Considerado por muitos (eu insiro-me nessa categoria) como o melhor dos Mortal Kombats clássicos, a segunda entrada na série, lançada para a Mega Drive em 1993, seria alvo de um port bastante interessante para a Master System nesse mesmo ano. 

A história do jogo é a mesma da versão 16 bits, com o tirano extra-dimensional Shao Khan a invadir a Terra após os eventos do primeiro Mortal Kombat. 

Uma vez mais, e perante este ataque massivo do Imperador do Outworld, cabe a Lui Kang assumir o papel do herói. 

Ele não estará sozinho nessa categoria, uma vez que Kitana, Jax e surpreendentemente Sub-Zero* (que era um vilão no jogo original) contam-se também entre os defensores da Terra. 

Graficamente, o jogo é excepcional, puxando a velhinha 8 bits da Sega para além dos seus limites. 

No entanto, a beleza gráfica advém do sacrifício que é feito no que diz respeito aos cenários e personagens disponíveis. 


 


Das doze personagens jogáveis disponíveis para a Mega Drive, apenas oito transitaram para a Master System. 

Aos já mencionados Lui Kang, Jax, Kitana e Sub-Zero, juntam-se ainda Mileena, Reptile, Shang Tsung e o inevitável Scorpion. 

Para além destas oito personagens temos ainda os dois bosses finais, na figura do monstruoso Kintaro e do temível Shao Kahn.

De salientar que Tsung é também ele um boss (o primeiro, surgindo antes de Kintaro), sendo no entanto o único dos bosses disponível para ser seleccionado pelo jogador. 

Apesar do reduzido, mas impressionante cast, convém referir que nenhuma das personagens presentes perdeu golpes ou fatalidades. 


 


As suas habilidades são idênticas às vistas na fantástica versão da Mega Drive. 

A questão dos cenários, referida acima, é que constitui uma das maiores perdas deste port, com apenas dois a estarem presentes, na figura do The Pit II e do Kombat Tomb. 

Ainda assim, foram boas escolhas, uma vez que são duas das mais icónicas localizações de MK II. 

Existe um cenário secreto, o Goro's Lair, que apenas pode ser acedido mediante a obtenção de um conjunto de resultados por parte do jogador. 

Com esse cenário vêm as duas personagens secretas do jogo. 


 


Ambos são ninjas, o que eleva para sete o número dos mesmos em Mortal Kombat II. 

São eles Jade e Smoke, apresentados aqui como sendo lutadores ocultos do primeiro Mortal Kombat e constituindo adversários de respeito. 

O Mortal Kombat II da Master System dispõe do já esperado modo história, no qual devemos derrotar adversário atrás de adversário de forma a progredirmos na torre. 

O tamanho da torre e o número de lutadores a enfrentar depende da escolha que o jogador fez relactivamente à dificuldade. 




A versão da Master System tem a particularidade de ser bastante mais fácil que a sua contra-parte 16 bits, independentemente da dificuldade escolhida. 

Ainda assim, as lutas contra Shao Kahn e Kintaro, exigem alguma ginástica por parte do jogador. 

A jogabilidade é um nadinha mais arrastada do que a da versão Mega Drive. 

Ainda assim, a habituação ao estilo de luta directo e mais lento deste port será rápida, pelo que até o mais inexperiente dos jogadores conseguirá chegar ao fim do jogo em normal (algo que não acontece na Mega Drive). 

O som é o que se poderia esperar de algo proveniente de uma consola 8 bits. 

Não é  brilhante, mas adequa-se ao tom sombrio do jogo em questão. 


 


Em suma, Mortal Kombat II é um jogo com algumas falhas e que dificilmente será jogado pelos detentores das versões SNES ou Mega Drive do título em questão. 

Contudo, é de salientar o esforço colocado pela Acclaim e pela Probe neste port, que nos surge como um dos melhores jogos de luta da Master System e um must have para os detentores da mesma.


*Nota: Este Sub-Zero é o irmão daquele que surge no primeiro Mortal Kombat.