Muito se fala acerca do Ragnarok asgardiano, que já ocorreu por mais que uma vez, convém disser. Todavia, o nosso foco hoje irá incidir sobre um outro Ragnarok que teve lugar bem longe de Asgard, mas que manteve Thor no papel de protagonista. 

O nosso grande momento Marvel deste mês começa nas últimas páginas de The Mighty Thor #386 (Vol 1, de 1987), quando o deus do trovão tentava regressar à Terra após uma aventura em Asgard envolvendo o deus celta, Leir. 

Contudo, e para azar de Thor, a inexistência da Rainbow Bridge (destruída precisamente durante o último Ragnarok asgardiano), não só não o transportou para Midgard, como o deixou à deriva no vasto espaço sideral.
As coisas pareciam negras para Thor, mas este, mantendo alguma presença de espírito, deixa o seu martelo, Mjolnir, guiá-lo ao planeta mais próximo, na esperança que este contenha ar respirável, pois nem um deus pode suster a respiração indefinidamente (em The Mighty Thor #387, Vol 1, de 1988). 

Um inconsciente Thor alcança o planeta Pangoria, onde a população do mesmo o vê como uma possível ameaça, retaliando imediatamente. 

Derrubado por um potente míssil, Thor ainda assim sobrevive, pelo que não tardará até que o líder planetário, Pegas, veja nele um possível aliado contra a verdadeira ameaça que se aproxima de Pangoria. 

Pegas designa Myla, uma servente sua, para estar junto de Thor quando este finalmente despertar. 




Não tardando a recuperar o seu martelo, Thor descobre que Pangoria, um planeta habitado maioritariamente por piratas, está a ser ameaçado pelo julgamento dos Celestials, representados pelo poderoso Arishem. 

Apesar da natureza duvidosa de Pegas (que pretende usar Thor como distracção de forma a escapar ao julgamento), o deus do trovão não hesita em ajudar a restante população de Pangoria. 

Vestindo a sua armadura de combate, Thor prepara-se para o seu embate com Arishem, com quem já havia lutado previamente em The Mighty Thor #300 (Vol 1, de 1980). 




Conhecedor do vasto poder dos Celestials, Thor falha em provocar qualquer dano ao juiz espacial Arishem. A situação fica ainda pior quando o mais poderoso dos Celestials, Exitar, o executor, chega a Pangoria (um sinal de que o fim está próximo). 

Sem alternativa que não a de lutar, Thor atira-se ao dantesco Exitar, nas páginas de The Mighty Thor #388 (Vol 1). Usando o Mjolnir, Thor logra em abrir um rombo na armadura do Celestial. 

Thor entra no interior de Exitar e depara-se com um cenário surreal. Exitar não tem uma forma corpórea como o mais comum dos humanóides. 




No seu interior reside um mini-verso, com as suas próprias (e perigosas) formas de vida que Thor tem que enfrentar no seu caminho para alcançar o cérebro do Celestial. Inimigos voadores, amebas mortais e colossos ameaçam Thor, mas o asgardiano prevalece ainda que a custo. 

Invocando todo o seu poder e reforçando o Mjolnir com o seu cinto de poder, Thor dispara uma potente rajada divina que abala Exitar, mas não o derrota. O Mjolnir, por sua vez, é totalmente destruído, ao ponto de a única coisa do famoso martelo de uru a restar ser o seu cabo. 

Em The Mighty Thor #389 (Vol 1), podemos ver que embora esteja emocionalmente abalado, o deus do trovão não desiste e luta até ao fim, atirando-se sobre o cérebro exposto de Exitar (que nada mais é do que um enorme aglomerado de energias cósmicas). 




As acções altruístas de Thor de nada servem, pelo que Exitar trata de expelir o mesmo do seu interior. Aterrando na superfície de Pangoria, Thor deve agora enfrentar, juntamente com Myla e os restantes habitantes, o julgamento dos Celestials. 

Pegas tenta aproveitar para escapar, no entanto, é o primeiro a sucumbir ao manto de morte que agora cobre Pangoria. Felizmente, a mesma morte que leva Pegas e os seus seguidores, decide poupar Thor e os restantes Pangorianos, ao vê-los como dignos.

Exitar e Arishem restauram a flora e fauna ao planeta, apagando os sinais da civilização anterior e deixando vivos apenas aqueles generosos e justos de coração. 




Um Replicoid (que toma a forma de Thor) contacta Thor, explicando-lhe o sucedido e informando-o que a sua intervenção quase resultou na total aniquilação de Pangoria. 

Thor não deve interferir com os assuntos dos Celestials. Dito isto, o Replicoid restaura Thor e o seu equipamento, Mjolnir incluído, e prontamente o devolve à Terra.