“Many Happy Returns” é uma das histórias mais relevantes da Supergirl. 

Escrita por Peter David e desenhada por Ed Benes, esta saga foi publicada originalmente nas páginas de Supergirl #75 (Vol 3), em 2002, e seria concluída cinco números mais tarde, já em 2003.

 “Many Happy Returns” trouxe de volta não só o Multiverso Pre-Crisis, como também a Supergirl original da Earth-1. 

Mas vamos então falar da história em concreto.

Após eventos que deixariam a humana Linda Danvers como a única Supergirl (nesta altura havia a Supergirl Matrix), eis que chega algo que altera o status quo novamente. 



 


Linda impede que um misterioso foguete caia no centro da cidade de Leesburg, desviando-o para uma floresta. 

Equacionando a possibilidade de este ser o prelúdio de um ataque, Linda Danvers segue-o até ao seu ponto de aterragem apenas para descobrir que o dito foguete trazia no seu interior Kara Zor-El, a prima de Superman. 

O encontro entre as duas Supergirl’s é rudemente interrompido pelo ataque cobarde de um dos vilões de Danvers, John Reb. 

Contudo, a mais poderosa Kara facilmente vence o vilão. 

Embora Kara insista ser a prima do Homem de Aço, Linda duvida, achando que tudo não passa de uma brincadeira, o que faz com que Kara parta para Metropolis em busca de Superman. 



 



No número seguinte, Linda recruta Superboy (Kon-El) para a ajudar na busca por Kara. 

O duo encontra-a em Metropolis, onde os três têm um encontro imediato com Mr. Mxyzptlk. Os seus poderes, de natureza mágica, vão enfraquecer Kara, cuja vida vai ser salva pela chegada atempada de Superman.

 Contudo e quando Kara esperava por palavras de incentivo, eis que Superman não só não a reconhece, como diz-lhe que para seu bem o melhor que tem a fazer é desistir de ser uma heroína e ir para casa, seja ela qual for...



 



Kara fica desolada e sem rumo, contudo e apesar do começo díficil, Linda oferece-se para a acolher na sua casa. 

Seguem-se umas análises ao sangue de Kara, levadas a cabo pelos S.T.A.R.Labs, nos quais seria comprovado que esta era de facto uma Kryptoniana.

Em Supergirl #77, Linda e Kara não só vivem juntas, como também praticam actos heroícos em conjunto, desconhecendo a ameaça ainda distante de Xenon, um poderoso vilão aprisionado numa dimensão desolada pela mão de uma Supergirl.

 Sedento de vingança e auxiliado pelo misterioso Fatalist, Xenon caça Supergirl’s de realidades alternativas à sua, chegando mesmo a matar uma nas páginas deste mesmíssimo número.
 

 



Contudo, Fatalist joga um jogo diferente do seu “mestre” e viaja à Terra, onde aumenta o poder de Reb, enviando-o contra Kara e Linda, como uma espécie de teste para as duas.

 A luta entre os três dura até ao número seguinte, com as heroínas a emergirem vitoriosas. No entanto, tal vitória revela-se oca pois Fatalist e o Spectre (na época Hal Jordan) surgem diante das Mulheres de Aço, trazendo consigo péssimas notícias. 

Hal revela que  Kara pertence à Earth-1 do Universo DC Pre-Crisis, e deve ser devolvida o quanto antes a essa realidade sob risco da mesma ser obliterada. 

Kara deve estar presente na Earth-1 aquando da vinda do Anti-Monitor de forma a poder salvar a vida do primo, Superman, às custas da sua própria. 

Perante este cenário e com Kara algo relutante em voltar a um mundo no qual iria morrer, Linda toma para si esse fatídico destino e pede a Spectre que lhe permita ser ela a rumar à Earth-1, algo que Hal aceita.
 


 



Em Supergirl #79, Linda Danvers chega à Earth-1 onde é encontrada pelo Superman daquela Terra. Danvers faz-se passar pela prima de Kal e rapidamente se torna na sua companheira heróica.

 Não tardaria muito para que Kal, numa clara homenagem às histórias da Silver Age, desenvolva um interesse romântico por Linda. 

Junto à Fortaleza da Solidão, Kal declara o seu amor por esta, revelando-lhe que sempre soube que ela não era de Krypton. 

Ambos casam-se e têm uma bela filha, Ariella. 



 



Eis que os céus da Earth-1 se tornam encarnados, anunciando a chegada do Anti-Monitor. 

Danvers está resignada ao seu destino quando Hal surge do nada. 

A sua tentativa de salvar a realidade irá falhar, pois tem mesmo que ser Kara e não Linda a morrer às mãos do Anti-Monitor. 

Para além disso, Kara, que Linda havia deixado a ocupar o seu lugar na New Earth corre sérios riscos, pois Xenon ameaça matá-la a qualquer instante. 
  



 


 
No nrº 80, que seria o último deste volume, Linda é transportada pelo Spectre e pelo Fatalist para o covil de Xenon, onde chega mesmo a tempo de evitar que este execute Kara. 

Durante a batalha com Linda, Xenon percebe que ela é (ou antes irá ser) a Supergirl que eventualmente será responsável pelo seu aprisionamento naquele local, contudo esse conhecimento não chegará para evitar a sua derrota às mãos de Danvers. 



 



Linda, cujos poderes já eram extensivos, manifesta novas habilidades que usa para matar Xenon. 

Com os céus vermelhos a alcançarem a New Earth, Linda não tem escolha e derruba Kara, colocando-a no foguete que a levará à Earth-1. 

Com a Supergirl de Krypton a ser devolvida ao seu Universo de origem, a realidade é salva, mas com custos pessoais elevadíssimos para ambas as mulheres.



 



A perda da sua filha, Ariella, foi particularmente destrutiva e Linda decide colocar um ponto final na sua carreira de heroína. 

Curiosamente, depois de Linda, a próxima mulher a usar o nome de Supergirl na New Earth será a versão dessa realidade de Kara Zor-El, cuja nave finalmente chegará à Terra nas páginas de Superman/Batman #8, em 2004.