Também conhecido como Rance 7, Sengoku Rance é, na verdade, o décimo jogo da série Rance. 

Desenvolvido pela Alice Soft, Sengoku Rance foi lançado em 2006 para PC. 

Um jogo que mistura elementos de date game, com estratégia e point'n click, Sengoku Rance é, como todos os outros desta série, um título Eroge. 

No entanto, vou abster-me de falar dessa parte do jogo, focando-me mais naquilo que de facto é o mais relevante em Sengoku Rance, o seu gameplay. 

Contudo, e antes disso vamos ver dar uma olhadela à história do jogo.


Sengoku Rance coloca-nos na pele do cavaleiro ocidental, Rance. 

Este encontra-se de visita ao Japão, quando uma violenta guerra civil irrompe entre os diferentes clãs nipónicos.  

Associando-se ao clã de Nobunaga, Rance pretende unificar o Japão, submetendo os restantes clãs à sua vontade. 

Esta é a história base do jogo, embora à medida que o tempo vai passando novas ameaças, para além dos clãs, irão surgindo.

Tenham em atenção que o protagonista, Rance, é um dos mais detestáveis a marcar presença num jogo de vídeo. 

Ás vezes mais parece que estamos a jogar com um vilão. 

Contudo, através das nossas acções podemos deixá-lo um pouco mais amigável.


 


O estilo de jogo de Sengoku Rance tem muitas semelhanças ao clássico da Sega, Dragon Force. 

Mais do que a história, que ainda assim tem os seus pontos altos (e extremamente humorísticos), é através do seu gameplay que Sengoku Rance brilha, como veremos de seguida.

Para além da personagem principal, o jogador conta com outros generais, os quais podem ser usados em combate. 

Podemos ter até 30 generais no máximo, sendo que aos que inicialmente são colocados ao nosso dispor, podemos juntar mais via recrutamento ou através da captura e consequente conversão de generais rivais. 

Mesmo que não convertamos os inimigos à nossa causa, há sempre a possibilidade de os libertar, o que, em muitos casos resulta na obtenção de certos itens, como recompensa pelo acto.


 


 Para além dos ataques normais, cada general dispõe do seu próprio ataque especial, sendo que tanto um como outro consomem movimentos quando em batalha (o número de movimentos disponível varia de general para general). 

Existem diferentes classes, no que aos generais diz respeito, sendo elas as seguintes: Monster, Archer, Warrior, Monk, Tactician, Diviner, Ninja, Demon e Miko. 

É possível aos generais combaterem sozinhos, no campo de batalha, nomeadamente durante a exploração das inúmeras dungeons existentes no jogo. 

Estas têm muitos pisos, podendo ser exploradas mais que uma vez, até vencermos os Bosses que lá habitam e reclamarmos o precioso prémio que estes guardam. 


 


Nos outros campos de batalha, os generais contam com batalhões para os ajudarem a vencer os exércitos rivais. 

Como acontece com os generais, também os batalhões têm classes distintas, cada qual com habilidades a explorar sábia mente. 

Por exemplo, os Footsoldiers têm uma excelente defesa, conseguindo proteger o resto das unidades contra eventuais ataques, ao passo que Ninjas e Archers conseguem  atacar à distância e atingir um maior número de adversários. 

Contudo, e não fosse este um jogo de estratégia, é preciso ponderação na escolha do general a usar, na posição de cada unidade e em se é mais benéfico destruir um opositor ou sacar um empate (isto porque ao atacarmos com as nossas unidades, perdemos alguns membros da mesma). 

Cada batalha têm um tempo limite, ao fim do qual a derrota ou a vitória estarão dependentes de termos mais ou menos generais e soldados que o adversário. 


 


Este é o sistema de luta de Sengoku Rance. 

Muito simples, é certo, mas extremamente desafiante, sobretudo à dificuldade galopante do jogo. 

Quando não estamos em batalha, o jogo coloca-nos na posição de gestor do reino. 

Com apenas duas jogadas por turno (de início), simbolizadas pelas War-Fans, o jogador deve optar por tentar recrutar mais generais para a sua causa, desenvolver as forças dos seus soldados, atacar reinos vizinhos (ou declarar guerra, caso estes não se tenham antecipado nessa acção), aumentar o tamanho dos batalhões e curar as tropas (sendo que tal está dependente do nível do nosso poder nacional, o qual cresce mediante o sucesso militar), assim como defender os terrenos de ataques inimigos, impor taxas sobre a população, explorar dungeons, comprar itens ou desenvolver os laços de amizade do protagonista com os seus generais.


 


Para além de todas estas possibilidades e porque Sengoku Rance é ele também em parte um date game, podemos usar as war-fans para fazer avançar a vida romântica do protagonista, o que por sua vez irá desbloquear novas habilidades não apenas para este, mas para a sua(s) cara-metade(s). 

Contudo, e como referi anteriormente, este é um jogo de elevada ponderação, no qual cada decisão deve ser pensada antes de se colocar em prática. 

Com essa ideia na mente, convém deixar sempre mais que um general por usar, no final de cada turno, como forma de nos precavermos contra eventuais ataques dos clãs inimigos (durante o turno destes) e possíveis revoltas sociais levadas a cabo por soldados descontentes. 


 


Em Sengoku Rance existe outra maneira de protegermos os nossos territórios, a qual passa pela construção de alianças com outros clãs. 

Embora não controlemos directamente os generais dos clãs vassalos, podemos contar com o seu auxílio de longe a longe e, sobretudo com a sua neutralidade. 

Saindo agora do gameplay e abordando outras questões, este jogo tem uma banda sonora adequada ao período feudal que tenta imolar. 

É certo que não é memorável, mas serve para estabelecer o ambiente. 

A nível gráfico, o jogo é colorido, apresentando cenários que no entanto podem pecar por genéricos. 


 


Outro ponto alto do jogo são, sem dúvida alguma, as belas e hilariantes cut-scenes (algumas impróprias para olhos mais sensíveis e castos), e sobretudo o detalhe colocado nos generais. 

Em suma, este não é um jogo que joguemos por ser uma bomba gráfica (Fire Emblem ou Dragon Force são bem melhores nesse aspecto), mas pelo seu gameplay e sobretudo pelo seu desafio (este é um jogo com múltiplos finais e caminhos a tomar).

Sengoku Rance é um jogo bastante difícil. 

Talvez dos mais difíceis que já tive oportunidade de jogar, mas é estupidamente viciante. 

Um must-play para fãs de séries como Fire Emblem, Shining Force, Dragon Force ou Final Fantasy Tactics.