Dirigido por Brian Clemens, Captain Kronos: Vampire Hunter foi um filme da Hammer que viu a luz do dia em 1974, com Horst Janson a dar a vida ao protagonista que, por sua vez, dá o nome à película propriamente dita.

A história deste filme começa com um misterioso mal que afecta jovens donzelas que habitam numa aldeia sem nome algures na Europa. 

Vítimas de um predador silencioso, as mulheres têm não só o seu sangue sugado, como também a sua própria juventude, o que culmina no seu eventual falecimento. 


 


A incapacidade por parte das autoridades locais de pararem ou descobrirem a causa para tanta morte leva a que seja chamado para resolver a situação um antigo capitão da guarda imperial e conhecido caçador de vampiros, de nome Captain Kronos.

Um herói estóico e silencioso, Kronos chega à aldeia acompanhado pelo seu fiel mordomo, o corcunda Grost, e por uma rapariga bastante inquisitiva chamada Paulla. 


 


Esta última, que fora castigada por ter dançado num Domingo (visto como dia santo pelas comunidades mais religiosas), foi resgatada por Kronos momentos antes, desenvolvendo quase imediatamente sentimentos por este. 

À chegada o grupo é saudado por Marcus, o médico da aldeia e amigo de longa data de Kronos. 

Não tarda até que Kronos perceba que o seu opositor é nada mais, nada menos que um vampiro. 

E um diferente daquilo que estaríamos à espera, pois este caminha à luz do dia e parece ser  inafectado por artefactos cristãos, uma vez que uma das mulheres é morta dentro de uma capela. 


 


Depressa os olhos de Kronos viram-se para a mais relevante e misteriosa das famílias locais, os nobre Durwardd. 

O patriarca, um talentoso espadachim, padeceu há muito tempo atrás vítima da peste, o que deixou a mulher num estado deplorável tanto a nível físico, como mental. 

Seriam então o filho e a filha do casal quem passaria a liderar os destinos da família e será sobre eles que irão incidir as suspeições de Kronos, que vê em ambos potencial para serem o vampiro que assola a aldeia. 

Uma aventura de capa e espada, com interessantes duelos (e uma impressionante contenda no cemitério local), Captain Kronos deambula ainda pelo romance, ora impulsivo, ora alimentado por décadas, mas sempre finito e trágico. 


 


Sendo um filme da Hammer, Captain Kronos tem um ambiente muito próprio, com sumptuosos castelos, aldeias degradadas e cemitérios bastante sinistros. 

Kronos, com uma vestimenta reminisciente da época napoleónica, é um herói de poucas palavras, como referi acima, preferindo a acção imediata. A capacidade com que usa a sua katana e o sangue frio em tomar certas decisões mostram-nos um herói que poderia ter sido figura de cartaz de um franchise (embora este filme faça parte da chamada trilogia Karnstein).

Todavia, tal não estaria destinado a acontecer. Ainda assim, Captain Kronos, que é um filme de passo lento para os padrões de 2017, é uma boa opção para ser visualizado neste Halloween.