Faz cerca de três meses abordámos Final Fantasy X, com todos os seus pontos positivos e negativos, agora é hora de fazermos o mesmo relativamente à sua sequela, X-2. 

     Final Fantasy X-2 foi lançado, pela Square, em 2003, em exclusivo para a PS2. 
A primeira sequela directa da já longa série, Final Fantasy X-2 não se apresenta como um mera cópia carbono do título anterior, mas antes como o seu próprio jogo. 




     O jogo começa dois anos após os eventos de X, com uma Sphira livre das incursões do monstruoso Sin e coloca-nos, uma vez mais, na pele de Yuna. 

     A jovem, uma cantora agora, transporta, dentro de si o espírito de uma antiga sacerdotisa, Lenne, e faz parte de um grupo de Sphere Hunters, as Gullwing, juntamente com a repetente Riku e com a estreante Paine. 

     O grupo irá descobrir a existência de uma terrível arma, a Vegnagun, no subsolo da cidade de Bevelle, bem com tentará unir o espírito de Lenne ao do seu amado Shuyin, ao mesmo tempo que tentará mediar o conflito emergente entre as forças da Youth League e New Yevon.




      Pelo caminho, Yuna procura, quase desesperadamente reencontrar o seu próprio amor desaparecido, Tidus (um dos protagonistas de X). 

     Graficamente falando, o jogo dá um salto em relação ao seu antecessor, embora as localizações sejam, maioritariamente as mesmas, este é um título claramente mais polido nesse sentido.

      São muitas as personagens de X que voltarão a marcar presença, desde Lulu e Wakka até aos Al-Bhed e Kimahri, sendo que o ver que curso estes tomaram, após os eventos do jogo anterior, constitui um dos atractivos deste título. 




     Muito mais inspirado pela cultura Pop japonesa, desta feita, X-2 traz consigo algumas personagens interessantes, com destaque evidente para o Leblanc Syndicate. 

     A música  de X-2 é composta, pela primeira vez, não por Nobuo Uematsu, mas antes por Noriko Matsueda e Takahito Eguchi, o que, curiosamente não é um ponto negativo, considerando a "atroz" composição final de X.  




     A nível da jogabilidade, Final Fantasy X-2 introduz algumas novidades e regressa a mecânicas anteriores às de X. 
Este é o primeiro título da série no qual só temos acesso a três personagens, as já faladas Yuna, Rikku e Paine.

      Num jogo sem as típicas invocações, o foco de X-2 vai todo para o regresso das antigas classes, através dos Dresspheres.

      Estes representam os antigos jobs e visto termos apenas três personagens jogáveis na nossa party do princípio ao fim, permitem que estas tenham acesso a todas as magias e habilidades possíveis. 




     As tais magias e habilidades conseguem-se via o acumular de AP (ability points), através da vitória em combates e uso de determinados itens. 

     Os Dresspheres podem ser colocados em Garment Grids, o que, por sua vez, permite às personagens a possibilidade de alternar, rapidamente, de classe, desde que estejam disponíveis nas tais Grid. 

     Existem diversas Garment Grids e Dresspheres espalhados por Sphira, inclusive um exclusivo para cada personagem.

     Contudo, e embora continue a fazer as suas batalhas em conditional turn-based battle, Final Fantasy X-2 abdica da forma de level-up vista no seu antecessor, para regressar a um molde mais familiar.




      O level-up das personagens faz-se, agora, ao fim de um determinado número de batalhas e não via o uso dos AP numa grid qualquer. 

     Mais simplificadas e menos linear é também a movimentação pelo mapa-mundo. Recorrendo à sua nave, as Gullwings podem aceder a praticamente qualquer local, a qualquer altura e fazê-lo sem nenhuma ordem específica ou aparente.

      Com uma quantidade "absurda" de sidequests, que deve ser feita na totalidade tendo em vista a obtenção de fins alternativos, as missões essenciais para a storyline são indicadas como sendo "hotspots". 

     Isto permite ao jogador prosseguir rapidamente com a história e, garantir que nunca se irá perder na vastidão do mundo que é Sphira.

      X-2 segue, ainda, uma estrutura de cinco capítulos e pode ser um jogo relativamente rápido para o género no qual se insere, embora tenha uma forte componente de replay value , muito por força dos seus, já referidos, finais alternativos. 




     As sidequests são bastante inventivas desta feita. Regressa o Blitzball, com pior jogabilidade, e estrea-se o Gunner's Gauntlet (um pequeno momento de third-person shooter). 
Existem muitos outros mini-jogos, dungeons e Bosses alternativos, contudo, haverá vontade de os fazer? 

     A história não é a das mais épicas da série e para quem não apreciou o X, não será X-2 a despertar interesse. 
Não é um mau Rpg, de modo algum, no entanto, não consegue soltar-se da aura de mediania que o cerca. 

     Tenta imiscuir-se com outros géneros, sem nunca o conseguir de facto. 
Final Fantasy X-2 é mais um numa longa lista de Rpgs para a PS2.