A última caçada de Kraven, de 1987, é uma das melhores comics do Spider-Man. Isso é indiscutível. 

Foi uma obra que projectou o aranhiço verdadeiramente rumo à era moderna e gritty da bd. 

O que muita gente poderá desconhecer é que a mesma contou com uma espécie de epílogo lançado pelos criadores da história original uns anos mais tarde, nomeadamente em 1992, chamada de Soul of the Hunter. 

Nesta magnífica história vemos como o jovem Peter Parker lida, mal, com todo o seu último confronto com o agora falecido Kraven. 

O facto de ter sido enterrado vivo pelo caçador e deixado para morrer pelo mesmo, aterroriza-o mesmo depois de o ter conseguido vencer. 

O terror é tanto que Peter não consegue encontrar paz de alma nem estando acordado, nem estando a dormir. 

O facto de Kraven se ter suicidado, também não ajuda e não tarda até que Peter comece a ver o espírito do caçador. 

Contudo, este não é um espírito vingativo. Muito pelo contrário, o fantasma de Kraven, envolvido por uma aura dourada encontra-se num limbo existencial e precisa do perdão do aranhiço para encontrar a paz final. 

Algo que Peter, confrontado também pelo espectro da Morte (que acompanha um suplicante Kraven), se recusa a fazer. 

As marcas que o seu último encontro com Kraven deixaram foram demasiado profundas. Peter não consegue por e simplesmente perdoá-lo.

Todavia, e porque estamos a falar do bom e velho Spidey, Peter acaba por mudar de ideias e decide ajudar Kraven a encontrar a sua tão desejada paz. 

 

 


 

 

Essa decisão leva a que o nosso herói dê por si a enfrentar uma versão zombificada do caçador, que procurar arrastá-lo consigo para as profundezas do inferno, numa luta que tem lugar na agora abandonada mansão do vilão (nomeadamente no cemitério particular do mesmo). 

Felizmente, Peter irá triunfar e com essa vitória libertar o espírito de Kraven do seu purgatório terreno. 

A alma do caçador e a consciência (e mente) de Peter, finalmente alcançam a paz, com Spider-Man a perdoar o vilão pelo sucedido.