bom Doutor terá, assim, que recolher as melhores armas à medida que decorre a aventura. Mas se já achavam estranho apanhar items nas paredes de Castlevania, então preparem-se, pois vão ter mais do mesmo aqui. Existe, inclusivamente, máscaras que pairam no ar e que são equivalentes às Velas, nesse outro jogo de caçadores de vampiros. Ou seja, escondem desde poções, que enchem a energia, a espadas e machados como arma principal, ou estacas e revolveres como armas secundárias. Estas últimas são activadas, pressionando para cima no direccional, junto com o botão de ataque. A nível sonoro não existe nada a assinalar, com a excepção de uma ou duas faixas, sendo o resto pouco memorável. 


Por último, devo salientar a importância dos Saves States nesta versão da Virtual Console. Não que seja um título muito difícil, mas assim não se terá de lidar com a frustração de recomeçar tudo de novo, caso demos um passo em falso. No geral, gostei de jogar este jogo, mas apesar de alguns pontos originais, é impossível não traçar paralelos com Castlevania, e aí vemos o quão melhor poderia ser Vampire: Master of Darkness. Ainda assim, e considerando os pontos fortes de Vampire, este é um jogo que valerá a pena experimentar. Será um bom fix para todos os aficionados de jogos de vampiros. É um título curioso, que não se perde nada em experimentar, acreditem.



Escrito por Joel Sousa