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Das cinzas de um passado glorioso vivido na 8 bits da
Nintendo, a série Ninja Gaiden conhecerá uma revitalização pelas mãos
talentosas do, relativamente desconhecido estúdio da Tecmo, a Team Ninja.
Tomonobu Itagaki seria o cérebro por detrás deste comeback do, até então
esquecido Ryu Hayabusa. Após o ter usado como personagem no best-seller Deado r
Alive, Itagaki cria toda uma nova aventura e mitologia em torno do Super Ninja.
Lançado em 2004, em exclusivo para a X-Box, Ninja Gaiden será um êxito, recuperando
uma tradição de boa jogabilidade e dificuldade elevada. Seria, contudo, em 2005
que, com o lançamento de um”upgrade, na forma de Ninja Gaiden Black, que a
perfeição seria atingida. A estória do jogo não é alterada em Black. Mais uma
vez, tomámos as rédeas de Hayabusa na sua demanda para, não só vingar-se do
ataque à sua aldeia, como também para recuperar a demoníaca, Black Dragon
Sword. O, como já referi, apelidado de Super Ninja deverá invadir o Império de
Vigo e enfrentar a oposição de um clã ninja rival e dos maléficos Fiends. (uma
raça de demónios)
Embora controlemos, somente, o jovem ninja, não estaremos
sozinhos na nossa demanda. A ninja purpura, bem conhecida dos fãs de DOA,
Ayane, marca a sua presença no jogo, auxiliando-nos com itens, numa ajuda que
irá variar conforme o grau de dificuldade no qual nos encontremos. A fornecer
outro tipo de ajuda temos, ainda, o velho comerciante Muramasa, que nos vende
todo o tipo de itens, que variam da arma mais exótica , ao elixir mais
poderoso. Ninja Gaiden Black é um daqueles jogos no qual a nossa perícia e
agilidade mental serão as nossas principais plataformas de salvação. Os
inimigos são extremamente rápidos e, até mesmo o mais primário deles poderá,
com facilidade, vencer o jogador menos experiente. Com uma I.A desenvolvida,
qualquer um dos adversários e não apenas os bosses, são difíceis de
superar. No entanto, e convém salientar
isso, essa mesma dificuldade, embora extremamente elevada, é justa. O truque
para superá-la consiste em conseguirmos controlar, bem, todos os movimentos de
Hayabusa, que são muitos e variados.
Com tempo e dedicação é possível chegar ao
fim do jogo no modo mais “extremo” da dificuldade disponível. Contudo, e para
não desmotivar o jogador menos inexperiente, existe um modo escondido no
interior do Normal. O infame “Ninja Dog” reduz o número de adversários a
enfrentar, retira alguns dos mais fortes de cena e aumenta as ajudas de Ayane.
Para aceder, basta ao jogador padecer três vezes, consecutivas, no primeiro
boss do jogo, Murai. Para além das múltiplas técnicas ninjas à nossa disposição
e que incluem correr pelas paredes ou fazer super-saltos, temos, também, as
nimpo. Estas Nimpo consistem em poderosas magias ninjas que, em principio,
apenas poderão ser usadas uma vez por nível. Cada uma delas deriva de um
elemento específico e as chamas, que servem de barra para a "magia", podem ser restabelecida ao apanhar pequenas orbs de cor vermelha,
através de inimigos derrotados ou dos múltiplos baús espalhados pelo cenário.
Da mesma maneira, a barra de vida, azul, e o dinheiro, amarelo, também
aumentaram ao apanharmos orbs dessas cores, respectivamente.
Ninja Gaiden dá,
ainda, grande foco às armas. A nossa arma primária é a katana, mas também
teremos à nossa disposição o bastão e os nunchakus. Cada qual trará, consigo as
suas vantagens e desvantagens e mudará a forma como atacamos e defendemos.
Efectivamente, muda o modo de jogo. A Dragon Sword permite-nos um género de
ataque mais standard. Nem demasiado perto, nem demasiado longe. O bastão
garante um ataque mais distanciado, mas, também, é mais lento a controlar. Os
nunchakus são uma rápidos e uma óptima maneira de fazer combos eficazes,
todavia, deixam a nossa guarda demasiado aberta a contra-ataques. As duas espadas trazem consigo uma maior mobilidade, mas retiram menos dano.
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Contudo,
Hayabusa não tem apenas estas armas primárias à sua disposição. Ele goza,
ainda, de armas secundárias, desde os shurikens infinitos e as bombas
incendiárias, até ao arco e flecha, que nos colocará, por vezes, a ter que
jogar na primeira pessoa. Ninja Gaiden Black goza de cenários detalhadíssimos e
alguns dos mais belos gráficos disponíveis para a X-Box original. Os níveis tem
variedade o quanto basta e a existência de puzzles para resolver, torna este
jogo em muito mais que um mero hack and slash. Em certos pontos, retira muito
de jogos como Zelda, fazendo uma amálgama de acção com puzzle e Grandes Bosses.
A música acompanha, muitíssimo bem a ambiência e situações que o jogo nos traz.
As FMV’s, que desde então se tornariam um apanágio da Team Ninja, são
magníficas e podem ser vislumbradas, depois de terminado o jogo, em uma galeria
especial. Para além disso, e até pelo facto deste ser um titulo longo, com
cerca de 16 niveis, existe a possibilidade de salvar o jogo, através das
cabeças de dragão suspensas, que se encontram espalhadas pelos níveis, em mais
que um ponto.
O fim do modo principal do jogo não é o fim do mesmo. Temos,
ainda o Misson Mode, disputado na dificuldade máxima e outros pequenos desafios
presentes no modo história, como o embate com o “evil Hayabusa”, do outro lado
do espelho, ou a reunião de todos os sacrabs dourados (50) espalhados pelos
níveis. (Isto é necessário fazer se quisermos jogar o Ninja Gaiden original das
arcadas) Para além de yduo isto, temos uma variedade, muito interessante, de uniformes para o nosso jovem herói, que vão sendo desbloqueados à medida que "conquistemos" as dificuldades mais elevadas do jogo. Estes "bónus" vêm aumentar o replay value deste excelente titulo de acção
e aventura. Aconselho vivamente a quem apreciar grandes desafios.
Escrito por Ivo Silva