Desenvolvido pela Grasshopper Manufacture e sob o auspício criativo de Suda 51, foi lançado, em 2008, na Europa, o jogo No More Heroes para a Wii. 

     Este título, inicialmente um exclusivo Nintendo, é fundamentalmente um jogo de acção e aventura, com pitadas de hack and slash e muita personalidade e humor. 





     A história gira em torno do seu peculiar protagonista, um jovem otaku chamado Travis Touchdown enquanto este tenta "escalar" a tabela dos 10 melhores assassinos. 

     Os seus motivos para tal não poderiam ser mais simples. 
O rapaz estás totalmente "apanhado" pela bela Sylvia Christel, uma espécie de "caça-talentos". 

     Travis, um aficionado por Animes e Luta Livre, munido com a sua fiel Beam Katana (nada mais, nada menos que uma espécie de sabre de luz à la Star Wars), toma de assalto as "pacatas" ruas da fictícia Santa Destroy, tendo em vista esse dantesco objectivo. 




     Esclarecidos estes pormenores deve-se salientar que o jogo não perde tempo em nos atirar para o meio da acção. 

     Logo nos seus primeiros instantes, e por isso quero dizer logo a seguir à intro, é-nos dada a tarefa de eliminar um desses assassinos, a.k.a bosses, um tal de Death Metal. 

     Resta-lhe abater os restantes 9 da tabela da UAA (United Assassins Association).




      Com uma história e diálogo que parecem retirados de uma qualquer obra de Tarantino, No More Heroes faz um uso quase perfeito das funcionalidades únicas do wiimote. 

     Enquanto que o nunchuk controla a movimentação da personagem, o wiimote faz o mesmo em relação aos seus ataques, sendo que o mero pressionar do A serve para despoletar a maioria destes. 

     Os ataques efectuados por Travis não se cingem aos da sua Beam Katana, mas incluem um vasto rol de movimentos provenientes da Luta Livre. 

     Para além disto, Travis também tem, à sua disposição, um devastador modo de ataque especial, o "Dark Side", o qual pode ser alcançado se conseguirmos uma sequência de três itens específicos na slot machine, após um Death Blow (um ataque mortal). 



     A Beam Katana, que constitui a forma primordial de ataque, tem, contudo, uma barra de energia. Quando esta se esgotar, Travis ficará restrito aos vulgares socos e pontapés. 

     Todavia, pressionando o 1 ou simplesmente abanando o controlo é possível encher a dita barra, restaurando-a ao seu máximo original. 




     É possível, também, fazer o level-up da arma ao visitarmos, entre missões, o laboratório da Drª Naomi. 

     Para além dos upgrades à arma, é-nos dada a possibilidade de fazermos o mesmo relativamente à personagem e aos seus golpes de Luta Livre. 

     Novos golpes são colocados à disposição do jogador via a visualização de cassetes vhs disponíveis no apartamento de Travis. 




     Por sua vez, a melhoria dos status do protagonista são efectuadas através das idas ao ginásio. Convém salientar que para se conseguir fazer seja que upgrade é necessário reunir o máximo de dinheiro possível.

      Isso faz-se através da realização de pequenas tarefas que podem ir de meter gasolina em carros, apanhar gatos vadios e cocos na praia, até assassinatos de capangas em garagens ou becos, por exemplo. 


     O dinheiro daqui obtido, assim que depositado nas caixas ATM disponíveis por Santa Destroy, pode ser usado para pagar a entrada na batalha de Boss seguinte e , com isso, proceder-se com o avançar da história propriamente dita. 




     Cada batalha tem lugar numa localização distinta, desde uma casa abastada até uma praia ou um estádio de baseball. 

     Convém salientar que sendo No More Heroes um jogo de free-roaming a deslocação de local para local é feita através da fiel moto customizada de Travis, a Schpeltiger. 

     Santa Destroy é uma cidade que deve muito a Los Angeles e na qual, para além dos locais indicados, podemos ter acesso a um bar e a uma loja de roupas (e outros utensílios). 




     Curiosamente, e embora também seja possível comprar novas vestes para o nosso "herói", a maioria das t-shirts, pelo menos, podem ser encontradas em diversos contentores espalhados pela cidade.

      Falando um pouco das personagens, agora, convém referir que grande parte do apelo de No More Heroes reside não apenas em Travis mas, sobretudo, nos dez bosses que não poderiam ser mais interessantes e variados. 

     Cada qual com a sua caricata backstory e com a sua personalidade peculiar, sendo que todos eles fazem tributo a elementos da cultura pop do século XX. 

     As batalhas com cada um deles não são fáceis e não podem ser ganhas via o uso exclusivo da força bruta. 
É necessário pensar antes de agir. 




     Fãs de Zelda encontraram aqui um incentivo para jogar este título, por exemplo. 

     Por último, destaco a banda-sonora que, juntamente, com a escolha por grafismos de aspecto mais cartonesco, ajudam bem a estabelecer o ambiente para se poder desfrutar a 100% esta aventura. 

     Com o único senão do título a residir na omissão, nas versões ocidentais, de sangue aquando dos Death Blows (substituído por um jorrar de moedas), No More Heroes é um dos melhores e mais originais títulos da sua geração e da Wii. 




     Embora tenha sido lançado, mais tarde, para a PS3 e X-Box 360, com o nome No More Heroes: Heroes Paradise, a versão da Wii continua a ser a definitiva. 

     O simples uso dos motion controllers da Wii torna esta uma experiência muito mais satisfatória. Se tiverem oportunidade joguem-no. 

     Vão ver que irá valer a pena.