Os jogos de luta dominavam o panorama dos jogos de vídeo nos
anos 90. Seguindo o exemplo da grande dominadora do género, a Capcom, outras
companhias tentaram a sua sorte neste mercado. A Visco não foi diferente, e a
17 de Dezembro de 1996, vai lançar nas arcadas japonesas o jogo que viria a
ficar conhecido como Breakers. Inicialmente, anunciado, em 1993, com o nome de
Crystal Legacy, Breakers iria transitar para a Neo Geo em 1997.
Muito pouco conhecido no Ocidente, Breakers continua a ser jogado nos dias de hoje em diversos torneios de luta realizados no país do Sol Nascente. O motivo para isso? A sua jogabilidade. Bastante similar à da série Fatal Fury, da SNK, o gameplay de Breakers apresenta algumas nuances. Por exemplo, tanto o Dash, como o Back-step variam conforme as personagens que o efectuarem. O jogador pode mover-se enquanto se levanta após uma queda. Cada personagem, ao acumular energia nos seus power gauges, pode efectuar destrutivos super-moves, e combinar golpes até as mesmas terminarem. Breakers, contudo, é um jogo que prima pelo grande equilíbrio entre as suas personagens. Nunca, em altura nenhuma, temos uma personagem mais overpowered que as outras.
Uma particularidade deveras interessante é o facto de se o round de desempate terminar empatado, não haverá um novo. O jogo termina aí. Outra particularidade é a existência de um duplo, com nome e história distinta, para cada uma das oito personagens seleccionáveis. Em Breakers, os programadores não se limitaram a uma mera mudança de cor. Por falar nisso, é hora de falar dessas mesmas personagens e da história na qual são inseridas. O torneio de artes marciais conhecido apenas como FIST (Fighting Instinct Tournament) reúne competidores de todo o mundo e é organizado por Bai-Hu, o Boss final. Sob a máscara de uma grande fortuna, Bai-Hu pretende, à lá Bison, ocupar o corpo do vencedor. Isto porque Bai-Hu é na verdade um espírito maligno. A opor-se a ele e lutando no torneio, temos Sho, um praticante japonês de karaté que acredita na defesa dos mais fracos. Da China, vem o seu rival Lee, que procura resolver o mistério por detrás da morte do pai.
Da Tailândia vem Tia Langray que busca pelo irmão, capturado por Bai-Hu. Temos ainda o francês mascarado, Pielle, o índio americano, Condor e a selvagem brasileira, Rila. Do Egipto chega-nos o antigo Farao, Alsion III, e da Arábida Saudita, o poderoso Shiek. Como já foi referido cada um tem um duplo, com excepção do boss final.Para Sho temos Jin, por exemplo. Este verdadeiro casting internacional é completado com belos e detalhados cenários onde as lutas se desenrolam. As músicas não são memoráveis, mas servem o seu propósito. Breakers teve um upgrade com Revenge, que disponibilizou o vs e survival mode, e tornou Bai-Hu personagem seleccionável. Á primeira vista Breakers parecerá mais um clone de Street Fighter, todavia, este não é o caso. E se conseguirmos ultrapassar essa preconcepção, temos um jogo muito equilibrado e divertido de se jogar.
Escrito e publicado por Ivo Silva
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