Final Fantasy X, como a própria numeração romana indica, constitui a décima entrada de uma das maiores e mais populares séries de Rpg's de todos os tempos.
Desenvolvido, em exclusivo, pela Square para a PS2, Final Fantasy X conta-nos uma história que assenta em dois protagonistas principais.





     De um lado temos um irreverente jogador de Blitzball, uma espécie de pólo aquático, do outro a  estóica summoner Yuna.
A estes dois irão juntar-se inúmeras outras personagens que, por sua vez, irão compor o cast.

     Temos o relaxado Waka, o soturno Auron, a divertida Rikku, a bela Lulu e o honrado Kimahri.
Todos eles, com as suas diferentes habilidades e características, vão ajudar Yuna e Tidus no seu percurso.





     E que percurso é esse, perguntam vocês?
A história de Final Fantasy X envolve viagens temporais e mostra-nos um Tidus que foi, acidentalmente, retirado do seu tempo.
Guiado por Auron, o jovem Tidus ver-se-á envolvido numa cerimónia religiosa que visa destruir a criatura monstruosa conhecida como Sin.

     Para isso, Yuna, a nossa outra protagonista, deve obter a essência do Final Eon (Eon é o nome pelo qual os monstros invocados são chamados) e com isso banir a criatura que tanto mal tem trazido ao mundo de Sphira.





     O argumento sob o qual Final Fantasy X assenta é portanto de natureza bastante épica e interessante.
A grande quantidade e qualidade das FMV apresentadas, bem como a variedade de personagens e a vastidão e diversificidade que preenchem o mundo de Sphira vêem acentuar, ainda mais este facto.

     Sofrendo grande influência visual das culturas orientais, pela primeira vez, Final Fantasy X está repleto de monstros difíceis para combater e alguns bosses bastantes apelativos visualmente falando.





       Graficamente falando o jogo é um assombro, para algo que foi lançado em 2001.
Final Fantasy X é o primeiro jogo da série totalmente em 3D e a ter voice acting.
 O próprio mundo de Sphira, vasto como tantos outros antes dele nesta série, está, e isto é uma novidade, totalmente ligado.

     O mapa-mundo continua a aparecer, no entanto, não se exige que uma versão chibi da nossa personagem o percorra.
Quanto muito continuámos a ter acesso a uma nave, pilotada pelo familiar Cid, que nos permite deslocar, mais rapidamente, do ponto A para o ponto B.





     Uma das grandes novidades desta décima entrada da série está na chamada Sphere Grid.
Feito o já tradicional Level-Up são-nos atribuídos Sphere Levels.

      Estas permitem ao jogador movimentar-se pela tal Grid e, com isso desbloquear novas habilidades para as diferentes personagens.

     No entanto, para que tal aconteça é necessário reunir o número suficiente de AP (ability points) de forma a conseguir obter o tal movimento desejado na Grid.





     Outra novidade que X introduz na série reside na substituição do ATB (active time battles) que obrigava o jogador a tomar decisões rápidas sob pena de perder a sua vez no turno, por um mais relaxado CTB (conditional turn-based battles).

     Para além das personagens que referi anteriormente, é-nos dada a possibilidade de controlar os diferentes Aeons que convoquemos para o campo de batalha.

     O "monstro", ao contrário do que se sucedia em jogos anteriores, substitui toda a nossa party, em combate, e pode efectuar mais que um ataque, e magia, bem como um devastador golpe final (chamado de Overdrive e que também podem ser efectuados pelas personagens "normais").





     No entanto, e apesar dos seus cenários ricos e luxuriantes e novas mecânicas mais intuitivas e simplificadas, Final Fantasy X tem as suas falhas.
Os mini-jogos, particularmente o confuso Blitzball, não são os mais interessantes e a mera tentativa de os jogar origina uma perda de interesse imediata.

     O de Blitz mistura desporto com a mecânica dos combate por turnos dando forma a uma das experiências mais desinspiradas de sempre em um jogo de vídeo.





     Outros pontos a desfavor de X residem primeiro na sua história, que parece esticar-se desnecessariamente, não prolongando o seu cariz épico mas antes fazendo-o sumir-se, e em segundo em certas situações, representadas nas FMV's, que me parecem algo forçadas (ex: o riso "sinistro" de Tidus).

     Por último, a música.
Embora adequada ao estilo de jogo, a maior parte do tempo, não se encontra perto de igualar as tradicionais melodias da série.
A música final, por exemplo, é particularmente decepcionante.

     Em suma, Final Fantasy X não é, de todo, um mau jogo, no entanto, também não é o melhor ou um dos melhores da série.
Introduziu muitas mudanças interessantes, mas o seu contributo fica-se por aí.
 Um jogo mais curto, mas com uma história mais bem elaborada, bem como a inclusão de mini-jogos jogáveis consertariam muita coisa que este jogo tem de mal.

     Um Final Fantasy a experimentar, ainda assim, mas somente para fãs do género.