Apresentado em Setembro de 1941, por Paul Norris e Mort Weisinger, no número 73 de More Fun Comics, Aquaman era, como indica o seu nome, um herói de natureza aquática. Originalmente, filho de um famoso explorador dos mares, Aquaman vivia num palácio submerso, que o pai acreditava ser um remanescente da antiga Atlântida. Foi graças ao seu pai que Aquaman desenvolveu a capacidade de respirar debaixo de água. Esta primeira versão do herói possuía guelras e a já famosa, e infame, capacidade de comunicar e comandar grande parte da vida marinha.



 Durante os anos 40, Aquaman destrui inúmeros U-Boat’s da Alemanha Nazi, com quem, os EUA estavam em guerra, na altura. Os seus inimigos eram, na sua maioria, de ideologia nazi. Em 1946, Aquaman, juntamente com Superboy e Green Arrow foram mudados para a Adventure Comics.

























Com o final da Golden Age e a entrada na Silver Age, Aquaman teve a sua origem alterada. O seu nome foi revelado como sendo Arthur Curry, filho de um faroleiro, Tom Curry, e de uma atlanta, Atlanna. Os seus poderes originaram devido ao facto de Arthur ser um mestiço. Um ser dividido entre terra e água. Os anos 50 trouxeram, para além disto, um jovem parceiro em Garth, também chamado de Aqualad, um animal de estimação, o polvo Topo e um irmão que se tornaria o seu maior inimigo, o Ocean Master. Foi estabelecido que Arthur foi, como Aquaboy, um dos primeiros heróis da Terra, a par com Kal-El, o Superboy. É nesta altura que lhe é dada uma fraqueza em tudo parecida com as de Superman e Green Lantern. Em vez, da kriptonite e do amarelo, Curry não podia passar mais que uma hora sem água.


























Os Anos 60 trariam a inclusão de Arthur na equipa fundadora de Justice League of America e o aparecimento de vilões como Black Manta ou o Fisherman. Aquaman ganhou uma noiva de outra realidade, Mera e um filho, Arthur Jr, o Aquababy. Foi em 1962 que Curry recebeu a sua primeira oportunidade a solo. Este primeiro volume de Aquaman vai ser um dos que durará mais tempo. Termina em 1978 com 63 números no total. É nesta altura, que Aquaman passa a ser visto como um herói pouco relevante, com poderes pouco impressionantes e de pouca utilidade.


























 Mesmo a liderança, que lhe vai ser dada, da Justice League, de nada vai servir para a sua popularidade, muito pelo contrário. Esta Justice League sediada em Detroit e sem os seus pesos pesados, vai servir para desmoralizar, ainda mais o herói.


Vindo da Crise das Infinitas Terras, Aquaman vai ser reinventado, com parte da sua mythos alterada e com a sua fraqueza da água aligeirada. Em 1986, a DC faz uma nova tentativa de singrar com a personagem, numa mini. Introduz novos elementos, nomeadamente, um uniforme azul para Aquaman e uma maior ligação à magia. Todavia, a boa, mas convulsa arte, não vai ajudar a revista a triunfar, para além da edição limitada. 

























Aquaman regressaria, em 1989, com uma nova tentativa da DC, e com o seu uniforme laranja reintroduzido. Tempos negros assolam o herói. O seu filho, Arthur Jr é assassinado por Black Manta, a sua esposa, Mera, enlouquece e deixa-o. O mesmo faz Aqualad, que segue com a sua vida. Sozinho, Aquaman protege Atlântida de uma invasão e é revelado que o seu nome é agora Orin. Aquaman passa a ser o descendente da rainha Atlanna e do feiticeiro Atlan, da cidade submersa de Poseidonis. Este solitário Aquaman, não vai ter sucesso e a personagem apenas ganharia uma série mensal em 1994, fruto de uma excelente mini-série escrita por Peter David e intitulada de “Time and Tide”. 


























Do seu sucesso vai surgir uma nova oportunidade, que nos traz um Aquaman totalmente diferente, de barba e com um uniforme que mais se assemelha a um traje gladatorial. Este Aquaman governa Atlântida, é membro da Justice League, mais uma vez, e perdeu a sua mão, tendo substituído a mesma por uma gancho. Mais duro e irascível, Aquaman atinge um pico de popularidade nesta altura. O número de edições que a revista dura é bem significativo disto mesmo. No total são 77 números. Um recorde para a personagem. 












Aquaman regressa com uma nova tentativa, em 2003, mais uma vez trilhando os caminhos do misticismo. Esse novo volume, marca a eventual transformação de Aquaman no monstruoso Dweller in the Depths, após os eventos de Infinite Crisis que deixam a cidade aquática de Sub Diego destruída e o herói desaparecido. Usando uma magia antiga, Orin consegue salvar a população de Sub Diego, que tinha perdido a habilidade de respirar debaixo de água, de morrer afogada. Como consequência, Orin perde as suas memórias e o seu corpo transforma-se. Sem recordação de quem é, Orin convence um jovem chamado de Arthur Joseph Curry, a tomar, como seu, o manto de Aquaman. Eventualmente, Orin relembra quem é, mas acaba assassinado numa tentativa de ajudar o seu sucessor. O seu corpo é enterrado em terra, junto de Tom Curry. 







Durante Blackest Night, Orin regressa como um zombie sob o controlo de Nekrom. Enviado para matar os entes queridos, Orin é ressuscitado durante o Brightest Day, pela luz do White Lantern. A incursão de Flash, Barry Allen, pelo mundo de Flashpoint vai dar-nos a oportunidade de conhecer um Aquaman sem a sua bússola moral e, em guerra com as Amazonas de Diana, a Wonder Woman. Um Aquaman que afunda grande parte da Europa.
























Visto ainda, por muitos, como um elemento cómico e sem valor, Aquaman vai estrear-se no New 52,que reinicia a cronologia do universo DC. O volume 7 de Aquaman mostra-nos o herói, de novo, Arthur Curry, a viver na cidade portuária de Amnesty Bay, com a mulher Mera. Arthur, membro fundador da Justice League e filho de Tom Curry e Atlanna, tem, perfeita noção do escárnio de que é alvo pelos habitantes da superfície. Mas, ao contrário da forma como é representado na série animada, “Batman, The Brave and the Bold”, este Aquaman tem, à imagem, da sua versão dos anos 90, um carácter forte e obstinado.



Nem sempre agradável e nada jocoso, Arthur, pela sua tentativa honesta de conviver em dois mundos e pela grande humanidade do seu carácter, rapidamente ganha a nossa afeição. Este Aquaman é alguém que planeja, como o Batman, e que é capaz de enfrentar, em pé de igualdade, a Wonder Woman e, mesmo, o Superman. Arcos como, “The Others” ou “Throne of Atlantis” mostram bem o potencial que a série possui. Pelas personagens, pela história ou pela arte, se gostam de uma boa BD, dêem uma hipótese a Aquaman. Vale a pena.






Escrito e publicado por Ivo Silva