Patricia "Trish" Walker iniciou o seu percurso no universo das comics em 1944, fazendo a sua primeira aparição nas páginas de Miss America Magazine #2. 

     Criada por Ruth Atkinson, Trish emergiu numa época na qual as aventuras de vigilantes em collants por e simplesmente não eram mais apreciadas ou bem vindas. 

     Estes eram tempos diferentes, nos quais reinavam  comics acerca de dramas adolescentes, mirabolantes aventuras espaciais ou emocionantes westerns. 



     Walker, uma adolescente ruiva e bem humorada, foi, naturalmente, inserida no género romântico. 

     Umas das figuras mais populares da Timelty e mais tarde da Atlas (ambas antecessoras da Marvel Comics), Trish tornou-se numa das poucas personagens a manter-se em publicação contínua  desde 1944 a 1967, protagonizando diversos comics, para além de Miss America Magazine.



     As suas histórias, simplistas pelos padrões actuais, encontrariam ressonância nas aventuras e desventuras de Archie, da concorrente Archie Comics. 

     Nesta primeira fase da sua vida, Walker surge como uma adolescente apaixonada, que tem de lidar com uma endiabrada amiga, Hedy, e um namorado impulsivo, Buzz. 



     Com o advento do Universo Marvel, nas páginas de Fantastic Four #1, de 1961, Patsy, como ficaria conhecida, veria a sua vida se alterar de forma drástica.

      Nas páginas de Fantastic Four Annual #3, de 1965, Walker seria introduzida no novo Universo coligado, com ligeiras alterações à sua história e origens.

      Patsy Walker é agora uma ex-modelo que casou com um herói de guerra, Buzz. As suas aventuras de 1944 a 1967 não mais são que ficção, fruto da escrita criativa de sua mãe, Dorothy Walker. Um mundo de ficção dentro de outro. 



     Aspirante a heroína desde esse breve encontro com os Fantastic Four, Patsy veria esse seu desejo realizar-se nas páginas de Avengers # 144, em 1975, quando seguiu um dos seus novos membros, Beast, até à mansão e acabou envolvida em um confronto extra-dimensional com o Squadron Supreme. 

     Patsy assumiu a identidade de Hellcat e tornou-se numa sucessora espiritual de outra heroína felina, Cat,assumindo-se como o mais novo membro reserva dos heróis mais poderosos da Terra. 



     Contudo, sem espaço nos Avengers, Hellcat iria, passados dois anos, associar-se aos Defenders, através dos quais conheceria o seu segundo marido, o místico Daimon Hellstorm, também conhecido como o filho de Satã. 

     Levada à loucura e à morte, pelas actividades demoníacas do marido, Walker, ao bom estilo das comics americanas, renasceria no ano 2000, cerca de 16 anos após o seu falecimento. 




     Com os Avengers, os Defenders ou sozinha, Hellcat continua activa, gracejando, de tempos a tempos, entre as sua inúmeras participações, uma ou outra mini-série onde é protagonista. 

     Na série Jessica Jones podemos vê-la como uma actriz tornada radio talk-show host, um pouco à imagem da versão ultimate de Trish representada pela primeira vez em Ultimate Spider-Man #11.