Como nos Animes, também aqui se prima por um
exagero de acção non stop e de combates extraordinários. A forma como o sangue
esguicha a cada corte de espada e a própria movimentação das personagens pelo
cenário onde decorre a luta parecem-nos reminiscentes de Animes como Ninja
Scroll. Tarantino leva este seu fascínio pela cultura asiática ainda mais
longe, ao colocar a protagonista, The Bride, vestida com um fato de treino
amarelo, muito parecido com o usado pelo falecido Bruce Lee. No primeiro volume
o filme de acção dá lugar, por breves momentos, a uma curta película de
animação que relata a origem de um dos vilões do filme, O’Ren Shi. Como já foi
referido, Kill Bill tem algumas das melhores lutas alguma vez presentes em
cinema. A “batalha”, sim porque é uma verdadeira batalha, da Bride com os Crazy
88 é fenomenal.
O sangue vermelho mistura-se com as cenas a preto e branco
criando o que a meu ver é um espectáculo visual inesquecível. E o melhor de
tudo é que faz isso à moda antiga, sem recorrer ao uso de CGI. Não é que tenha
nada contra o uso do mesmo, mas é de valorizar um filme que consegue sobreviver
sem isso. Todavia, Kill Bill não vive só das suas cenas de acção, mas tem
também uma estória bastante apelativa. Desde logo é estabelecido, bem no
princípio do filme, a premissa do mesmo. A heroína Bride, protagonizada por Uma
Thurman, naquele que é provavelmente o seu melhor papel de sempre, é traída pelos
seus antigos colegas e pelo ex-amante, Bill, representado por David Carradine.
No dia do seu casamento Thurman é brutalizada e alvejada. A criança que trazia
no seu ventre é-lhe arrancada. A Bride passa, então, meses em coma, mas quando
desperta, o sentimento de vingança contra os seus antigos compatriotas é
grande. Tão grande que Thurman irá viajar pela América e pela Ásia para os
caçar. Munida de uma espada samurai feita pelo grande mestre forjador, Hattori Hanzo, a Bride enfrenta-os um a um, até que só reste Bill. Entre os dois volumes existem algumas diferenças. Enquanto no primeiro domina a acção frenética e as lutas non-stop, no segundo a dita acção é muito mais pausada, e o frenesim dá lugar a um tom mais parado e a uma estória mais reflectiva. De qualquer das maneiras tanto o primeiro como o segundo volume têm os seus méritos e devem ser vistos em conjunto para conseguirmos ter a estória completa. Se forem fãs de Anime, acção ou de Tarantino, devem a vocês mesmos ver este filme.
Escrito por Ivo Silva
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