Em 2003, pelas mãos da Konami, sairia aquela que se tornaria numa das minhas entradas favoritas em uma das minhas séries de eleição.
Falo do lançamento de Castlevania Aria of Sorrow para o GBA.
O terceiro título da série a gracejar a consola 32 bits portátil da Nintendo, Aria é de longe o mais polido dos três, sobretudo no que aos gráficos e gameplay diz respeito.
Aria não muda a temática da série. O vilão principal continua a ser o Drácula e a aventura decorre por detrás das muralhas do seu infame castelo.
Contudo, a forma como nos é apresentada é totalmente diferente. Aria tem como protagonista não um Belmont (algo que já não era novidade, uma vez que já tínhamos tido o caso de Alucard em Symphony of the Night), mas um jovem estudante japonês chamado Soma Cruz.
Um jovem que se viu acidentalmente transportado para o castelo do bom conde, na companhia da sua amiga de infância, a sacerdotisa, Mina Hakuba, durante o primeira eclipse solar do século.
O duo pretendia ver o acontecimento juntos, no templo Hakuba, quando inesperadamente tal aconteceu. Outros, para além destes dois foram arrastados para o castelo demoníaco.
Nomeadamente, Hammer (um nod ao famoso estúdio britânico de filmes de terror, que encontrou o sucesso entre as décadas de 1950-1970), um soldado destacado para investigar o dito templo e que eventualmente se tornará no mercador de serviço em Aria of Sorrow (e na sua sequela, Dawn of Sorrow).
Para além, de Hammer, temos ainda Yoko Belnades, uma mística herdeira do famoso clã Belnades, aliados de longa data dos Belmont, que trabalha directamente para a igreja e em proximidade com outra personagem que também se encontra no castelo.
Falo de Genya Arikado, um indivíduo misterioso e com uma vida longa, agente da associação secreta japonesa, the Agency. Genya parece saber muito acerca de Hakuba, Drácula e Soma, sendo ele quem informa este último do facto de este ser a reencarnação do maléfico conde.
Genya será revelado como sendo Alucard mais adiante e mostra-se empenhado em tentar evitar o regresso do seu maléfico pai. Tanto ele, como Yoko, servem de aliados para Soma, neste castelo cheio de perigos, predominantemente protegendo Mina e servindo para dar mais informações à medida que o jogo vai avançando.
Para além destas três personagens temos ainda três outros npcs de especial relevância.
O primeiro é um homem amnésico chamado J. Este ostenta o famoso vampire killer e parece estar intimamente relacionado com os Belmont. J eventualmente recupera a sua memória, com o desenrolar do jogo, revelando-se como sendo Julius Belmont, precisamente o caçador responsável pela derrota final do conde (e o consequente aprisionamento do castelo no eclipse) do vampiro, em 1999.
Julius tem a particularidade de poder ser defrontado como boss e de poder ser usado como personagem jogável no chamado Julius mode.
Neste modo secundário, vamos ter a oportunidade de voltar a jogar Aria of Sorrow, mas da perspectiva, e com as habilidades, de um Belmont.
O segundo é Graham Jones, o líder de um culto messiânico que nasceu no ano da derrota final de Drácula, 1999. Graham vê-se como sendo a verdadeira reencarnação do vampiro e tem por objectivo absorver todo o poder demoníaco do castelo, tornando-se assim no senhor das trevas.
Ele surge como o antagonista principal de Aria.
A terceira figura é a Death. Sempre o servente fiel de Drácula, Death pretende, antes de mais, o regresso do seu lorde e senhor, quer seja na figura de Soma (que durante o jogo se irá debater entre o bem e o mal, o que dará lugar a fins diferentes, conforme o percurso escolhido), quer seja na figura de Graham.
Death surge, como não podia deixar de ser, como um dos bosses do jogo (embora aqui apenas tenha uma forma).
Soma luta num estilo bastante aproximado ao de Alucard, em Symphony of the Night, absorvendo as almas dos inimigos que derrota e com isso ganhando certas habilidades, as quais lhe serão extremamente úteis no processo de exploração do castelo.
Esta habilidade de absorção, algo que até aqui era poder exclusivo de Drácula, chama-se Power of Dominance (ou Tactical Souls).
Contudo, convém salientar que as almas dos inimigos vencidos não são todas iguais, dividindo-se em quatro secções distintas.
Primeiramente temos as almas vermelhas, as Bullet Souls, que servirão para conceder a Soma a capacidade de utilizar armas secundárias (como lanças, granadas, facas ou rochas, por exemplo), fazer pequenas conjurações de espíritos (como convocação de corvos e fantasmas) e utilizar certos feitiços ofensivos (como o míssil mágico ou o raio petrificante).
Em segundo temos as almas azuis, as Guardian Souls, que servem para dotar Soma de certas habilidades, que por sua vez nos serão bastante úteis durante a exploração do castelo.
Entre essas habilidades temos a criação de um escudo mágico para repelir ataques, a capacidade de levitar, de assumir a forma de um morcego, entre outras.
Em terceiro seguem-se as almas amarelas, as Enchanted Souls, as quais também permitem a Soma ganhar habilidades para ultrapassar certas barreiras físicas do castelo, desde caminhar em cima da água ou respirar debaixo dela, até à capacidade de ver paredes falsas, comer os pratos mais esquisitos (sem as consequências nefastas que daí viriam) ou comprar itens a preços absurdamente mais baratos.
Em quarto e último lugar temos as almas prateadas, as Ability Souls, que são obtidas não de inimigos normais (salvo uma rara excepção), mas de bosses.
Elas irão conceder habilidades como o duplo salto, o deslizar, o salto alto, o salto para trás, o pontapé especial e a imunidade à paragem no tempo.
Todas estas almas terão que ser equipadas, para serem usadas e tirando as amarelas e as prateadas, implicam um perca de magia aquando do seu uso.
Entre as criaturas que deambulam pelo simultaneamente decrépito e sumptuoso castelo, estão muitos velhos conhecidos, mas também algumas fantásticas adições.
Temos inimigos comuns como o flamejante Buer ou a espadachim de quatro braços Durga, assim como novos bosses na figura do versátil Headhunter ou do imponente Balore.
Para além de todos estes inimigos, o castelo dispõe de inúmeras armadilhas e áreas inacessíveis, que devem ser evitadas e revisitadas respectivamente.
Novas habilidades irão permitir-nos aceder a novas zonas e com isso progredir na aventura.
Como todo o bom castelo draculino, também aqui temos um número considerável de zonas ocultas, normalmente por paredes falsas, que cabe ao jogador descobrir.
Relativamente à música, não há muito que se possa dizer a não ser que é Castlevania, o que desde logo nos indica a qualidade excelente da mesma.
Aria of Sorrow é claramente uma melhoria relativamente aos dois títulos anteriores do GBA, com melhores gráficos e sprites, uma história mais elaborada, mantendo os múltiplos finais possíveis (dependendo das nossas escolhas) e modos alternativos de jogo.
Estes últimos passam por uma restrição do uso das Tactical Souls e com isso um incremento significativo da dificuldade, por um Boss Rush Mode, que é como o próprio nome indica uma maratona de bosses, ou o Julius Mode, que muda por inteiro o gameplay, dando-nos a possibilidade de jogar o jogo ao estilo dos Castlevanias clássicos.






















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