Não querendo entrar numa onda de nostalgia e melancolia, ainda me lembro bem quando os videojogos eram produzidos com o intuito simples de nos fazer divertir.

      Dito isto, é neste contexto que se insere MICRO MACHINES, onde a sua palavra de ordem era o divertimento.

     O jogo foi lançado pela mão da Codemasters e produzido pelo estúdio Supersonic Software para a Sega Mega Drive em 1995 e era a terceira entrada da série até à data. 

     Ganhou o seu cantinho na indústria na época através da sua irreverência, originalidade e humor, onde saltavam à vista as suas cores garridas e as suas pistas mirabolantes.





     MICRO MACHINES tinha nos seus trunfos uma jogabilidade simples e rápida mas viciante ao mesmo tempo, em que era acessível a qualquer um. 

     O seu maior desafio eram os circuitos alucinados mas tecnicistas que requeriam uma boa memória ao jogador, para conseguir antecipar-se nas curvas que chegavam sem aviso prévio face à grande velocidade que os mini veículos alcançavam.





As pistas iam desde banheiras a mesas de escritório, passando por cozinhas e churrascadas no jardim, tudo servia para fazer uma pista, até mesmo milho cozido e esponjas de lavar a loiça eram utilizadas como pontes.

Havia também um leque vasto de veículos e o seu ponto em comum era a grande velocidade, carros de rally ou de fórmula 1 estavam lá presentes, bem como aviões, camiões, karts e ainda hovercraft e muito mais.

No jogo estavam 16 personagens para escolhermos antes de cada partida, todos eles muito clichés e todos com nomes que mais pareciam que tinham saído de um filme de categoria B mas que se encaixam perfeitamente no mundo do jogo.

A banda sonora alegre e bem ritmada servia na perfeição ao que o jogo se propunha, e ficava facilmente gravada nos nossos cérebros.

 Ainda hoje me lembro da algumas músicas do jogo.




Quanto a modos de jogo existiam o CHALLENGE que era o mais básico, onde competiam com mais 3 adversários e tinham de terminar em primeiro lugar para avançarem para a próxima pista, para isso contavam com 3 vidas caso não conseguissem o objectivo à primeira. 

O modo HEAD TO HEAD colocava-vos num duelo contra somente um outro piloto e o objectivo era preencherem o total de bolas vermelhas que surgiam na lateral do ecrã, para isso tinham de ser mais rápidos que o oponente e ganhavam uma bola vermelha sempre que faziam desaparecer o adversário da tela. 

Por ultimo havia ainda o TT CHALLENGE que era bater o tempo de cada pista e o LEAGUE que era um campeonato com 3 divisões, cada uma com graus de dificuldade diferentes.




Além de todos estes modos de jogo, MICRO MACHINES trazia consigo um construtor de pistas em que podíamos dar largas à nossa imaginação, e criar as nossas pistas tão ou mais malucas que os próprios produtores. 

Apesar de não termos as mesmas ferramentas ou o tamanho do mapa que os criadores do jogo, com uma mente bem aguçada podiam-se fazer autenticas obras de arte ou levar os nossos amigos à loucura com os nossos circuitos.

Já que falei em amigos, MICRO MACHINES é ideal para jogarem com eles e é assim que vão desfruta-lo ao máximo. 

Se enquanto jogador solitário o jogo consegue ser bem divertido e aliciante com a sua rapidez e pistas cheias de peripécias, é quando nos juntamos com alguém que o jogo atinge os pícaros da alegria num videojogo, para isso o jogo oferece a possibilidade de jogarmos a 2, 3, 4 ou mesmo 8 pessoas em simultâneo, contando com mais duas entradas para os controladores no próprio cartucho. 

Nunca foi tão prazeroso empurrar os nossos amigos por um buraco de uma mesa de bilhar, ou vê-los queimar num fogão, ou até manda-los para debaixo de um martelo.

MICRO MACHINES é assim um jogo que usa uma fórmula simples, frenética e objectiva no seu gameplay e que com um ambiente louco e bem-humorado conseguiu conquistar o espaço na sua geração, deixando uma grande saudade numa altura em que os jogos de hoje tendem a recorrer à extrema competitividade on-line para que possamos jogar e nos divertir com os nossos amigos.


                                                 Análise feita e escrita por Ricardo Pinto