Corria o ano de 1941, com a 2ª Grande Guerra em pleno andamento e os EUA na iminência de nela entrarem, quando surgiu a necessidade de criar mais personagens que fossem espelho do patriotismo e nacionalismo crescentes. Uma delas (e das mais icónicas) foi o vingador do escudo, Captain America. No entanto, e porque o número de inimigos a abater se multiplicavam, o bom capitão necessitava de auxílio. Este chegaria na forma de algo que era muito comum para a época, um jovem sidekick.



Bucky Barnes surgiria nas páginas do número inaugural de Captain America Comics. Este rapazinho era uma forma dos jovens leitores se relacionarem com o herói principal. Bucky, mera mascote do contingente militar para o qual estava destacado Steve Rogers, acabaria por descobrir acidentalmente, a identidade heróica deste último. Sem grande opção, Steve vai “adoptar” o jovem como parceiro. Ambos vão proteger a pátria de sabotadores e agentes nazis. Sozinhos ou na companhia da super-equipa da época, os Invaders. Barnes, no entanto, não era uma mera mascote. Exímio lutador por seu próprio mérito, Bucky foi designado pelo governo americano para agir como agente das sombras. Barnes não era um jovem comum. Antes, tinha sido alvo de um forte treino e possuía no seu sangue, o mesmo soro que dava força a Steve. Bucky deveria levar a cabo missões demasiado “sujas” para serem efectuadas por um símbolo público como era o Captain America. 



Estas alterações à personagem foram efectuadas por Ed Brubaker, que em 2005 estava encarregue da comic do vingador estrelado. Durante o período da guerra, Barnes fundou, também, a equipa de jovens sidekicks, os Kid Commandos e uma alternativa aos Invaders, a Liberty Legion. No entanto, por muito talento que Barnes possui-se a sorte não sorri sempre. Durante uma missão na Europa, Barnes vai sacrificar-se para impedir que um foguete experimental atingisse os EUA. A explosão do mesmo vai impulsionar Captain America para as águas geladas do Atlântico, deixando-o em animação suspensa por décadas a fio. Barnes, aparentemente, teria sido aniquilado pela explosão. Chegada a notícia de que ambos os combatentes teriam morrido nas mãos de Zemo, o presidente americano, Truman vai tratar de arranjar substitutos para os heróis. Convocando William Naslund (Conhecido como Spirit of ’76) para o papel de Captain e Fred Davis para o de Bucky. 



Ambos serviriam, juntos e com o All-Winners Squad, no pós-guerra, e marcaram a sua estreia no número 49 da revista do Captain. A sua parceria terminaria com a morte de Naslund, durante um ataque do andróide Adam II. Davis, embora não tão atlético como Barnes, seria parceiro do terceiro capitão, Jeff Mace (The Patriot). Davis, que era uma apanha-bolas para os Yankees vai aposentar-se de heroísmos em 1952, depois de ter sido ferido na perna. Juntando-se a uma organização secreta dedicada a caçar nazis, o V-Battalion, Davis depressa de tornou em um dos seus líderes. A sua morte viria a acontecer nas páginas de Winter Soldier nrº 6. Mais uma vez, e perante a “ameaça soviética” que se aproximava, houve a necessidade do Captain America e Bucky voltarem à activa. 



Com Mace e Davis aposentados, o presidente americano vai aprovar um novo projecto Super-Soldado, em 1953, que transformará o estudante Jack Monroe e um professor de História chamado Rogers, nos novos Bucky e Captain America, respectivamente, nas páginas da agora extinta  Young Men. Todavia, ambos operativos não tiveram os efeitos estabilizadores dos Raios Vita, pelo que o soro foi, gradualmente, deixando-os mais e mais instáveis. Cada vez mais violentos, os Commie Smashers (como ficariam conhecidos) acabariam por ser caçados pelas próprias autoridades que os criaram e colocados em animação suspensa.



 Vai ser durante este hiatos, que o capitão original vai regressar. Encontrado pelos Avengers, Steve encontra um mundo totalmente distinto do seu. A sofrer de uma espécie de “trauma”, fruto do seu congelamento forçado, Steve vai ter problemas em lidar com a memória da perda de Barnes e recruta o jovem Ricky Jones para substituir o parceiro perdido. O, até então, companheiro do Hulk aceita de bom grado o papel, mas rapidamente se verifica que não possui as habilidades necessárias para ocupar o papel. Temendo que Ricky tenha o mesmo destino de Barnes, Steve vai “despedi-lo”. O papel de Bucky vai ficar vago por anos. Monroe regressa, mas para se tornar Nomad e Barnes também, por via de viagem temporal e simulacros robóticos.





Em Captain America nrº 323, Bucky regressa. Desta feita, Lemar Hoskins ocupa o papel, como parceiro de John Walker, o novo Captain America. Numa altura, em que Steve é forçado a abdicar da sua identidade pelo governo dos EUA, Walker (Super Patriot) foi indigitado como o mais digno para usar o escudo. Hoskins será o primeiro e único dos Buckys a usar um escudo e ser negro. Precisamente pelas conotações negativas associadas ao nome (os escravos negros eram chamados de buckys), Lemar vai abdicar da identidade e assumir a de Battlestar. Depois disto tivemos um Bucky de outra dimensão (Rikki Barnes da Contra-Terra) e uma bébé adoptada por Monroe.  Bucky não mais regressaria, embora o original o tenha feito.






 Em 2005, Barnes volta. Chamado de Winter Soldier, Barnes passou anos sob a influência dos soviéticos. É revelado que Barnes sobreviveu à explosão do foguete de Zemo. O braço que perdeu é substituído por uma prótese biónica e a sua mente é condicionada para servir os seus “salvadores” russos. Barnes, treinado na Red Room, vai ser enviado em diversas missões de assassinato e destruição. Após a conclusão destas, o agora chamado Winter Soldier era colocado em animação suspensa, até ao início da próxima missão. O círculo vicioso vai ser quebrado quando Steve Rogers usa o cubo cósmico para restaurar as memórias de Barnes. Liberto da lavagem cerebral, Bucky tornar-se-á no novo Captain America, após os eventos que conduziram à morte de Rogers na Civil War. Barnes manter-se-á neste papel até Fear Itself. Dado como morto para o mundo, após uma violenta batalha contra a Sister Sin, Barnes reassumirá o papel de agente oculto, como Winter Soldier.




Escrito por Ivo Silva